XV

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Foram longas e cansativas horas de viagem, mas eu sabia que valeria a pena. Eu estava tão nervoso que eu não consegui dormir quase nada então eu estava exausto, quando o avião pousou, eu peguei o celular, o liguei e havia uma mensagem dela dizendo:

Eu já estou aqui te esperando, olha para as plaquinhas, eu vou estar com uma.

Eu saí procurando meu nome nas plaquinhas aleatórias até que finalmente eu achei, meus olhos percorreram o espaço entre a plaquinha e seu rosto e quando os nossos olhos se encontraram meu coração começou a bater ainda mais acelerado. Eu sorri, caminhei até ela e falei:

— Catarina.

Ela sorriu de canto e falou:

— Joseph.

Eu soltei a mala no chão, a abracei forte e deixei as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

Eu não sabia o que estava sentindo naquele momento, era uma explosão de sentimentos que eu não conseguia explicar. Mas eu estava feliz por ter esperado todo aquele tempo, só de olhar para ela já havia valido a pena a espera.

Soltamos o abraço, eu enxuguei meu rosto, coloquei minha mão em sua cintura, encostei meu nariz no dela e sussurrei:

— Eu esperei tanto por isso... Contei os dias para te ver.

Eu encostei meus lábios nos dela, dando um selinho, mas quando eu fui transformá-lo em beijo ela se afastou. A olhei sem entender e falei:

— O que foi?

Ela suspirou e falou:

— Eu fiz manutenção no aparelho semana passada, tem uns cortes na minha boca...

Suspirei, me afastei um pouco sem jeito, coloquei uma das mãos no bolso e falei:

— Entendi...

Ela tinha medo de mim, de se contaminar e saber daquilo foi bem deprimente. Eu esperei por meses para finalmente poder toca-la e sentir que eu talvez não poderia, foi triste.

Respirei fundo, desviei o olhar e ela falou:

— Podemos ir? Daqui a pouco eu tenho que pegar o ônibus ou vou chegar atrasada em casa.

Peguei a mala e falei:

— Claro... Nós já podemos ir.

Caminhamos para a saída do aeroporto, entreguei meu celular para ela pedir o Uber e algum tempo depois ele chegou. Entramos, fomos para o hotel que ela disse que iria me levar, eu peguei uma suíte de casal, com a vista para a praia, fomos até o quarto, entramos e ela falou:

— Bem, está entregue.

A olhei e falei:

— Fica mais um pouco, por favor... Eu pago um Uber para você ir para casa.

Ela afirmou com a cabeça e falou:

— Está bem, eu fico.

Ela parecia fria, eu a olhei, me aproximei e falei:

— Está tudo bem, amor?

Ela afirmou com a cabeça e falou:

— Sim, só estou um pouco cansada.

Ela colocou a mochila na cama, veio até mim, colocou as mãos nos meus ombros e me deu um selinho. Coloquei as mãos em sua cintura, retribui o selinho, dei um beijo em seu pescoço e a abracei forte. Suspirei e falei:

— Eu te trouxe uma coisa.

Ela me olhou e falou:

— Que coisa?

O amor é um conto de falhas.Onde histórias criam vida. Descubra agora