O chão parecia mover-se sob seus pés, sua cabeça ficou quente, o quarto à sua frente embotou apesar da luz brilhante do fogo que enchia a sala de estar de Lucius. Ela sentiu um braço forte envolver sua cintura quando o chão começou a se aproximar, o corpo sólido e quente de Lucius sustentando-a enquanto sua cabeça girava.
"Narcissa? O que é? O que disse? Narcissa?" Ela podia ouvir a voz dele, registrar as palavras que estavam sendo ditas, mas parecia distante, distante, e ela não conseguia pensar em como responder.
"Vamos, minha flor", ele murmurou, e ela o sentiu levantá-la, segurando-a firmemente contra ele enquanto a carregava para fora do quarto. "Você está bem," ele disse suavemente. "Você só precisa se deitar."
Ele a levou para cima, colocando-a suavemente em sua cama antes de buscar-lhe uma taça de água. Deslizando um braço ao redor de seus ombros esbeltos, ele a levantou, entregando-lhe o cálice.
"Beba," ele disse com firmeza, embora mantivesse seu tom gentil. Ela pegou a taça e bebeu, a água ajudando a limpar lentamente sua cabeça nebulosa. Lucius gentilmente colocou uma mecha loira atrás da orelha dela, seus olhos cinzas preocupados.
"Agora, você vai me dizer o que estava naquela carta?" ele perguntou. Narcissa respirou trêmula, deixando a taça de lado.
"Foi... foi do pai," ela murmurou. "Andrômeda... foi deserdada. Ela fugiu com o garoto trouxa." As palavras quase pareceram ficar presas em sua garganta enquanto ela tentava forçá-las a sair. Educado como sempre na arte de controlar suas expressões, Lucius evitou que seu queixo caísse, embora não sem alguma dificuldade. Ele pegou a carta agora amassada da mão dela e a examinou rapidamente.
"Ela nos deixou... por ele... por um menino... ela nos abandonou... por um maldito sangue-ruim", disse ela, um pequeno rosnado retumbando em seu peito enquanto falava. "Ela abandonou suas irmãs... ela me abandonou, por um pedaço de sujeira de sangue-ruim!" Lágrimas quentes escorriam pelo seu rosto enquanto ela falava, um pequeno soluço escapando dela. Ela parecia quase quebrar, desmoronando quando a realidade de tudo a atingiu. Lucius silenciosamente a puxou em seus braços, embalando-a para ele enquanto ela chorava. Ele não sabia o que dizer, o que fazer. Ela tinha acabado de perder sua irmã e não havia nada
