Frísia – Primavera, Março de 835 d.C.
Após incendiarem os barcos, seus guerreiros árabes deveriam correr em direção sul, adentrando no território da Frísia, enquanto Brunilde e as escuderias se misturariam aos demais vikings.
Quando a meia-noite se aproximou os sacrifícios começaram, um a um os animais foram levados para uma pedra e tiveram suas gargantas cortadas, depois foram destrinchados e as melhores carnes lançadas na grande fogueira, em oferenda aos deuses, as partes menos nobres foram espetadas e colocadas para assar em outras fogueiras para que todos comessem, o que restava das carcaças era pendurada nos galhos altos das árvores do bosque.
A algazarra era grande, apesar de ser uma cerimônia sagrada o hidromel e a cerveja eram consumidos sem moderação, de repente um silêncio desceu sobre todos ao ouvirem os batidos de tambores se aproximando, sinal de que a oferenda maior se aproximava.
Brunilde conhecia esse ritual, já o havia visto uma vez, os homens primeiro seriam castrados e seus órgãos jogados na grande fogueira, em seguida teriam suas gargantas cortadas e seus peitos seriam abertos de onde retirariam os corações os quais acompanhariam os órgãos genitais no fogo, por fim seus corpos seriam estendidos nas árvores para que as aves de rapina se banqueteassem com eles.
Aguardou temerosa de que os árabes não tivessem ouvido o som dos tambores, sinal para incendiarem alguns barcos.
Ela observou Ibrahim e os demais prisioneiros serem forçados a se ajoelharem em frente a grande pedra, enquanto os sacerdotes continuavam com a cerimônia.
De repente gritos foram ouvidos.
— Os barcos! Estão pegando fogo!
Todos começaram a correr em direção ao rio, menos Haestin que começou a gritar com os sacerdotes para que continuassem com o sacrifício, impaciente o guerreiro tomou o punhal de um deles e se aproximou de Ibrahim.
— Ofereço esse sacrifício ao pai de todos Odin! – gritou erguendo a lâmina enquanto segurava o jovem pelo cabelo.
— Não! – gritou Brunilde e avançou chocando seu escudo contra ele, lançando-o ao solo.
Mas Haestin era ágil e logo se colocou em pé sacando sua espada da bainha que estava presa à sua cintura.
— Você ousa desafiar os deuses por causa de um estrangeiro? – rosnou encarando-a.
— Não permitirei que você o sacrifique – respondeu e avançou aplicando um gole com seu machado, mas o guerreiro usou sua espada para se defender e contra atacou acertando o centro do escudo dela.
Trocaram vários golpes, Haestin atacava com violência, quase partindo seu escudo com os golpes, mas ela era rápida e contra-atacava, a lâmina de seu machado cortara a perna e o braço do guerreiro, mas foram cortes superficiais os quais ele pareceu não sentir.
— Pelo seu sacrilégio você se tornará minha escrava – rosnou o guerreiro.
— Você pode tentar – grunhiu após se defender com seu escudo de um golpe descendente violento.
De soslaio percebeu que uma de suas escuderias libertava os prisioneiros, enquanto as demais estavam envolvidas em lutas contra alguns guerreiros de Haestin, que haviam voltado para a fogueira ao perceberem que seu líder não os seguira em direção ao barco.
Quando percebeu que os árabes corriam se perdendo entre as árvores, menos Ibrahim que a aguardava ao lado de outras escudeiras, ela aplicou um golpe, que fez Haestin erguer sua espada, mas em vez de completar o ataque ela usou seu impulso para chocar seu escudo contra ele o jogando no chão.
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A GUERREIRA INDOMÁVEL
Любовные романы"O que acontece quando uma jovem guerreira se vê entre o amor e sua convicção?" Século IX d.C., a península ibérica dominada pelos árabes se vê envolta em fortes tensões sociais. Uma embaixada enviada pelo último rei cristão à Mérida tem o objetivo...