Vida desmoronando

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~draco on~
Logo após a batalha de Hogwarts minha família sucumbia em desgraça, falta de credibilidade com a sociedade bruxa, miséria e solidão. Nós nós mostramos apoiadores do lorde das trevas, tudo o que conseguimos antes de potter foi por água baixo, ninguém confiava mais nós comensais da morte, ninguém queria se quer ousar fazer negócio com um malfoy.
O nosso império havia sido derrubado, tudo o que lutamos não teve valia de nada.
A pesar de termos fugido como ratos abandonado o navio no último instante, todos viram quem somos, aliás todos viram o que meu pai era, minha mãe e eu só seguíamos ele por falta de escolha, a minha vida toda foi assim, eu segui cegamente meu pai, sem ele me dar chances ou escolhas, meu próprio caminho nunca existiu.
Mas eu havia perdoado meu pai por isso, até um certo ponto...
O ano depois da queda de Voldemort foi um ano muito difícil na mansão, meus pais mal se falavam e eu era quem estava controlando o dinheiro da família. Meu pai, Lucius, não se encontrava em seu estado de plenas faculdades mentais, muito menos era o homem austero com um olhar congelante, agora ele era um homem totalmente depressivo, ele não comia, não falava, quando falava ele apenas tinha surtos, proferia palavras muito pesadas a mim e minha mãe, gritava, puxava os cabelos. Ele realmente havia enlouquecido.
Minha mãe não falava nem duas palavras, quando eu perguntava se ela estava bem ela me dizia que não sentia nada, aquela mulher tinha um grande vazio dentro dela que nada podia preencher, ela nunca sorria, nunca chorava, ela estava apenas sobrevivendo.
Eu por consequência não tive momentos muito felizes também, nunca tive, mas nesse ano não me lembro nem de um lampejo de alegria, eu me sentia na obrigação de manter a família de pé, afinal meu pai não podia, eu cuidava dos negócios que estavam muito escassos, cuidava do meu pai que constantemente me atacava, dizendo que eu iria falir a família, que eu era imprestável, uma vergonha... cuidava de minha mãe que já não fazia mais nada além de ficar deitada.
Me lembro de uma das primeiras vezes que meu pai teve um surto e emagreceu verbalmente, ele falava que eu era apenas um moleque que estragou todos os planos dele, e que agora estava tentando roubar o que lhe sobrava de uma vida patética, me chamou de covarde, me disse coisas horríveis, perguntou o porque não matei dumboldore em sinal de deboche, logo após isso eu o deixei em sua sala, fui para meu quarto e tive a maior crise de ansiedade que alguém poderia ter, isso se repetiu umas boas vezes, mas depois me acostumei em ser tratado daquele jeito, não que quando eu era criança era diferente, mas ele pegava mais leve, eu apenas agora ouvia e mantinha meus olhos fixos em qualquer coisa naquela mansão cinzenta e me distraia das barbaridades que aquele homem, que estava senil, balbuciava.
Minha vida era um eterno marasmo de tristeza, nada me animava, nada era bom.
Dia após dia foi assim, até que numa noite fatídica eu entrei no quarto do meu pai como sempre fazia para dar-lhe uma poção de antipsicótico, que nem sempre funcionava, e me deparei com aquilo...
O cinza havia se tornado vermelho, a falta de sentimento se tornou lágrimas e descrença do que eu tinha presenciado naquele momento em minha frente. A cena era terrível, digna de um filme de terror. Meu pai estirado no chão com uma adaga, que era de prata, com uma cobra também feita de prata com os olhos preenchidos com uma pequena pedra esmeralda, toda enfiada em suas vísceras, a faca estava cravada em sua barriga, suas mãos seguravam o punhal fazendo pressão ainda, ao redor dele uma possa de sangue muito grande que crescia a cada minuto, ao lado dele, munha mãe que apenas tinha um furo em seu estômago, suas roupas brancas se tornavam vermelhas conforme o sangue vazava, aparentemente meu pai havia matado minha mãe é cometido suicido, eu não consegui fazer nada, apenas fiquei parado lá onde estava por longos minutos, até que minhas lágrimas não conseguiam mais descer, meus dedos se movimentavam involuntariamente, e eu depois de um estado catatônico consegui me mexer, gritei por ajuda e logo um elfo doméstico apareceu, em seguida chamou-se as autoridades, medi-bruxos, e todo aquele sangue que estava lá, não estava mais, tudo havia sido removido, meus pais haviam sido cremados, é pra mim pareceu que foram apenas minutos, eu me senti totalmente desolado, ninguém poderia me confortar, eu estava sozinho, eu não tinha ninguém.
Quando minha ficha caiu já se faziam dois dias da morte deles, eu me lembro de estar no meu quarto, cinza, com móveis caros, eu estava deitado em um tapete branco que era muito peludo, olhando para o teto com uma garrafa enorme de uísque, eu chorava e bebia, não sei o que mais em embriagava, as minhas lágrimas que não paravam de rolar, ou aquela bebida que era extremamente forte e queimava a garganta, pelo menos era um sentimento diferente de tristeza que a bebida me proporcionava. Eu chorava por tantos motivos, por tristeza, remorso, culpa, ódio, solidão, tudo me fazia chorar, mas principalmente o que me fez desabar ainda mais foi a primeira página do profeta diário que dizia "casal traidor, malfoy, finalmente comete suicídio", aquela imunda repórter escrevia sem dó nem piedade é muito menos verdade, "depois de uma queda histórica dos comensais da morte, suas vidas chegaram ao fundo do poço, quase falidos e a beira da loucura o casal, que era de sangue puro, comete suicídio, aparentemente Lucius malfoy mata sua mulher e logo após comete suicídio... e agora, o que será da linhagem mais pura e destruída de todos os tempos mágicos? Será que Draco malfoy, o herdeiro irá superar isso é continuar o império, ou será que ele sucumbirá seguindo o exemplo dos pais?"
Cada vez que eu lia a repostagem mais a tristeza ia me deixando de lado e um ódio mortal ia me consumindo, na quarta vez que li essa matéria, não contive minha raiva só para mim, descontei em todos aqueles objetos caríssimos que não tinha nenhum valor para mim, quebrei todo o meu quarto, me embriaguei totalmente com o resto da garrafa e logo em seguida fiquei largado no chão até o outro dia.

A solidão que machucava Onde histórias criam vida. Descubra agora