Todos Os Caminhos...

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Mia sentiu passos se aproximando da porta e fechou os olhos.
Abriram a porta e alguém falou :
- Ela ainda tá dormindo. Vou só ligar mais uma bolsa de soro. Ela já sugou essa todinha.
- Não! Essa vagabunda já deu prejuízo demais numa semana só. Chama ele.
Mia ouviu novos passos se aproximando. Abriram a porta e alguém entrou indo em sua direcção.
- Vai, abre os olhos. Eu sei que você não tá dormindo. - aquela voz... Ela conhecia bem... Eddie?
Abriu então os olhos e uma certeza repugnante deu-lhe a volta ao estômago.
- O que eu to... O que você tá fazendo aqui?
- Eu te resgatei meu amor.
- Não me chama de amor... Seu nojento! Cadê ela?
- Ela? A sua namoradinha? Hum... Deve ta em coma, tá em coma não é Gil?
- O que vocês fizeram com ela?
Os caras do outro dia... Aquele que chamou ela de vagabunda, com o Eddie? Então era por isso? Tudo estava se tornando mais sinistro de segundo para segundo.
- O que querem comigo? - começou a ficar agitada por imaginar tudo o que podiam fazer com ela.
- Calma bem... Deixa eu te explicar. Eu te amo sabe - ele estava assustadoramente perto. - e eu tenho notado que você tem estado, digamos que em más companhias. Sim porque quando você era apenas uma vagabunda que dava pra todo mundo eu ainda relevava, não que isso não me irritava mas saber que você tá ficando com mulher? Ah, isso não. A gente podia ter sido muito feliz, era só você relevar tudo porque na moral né, eu sou homem. Mas decidiu bancar a certinha, uma vagabunda que nem você! - Mia escutava tudo com um nó na garganta e os dentes cerrados. - Mas eu te amo né, e eu não deixaria que você continuasse nessa vidinha miserável. Por isso eu te darei como presente não apenas a minha, mas também as picas dos meus dois amigos aqui, o Gil e o Mirko. É isso mesmo sua cachorra, tripla penetração de tá feliz ne?
- Deixa eu ver se eu entendi seu imbecil : você arriscou a vida de uma inocente, que pode tá morrendo no hospital por sua culpa, fez a gente ter um acidente, me trouxe pro local que era suposto eu vir, cuidou de mim pra me estuprar? E ainda de quebra traz esses dois...nem sei o que chamar.
- Amada eu cuidei de você tá? E eu to aqui obrigada...-olhou para Eddie que tinha um olhar assustador - quer dizer, obrigado a vir.
- Cala a boca seu imbecil. Hoje você também vai aprender o que é bom. E você podia ter evitado o acidente se não tivesse fugido deles.
- Como você é nojento cara!
- Ah, agora cada a boca. Pode começar Gil.





( Narração de Carla)

Eu bem sabia que algo podia acontecer com ela. Ela andava tão irresponsável que me dava medo. Toda a vez que saía eu via nossa mãe dobrar os joelhos com lágrimas nos olhos porque falar com ela era insuficiente, não valia a pena.
Eu tinha me encontrado com Eddie no dia anterior ao acidente e ele me pareceu mesmo preocupado com ela. Nunca pensei que fosse capaz de fazer qualquer coisa contra ela. E eu sabia de tudo o que ele havia feito com outras garotas, mas era a Mia né, a garota que ele dizia amar. Mas ele havia me dito algo:
- Não passa de amanhã Carlinha...
Eu havia contado pra ele que ela andava estranha e só podia ser obra dessa garota, a Giovanna Petrucci.
- Sua irmã nunca mais vai querer ficar com essa ou com outra garota. Eu sei o que fazer...
E eu ainda falei pra ele não machucar ela, e ele respondeu que nunca faria isso. Mas fez.

***
(narração de Mia)

Eu podia ter gritado. Podia arranhar as costas deles e cuspir nos seus rostos, mas era inútil.
Eu aguentei até ao fim. Sentir aqueles dois nojentos dentro de mim era como ficar exposta ao mundo, nua e suja.
Mirko havia fugido. " Eu ehm, pode até me matar mas dessa fruta eu não como. Sou baitola amadoh, gay, viado. Ces são dois nojentos, dá até vergonha de dizer que a gente já foi amiga... Hhhh...Arivedercci, e boa sorte garota."
Ele fugiu, mas podia ter me ajudado. Eles nem tentaram impedi-lo de fugir. Sabiam que raramente passava um carro ou alma viva por lá. Eu não escaparia.
Nem sei explicar exatamente como foi. Só me lembro de dor e nojo. E de ver nos seus olhos a mais pura maldade. Eu me senti exposta, transfigurada. A dor era imensa mas a voz me faltava. E minha visão fugiu. Estava tudo negro e mudo. Apenas o nó na garganta.
Eu fiquei inconsciente então.


***

Mia tinha que estar por perto. André acreditava nisso. E faria o que fosse preciso para encontra-la. Aquilo havia sido premeditado. Alguém queria Mia e por alguma razão magoar Nana.
Era estranho o acidente ter acontecido perto da cabana...Mia podia estar na cabana. Mas se estava, por que razão não havia aparecido ainda?
Ele tinha que saber.
-Marcos?
- Alo, André?
- Preciso da sua ajuda primo.

Ele contou sobre sua suposição e o primo o acompanhou.
Pararam junto ao local onde havia acontecido o acidente e adentraram na mata. Não haviam marcas de sangue, apenas pegadas, de homem.

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⏰ Última atualização: Oct 02, 2020 ⏰

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A ninfa e seus  pecadosOnde histórias criam vida. Descubra agora