2044, 20 de setembro. 08:00 às 10:00

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De supetão, Louis abriu a porta da frente da casa. Titubeou no momento em que avistou a limusine de seu avô estacionada rente à calçada. Ele franziu o cenho confuso, voltando-se para Marinette que vinha logo atrás guiando Hugo pela mão. Um pouco mais distante, viu Emma os seguindo e arrumando a gola de sua camiseta onde Plagg escolheu para se esconder, usando seus cabelos como camuflagem.

"Mamãe, por que o vovô está aqui? Pensei que íamos para a escola. Hoje é terça-feira", ele perguntou abrindo espaço perto da porta para que os demais passassem e cruzou os braços.

Emma tomou a dianteira e passou por eles com sua bolsa-carteiro, já sabendo de todos os motivos os quais iriam passear de limusine.

Marinette abriu um sorriso enquanto ajudava Hugo a descer os degraus. "Vovô não está aqui, Lou", respondeu, "Só a limusine dele. Tio Gorilla vai levar vocês para a escola hoje e nos próximos dias".

No momento em que ela terminou de falar, Hugo voltou sua atenção para os dois demonstrando interesse pela conversa. "A gente vai pra escola hoje de carro?", ele gritou, os olhos azuis brilhando. Louis assentiu com a cabeça, concordando com o irmão mais novo. Ir de carro era uma novidade, eles sempre iam a pé. "E no carro grande do vovô cheio de botões que fazem mil coisas?", o pequeno continuou aos berrinhos de criança.

"Sim, meu bem. Esse mesmo", ela se limitou a confirmar, já soltando risadas.

Hugo nem a deixou terminar de responder e já saiu correndo, ultrapassando a irmã mais velha. Ela já havia aberto a porta e estava pronta para entrar quando ele praticamente se lançou no banco de couro, gritando "oi" para o tio Gorilla.

Isso deixou Emma alarmada e resmungona.

"Ô, guri", Louis a escutou dizer com firmeza, "Toma cuidado. Você pode cair! E nem pense em sair apertando esses botões!".

A irmã mais velha superprotetora.

Ele queria revirar os olhos, mas se conteve por estar em frente à sua mãe.

"Isso é parte daquelas medidas de segurança que a senhora tinha falado ontem?", questionou, receoso.

"São, sim. É melhor vocês andarem com tio Gorilla de hoje em diante só para prevenir coisas que não queremos que aconteçam", sua mãe explicou tornando seu sorriso um pequeno pedido de desculpas. Louis assentiu, comprimindo os lábios por preocupação. "E, filho? Tenta não comentar nada disso na escola. Precisamos ser o mais discretos possível sobre a nossa situação atual", ela complementou.

"Tudo bem. Pode contar comigo, mamãe", ele assegurou puxando um sorriso de canto que se parecia muito com o de seu pai, "Se alguém perguntar, digo que vovô Gabriel perdeu uma aposta pro papai e agora temos a limusine por uma semana!".

Marinette começou a rir novamente. "Eu tenho certeza que isso vai gerar muita fofoca", ela comentou.

"Mamãe, nós já somos assunto de muitas fofocas. Mais uma não vai fazer diferença!", ele deu de ombros.

Ela levou a mão ao cabelo negro-azulado de seu filho, idêntico ao dela, e fez uma carícia. "Só... se limite a brincadeiras, okay querido?", sugeriu em um tom que o fez considerar imediatamente, "Mentiras, mesmo as pequenas e brancas, nunca são a resposta. Precisamos omitir coisas por agora pela necessidade e proteção, mas essa é uma exceção. A sinceridade e honestidade são a regra e o que valem a pena". Ele assentiu.

Dito isso, Louis entrou no carro, tirando sua mochila das costas e colocando no chão como Emma e Hugo fizeram. A irmã mais velha já havia colocado seus fones de ouvido e o mais novo estava com o tablet em mãos, entretido com um jogo que a primeira com certeza havia o incentivado a jogar para ficar quieto.

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