- capítulo único.

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Naquele dia, o céu parecia se entristecer, assim como Aristóteles Mendoza. O céu havia escurecido, e a chuva começava a cair.

Naquela tarde chuvosa de verão, Dante Quintana iria embora.

Sam, o pai de Dante, havia conseguido um trabalho em Nova York, e claro, tanto Soledad quanto seu filho iriam junto. A família Quintana iria embora logo, e Ari não sabia se suportaria ficar longe de Dante novamente.

Ari tinha seu braço em volta dos ombros de Gina, que abraçava sua cintura e tentava consolar o amigo, mesmo não estando muito melhor. Ambos iriam para a casa dos Quintana, se despedir da família.

Ao chegarem, perceberam que Suzie já estava lá, conversando com Dante. Os quatro adolescentes haviam se tornado amigos no último ano, logo após o casal oficializar seu relacionamento.

Os mesmos encontravam-se com expressões tristes, tentando esconder suas emoções sutilmente, e logo se abraçaram, com a garota dizendo algo no ouvido do outro.

Quando Ari o viu, congelou. Não tinha certeza de como as coisas seriam. Depois do tempo que o mais alto havia passado em Chicago, e em todo esse um ano de namoro, ambos haviam se apegado ao outro muito mais.

Separaram-se do abraço, reconhecendo a presença de Ari e Gina. Dante tentou sorrir para o namorado, encorajador, mas não foi tão eficaz. O mais baixo deu um meio sorriso, dando de ombros. Gina abraçou Dante, dizendo que sentiria muito sua falta, e que não deixaria Ari se meter em confusão. O citado revirou os olhos, sorrindo levemente. Dante soltou uma risada curta, e Gina deu um fraco empurrão em seu ombro.

Suzie percebeu os olhares que o casal trocava, e sinalizou com a cabeça pra que ela e Gina deixassem os dois sozinhos. Ambas foram se despedir de Sam e Soledad.

– Oi – disse Ari, com as mãos nos bolsos da calça, e se aproximando de Dante.

– Oi – respondeu o mais alto, com as mãos enfiadas nos bolsos do casaco, e com o olhar cabisbaixo. Ari só então percebeu que o casaco que Dante usava era seu, o mesmo que ele havia o emprestado, e Dante o declarou seu. Pelo menos uma parte sua, mesmo que não tão importante, estaria com Dante em algum lugar.

– Ei, não faça essa cara, ok? – disse Ari, passando a mão pelos cabelos do outro com carinho – Não é um adeus ... – disse, fazendo uma pausa. – Só um até logo. – completou, encostando a testa no ombro do maior, deixando sua mão brincar com os cabelos da nuca do outro.

– Eu sei, é que ... - começou Dante, mas se interrompeu, balançando a cabeça em negação. Ari percebeu que seus olhos estavam cheios de lágrimas, mas Dante se recusava a deixá-las cair – Eu não queria isso, de verdade, Ari. Tudo menos isso. Ficar longe de você de novo, de Gina e Suzie. Eu preferia qualquer coisa menos isso. – disse, olhando pra qualquer direção, menos pro garoto em sua frente.

– Ah, Dante – suspirou o menor – Olhe pra mim. – pediu, direcionando a cabeça do outro, segurando em sua bochecha, para que olhasse pra si. – Vai ficar tudo bem, entendeu? É apenas um ano e meio, certo?

Dante iria o interromper, quando Ari falou.
– Eu vou esperar por você. Sempre. Não me importa o tempo que demore. Ainda estarei aqui.

Após essas palavras, Dante apenas escondeu seu rosto na curva do pescoço de Ari, deixando algumas lágrimas saírem. Mendoza segurou uma de suas mãos por dentro dos bolsos do casaco, entrelaçando-as, e pôs a outra na nuca do mais alto.

– Estarei aqui. Entendeu? – repetiu.

Dante assentiu, e sussurou pra Ari.

– Também esperarei por você. Sempre. – disse, afastando-se de Ari para olhar em seus olhos.

Se encararam por alguns segundos. Ou minutos. Ou toda a eternidade. Sempre que estavam juntos, o tempo não os importava. Eram apenas Ari e Dante. Dante e Ari.

Logo Dante o puxou pela gola da camisa, colando seus lábios. Sempre tomando a iniciativa, pensou Ari. Droga, Dante. Vou sentir tanta a sua falta.

Ari colocou uma de suas mãos no rosto do namorado, aprofundando o beijo, e continuou segurando a outra no bolso no casaco.

Se separaram, colando suas testas,e logo Dante passou seus braços por seus ombros, Ari encostando a cabeça em seu peito, abraçando sua cintura.

Ambos foram interrompidos por Soledad.

– Desculpe atrapalhar, meninos. Mas temos que ir. – passou a mão pelos cabelos de Ari, como sua mãe fazia. Deu um beijo em sua testa, e direcionou o olhar ao filho.

O mesmo suspirou, balançando a cabeça em uma confirmação pra mãe. Soledad se afastou, se juntando a Sam, que observava a cena perto ao carro, com Gina e Suzie.

– Bom, parece que você tem que ir. - disse Ari, com um sorriso sem felicidade.

– É. – concordou Dante.

– Vou sentir sua falta. Muita. – falou Ari, beijando a ponta de seu nariz. Dante sorriu bobo, não conseguiria ficar tão triste, não quando Ari fazia essas coisas, já que raramente demonstrava tanto afeto perto de outras pessoas.

– Também vou sentir a sua. Muita mesmo. – respondeu, dando um rápido selinho em Ari. – Sabe que vou escrever milhares de cartas, certo?

Ari sorriu. Ele sabia.

– É claro, mas você sabe que não responderei todas elas, certo? – respondeu com um tom divertido.

– E cadê a novidade? – falou o maior, com uma sobrancelha arqueada.

Ambos riram. Como sempre. Sempre tinham esses diálogos simples, que sempre resultavam em risadas. Afinal, rir era um dos segredos do universo.

Dante foi em direção ao carro, abrindo a porta do banco de trás. Se virou uma última vez na direção das amigas e do namorado. Acenou, e sorriu.

Nenhum dos quatro se importariam de esperar. Sentiriam saudades? Claro. Mas quando se tratava de uns dos outros, eles esperariam o tempo que fosse preciso. Principalmente Ari.

Dante entrou e fechou a porta, e logo, os Quintana não estavam mais na cidade.

-×-

oi gente!! eu fiz algumas mudanças, e corrigi minha escrita :)

escrevi isso em 2019, e alguns erros me deram muita agonia KKKKK

o título anteriormente era "I will wait for you", mas eu atualizei pra "that's how it ends", enquanto escutava "Till Forever Falls Apart" da Ashe, que tá na minha playlist de aridante no spotify

enfim, espero que gostem tanto quanto antes, obrigado pelo carinho <3

that's how it ends - ¡aridante au!Onde histórias criam vida. Descubra agora