XVI

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Naquele dia eu acabei acordando tarde, já era quase onze horas da manhã. Eu acordei de mau humor e estressado, o que me faria ficar sério praticamente o dia todo. Peguei o celular e tinha mensagem da Catarina:

Bom dia, dorminhoco. 

Que tal nos encontrarmos as 14:00 no shopping? 

Quando acordar me fala algo.

Abri a conversa e respondi:

Bom dia... Por mim, tudo bem. 

Você que decide.

Ela:

Você está bem?

Está frio.

Eu:

Eu que estou frio, Catarina? Você tem certeza?

Reveja suas atitudes desde ontem e me fale.

Eu vou tomar banho para almoçar.

Ela:

Ok...

Levantei da cama, prendi meu cabelo em coque, arrumei a barba, me olhei no espelho e falei:

— Você está ótimo em? Porra, está parecendo um panda.

Tomei banho, tomei meus remédios, vesti uma bermuda e camiseta, coloquei os óculos escuros, peguei a carteira, o celular, desci para o restaurante do hotel e almocei. Subi para o quarto e comecei a trocar de roupa.

Vesti minha camisa de botões cor de vinho, minha calça sarja preta e meu tênis branco. Me perfumei inteiro, dobrei as mangas da camisa, coloquei os óculos escuros, me olhei no espelho por um tempo e falei:

— Melhorou... Mas para que tudo isso se ela vai ignorar.

Fui para o banheiro, escovei os dentes, peguei o celular e mandei:

Eu vou para o shopping, vou chegar um pouco mais cedo.

Vou dar uma volta enquanto você chega.

Ela:

Está bem.

Até já já, amor. 💙

Guardei o celular, peguei a carteira, tranquei o quarto e fui para a entrada do hotel, chamei um Uber que pouco tempo depois chegou e fomos para o shopping. Ao chegar lá eu comecei a olhar as lojas e achei uma livraria com livros novos por 10,00 cada. Entrei nela, escolhi alguns para mim e para o Math e para a Esther. Peguei as sacolas, paguei e continuei andando pelo shopping. Até que recebi mensagem da Catarina:

Onde você está? Chegamos.

Eu parei e pensei: chegamos? Oi? Achei que ela iria sozinha comigo para o cinema, mas pelo que entendi, não era bem assim. Respirei fundo e respondi:

Em frente à uma loja de doces artesanais, vou sentar aqui no banco.

Ela:

Já estou indo.

Algum tempo depois ela chegou, tocou meu ombro e falou:

— Cheguei, amor.

O amor é um conto de falhas.Onde histórias criam vida. Descubra agora