Titanic | KTH

Artista? 예술가?

                                 Na Sori

Toco o colar, enquanto me admiro pelo espelho.

— Irresistível. — digo boquiaberta.

— É para a realeza, e nós somos da realeza. — o homem ao meu lado diz, me fazendo sair de meus pensamentos e observá-lo novamente. — Sori, não há nada em que eu não possa lhe dar, não há nada em que eu lhe negue, se você não me negar.

Não digo uma sequer palavra, apenas mantenho meu rosto cabisbaixo, evitando fazer um contato visual com ele.

— Abra o seu coração para mim, Sori.

Não posso, você não me merece.

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Ao amanhecer, tentei dar uma escapadinha dos compromissos para ir até o convés, onde encontrei Kim Taehyung e o convidei para fazermos uma caminhada.

— Eu fico sozinho desde os 15 anos, ou seja, desde que meus pais morreram. Na época, eu não tinha nenhum irmão, nem irmã, nem parentes naquele lugar, então saí de lá e não voltei nunca mais. Se pode dizer que eu sou uma planta voando ao vento. — ele sorri minimamente. — Bom, Sori... Nós já andamos um quilômetro pelo convés, e falamos sobre o tempo e como fui criado, mas julgo que não foi por isso que você veio falar comigo. Ou foi?

Você está certo, Kim Taehyung.

Não vim para saber sobre sua vida, apesar de que nossa conversa está muito interessante até agora. Sua infância foi muito mais proveitosa do que a minha, com chás da tarde e bailes.

— Senhor Kim, eu... — começo a dizer, mas sou interrompida.

— Me chame apenas de Taehyung. — ele diz enquanto me olha.

— Taehyung, — engulo em seco — eu quero agradecer pelo que fez. Não só por me puxar para dentro, mas por sua descrição...

— Não foi nada. — ele sorri.

— Olha, e-eu sei que deve estar pensando "pobre menina rica, o que ela sabe sobre sofrimento?" — questiono um pouco envergonhada.

— Não. — ele se aproximou de mim, parando de andar — Não era o que eu estava pensando. O que eu estava pensando é "o que pode ter acontecido com essa menina para pensar que não tinha mais saída?"

— Bom, eu... — respiro fundo — Olha, o motivo foi tudo. Foi o meu mundo e as pessoas que lhe pertencem , e a inércia da minha vida que me deixa incapaz de impedir isso — estendo minha mão para ele, que consegue ver o anel de noivado.

— Nossa, olha isso! — ele sorri, incrédulo — Por isso que você está no fundo do poço.

— Quinhentos convites já foram enviados. — disse enquanto o observava brincar com o anel no meu dedo — Toda a sociedade da Filadélfia vai estar lá, e tudo o que eu sinto é como se... é como se eu estivesse no meio de uma sala gritando com toda a minha força e ninguém conseguisse me ver.

— Você o ama? — Taehyung perguntou olhando de lado, como se estivesse analisando a situação e tivesse uma dúvida profunda.

— O que perguntou? — finjo não ter escutado.

— Você o ama? — repete.

— Você está sendo indiscreto, — confesso rindo minimamente — não devia me perguntar isso!

— Ora, é uma simples pergunta. Você o ama ou não? Responda! — parece que tento fugir do assunto, mas ele me segura firmemente, me impedindo de arranjar desculpas.

— Essa nossa conversa não está muito adequada. — falei um pouco alto, fazendo assim minha voz ecoar pelo convés.

— Por que apenas não responde à pergunta? — ele morde o lábio inferior, enquanto cruza os braços.

Ri e me viro para o outro lado, me afastando dele enquanto coloco a mão sobre a cabeça.

Meu Deus, ele é extremamente curioso!