Polvo de chiclete na parede. Histeria total. Os elfos recolheram suas crianças e se preparam para saírem correndo dali. Eles se esbarravam, gritavam. Dava até dó.
Shad aproveitou a agitação e foi até Aneline, libertando-a das amarras.
— Eles te fizeram mal? — perguntou o vampiro, formalmente preocupado.
— Não tanto quanto você me fez — a garota foi serena na resposta.
Ele pareceu se magoar com isto.
— Aneline, sim, eu era um pateta, um manézão. Mas eu não sou mais esse cara! Eu mudei! Mudei por você! — Shad ficou abalado.
— Uhum, sei... — A garota debochou.
O vampiro pôs a mão na cintura e chorou.
— Você é muito má comigo. Sabia?
A garota sentiu uma pequena pontada no peito. Devia ser asma.
O polvo se aproximava cada vez mais. Shad puxou Aneline pelo braço para levá-la para longe dali, mas a garota pediu licença e se livrou dele, voltando para o acampamento.
Ela encontrou seu escudo de coração em uma das caixas daquele lugar.
— Achei você! — Assim que ela disse isso, a cabana foi arrancada do chão. O polvo a tinha grudado em um dos seus tentáculos, mesmo que não tivesse ventosas, pois era feito de chiclete e tudo já grudava nele naturalmente.
Aneline foi até onde estavam Shad e os outros. O vampiro queria sair dali o quanto antes, mas, quando viu que o lar daqueles elfos estava sendo destruído, parou por um instante. Ele percebeu que Eucrânio queria ajudar também. Os elfos estavam em pânico.
— Tenham calma! — Eucrânio falou bem alto, utilizando seu cajado como megafone. Ele assumiu a liderança, e intentava acalmar a confusão.
Shad ficou feliz que seu amigo assumiu essa parte do caos. O vampiro se deu um momento para se aproximar de Aneline. Ainda choroso, disse à ela:
— Olha, eu sei que você me odeia, mas precisamos de você... — Claro que só queria puxar assunto.
— Eu não te odeio... — A garota se sentiu mal. Assumiu que não era tão boa em ser esnobe quanto Taruska e suas amigas más da escola. — Só odeio que tenha mentido pra mim durante tanto tempo.
— Eu lamento... E que bom que não me odeia. — Ele enxugou as lágrimas com um lencinho. — Vamos derrotar esse polvo e encontrar a saída deste lugar, se é que existe uma...
— Você não tem certeza de que existe uma saída?! — perguntou Aneline, espantada, mas não brava.
— Não. Ninguém nunca havia conhecido essa espécie de peixe antes. Aliás, botos são peixes mesmo?
Aneline ficou despercebida por um momento, e não ouviu a pergunta, pois entrou no mundo da imaginação. Ela pensava que Shad havia entrado ali para salvá-la mesmo não conhecendo uma saída. E que também chorava por ela, coisa que nunca havia visto antes.
Ela deveria dar outra chance pra Shad?
A garota deixaria isso pra depois. Pegou seu escudo e partiu para a batalha.
Eucrânio flutuava no céu através de seu poder de energia branca. Ele tentou utilizar a energia escura para absorver o polvo, mas não funcionou, pois era muito grande. Soldados elfos atiravam com seus jatos d'água, mas não era efetivo. Apenas deixava o polvo com cócegas e sorridente. Os escudos aquáticos dos elfos, no entanto, acabaram sendo ótimos para protegê-los dos golpes dos vários tentáculos do Polvo de Chiclete, que brincava por ali.
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Mundo das Bizarrices
FantasiaAneline é uma garota que vive em uma região onde os jogos digitais são a febre do momento. Diante da triste situação financeira que ela vive juntamente com seu pai, e ainda de luto pela recente morte de sua mãe, ela acaba se envolvendo num "acidente...