307 ━━ jeon jungkook

A besta

“Você deve se perguntar o que está acontecendo... Eu sinto que estou em uma neblina, então eu não sei”

Ninety One, Señorita

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— ...prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida — repetiu todas as palavras que o padre sussurrou ao seu lado, seus olhos observando todo e qualquer movimento de sua amada a sua frente.

— Confirme o Senhor, benignamente, o consentimento que manifestastes perante a sua Igreja, e Se digne enriquecer-vos com a sua bênção. Não separe o homem o que Deus uniu — pausou e admirou os futuros marido e mulher a sua frente; o amor que os cercava — o noivo pode beijar a noiva e selar o pacto realizado pelos noivos.

João Pessoa, meses antes do acontecimento.
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A PARAIBANA SAIU do seu serviço quatro horas antes, no horário do almoço. Seu chefe havia dispensado todos os funcionários, pois algum de seus parentes havia falecido, Gennie, suspeitava que deveria ser um tio muito próximo, já havia ouvido falar que um tio dele estava internado a alguns dias, então, possivelmente poderia ser ele. De qualquer forma, a garota lamentava muito pela perda do chefe.

Gennie não foi diretamente para a sua casa, com algum dinheiro que havia reservado para comprar algumas coisinhas no mercado, a menina caminhou diretamente para um pequeno mercado perto de seu trabalho. Comprou algumas coisas necessárias que estava faltando e saiu em poucos minutos, cerca de trinta minutos depois, ela iria levar toda a compra na mão, já que não era muito e ela aguentava carregar as sacolas até sua casa.

A residência 307 estava mais estranha que o normal, desde o último episódio do banheiro, a paraibana andava escutando barulhos durante a noite de madeira rangendo e quando o dia amanhecia algumas coisas da casa estava fora de seu lugar, não importava o quanto ela arrumasse tudo, os objetos sempre amanhecia no outro dia todos desorganizados. Gennie também sentia uma presença estranha no quarto com ela durante a madrugada, ela não via nada, não ouvia nada, mas a sensação de sempre ter alguém a observando e vez ou outra deitando consigo na cama, estava lá.

As sacolas já marcavam o braço finos da jovem que começava a endireitar as sacolas nas mãos e braços constantemente, tentando aliviar a pequena ardência que o peso das sacolas estavam fazendo em sua pele.307 estava logo ali, ainda bem!

Júlia estava em frente a sua casa brincando com algo no chão, virada de costas para a mais velha. Gennie sorriu por finalmente saber que a família da casa vizinha havia voltado da viajem, apressou seus passos e chamou a criança alegremente. A pequena soltou o que tinha em suas mãos e devagar virou sua cabeça na direção da mais velha, Gennie tirou o sorriso de seu rosto e deu dois pulos para trás com os olhos arregalados e um grito preso em sua garganta.

A criança tinha seus olhos arregalados e totalmente pretos, pela sua boca e narinas saiam sangue em um vermelho vivo, na lateral de seu rosto, do couro cabeludo até o queixo havia um corte profundo, mostrando da carne e do osso craniano da criança. Júlia tombou sua cabeça para o lado, mostrando mais do corte e de sua pele branca, em poucos segundos ela estava sorrindo para Gennie abrindo mais de sua pele. Aquela coisa não era Júlia!

Gennie grunhiu nervosa, virou seu rosto e correu para longe daquela criatura que estava usando da imagem de sua amiga. Ela entrou aos tropeços na sua casa, largou todas as sacolas no chão sem se importar com o que tinha dentro, por alguns instantes, esquecendo que a porta ainda estava aberta, ela começou a correr para seu quarto, mas voltou para trancar a porta da sala, seja o que fosse aquela coisa ela não podia entrar na 307 e se aquilo nunca mais saísse? E se ele quisesse fazer algo consigo? Não. Não podia.

Quando ela fora para bater a porta e passar a chave algo com muita força empurrou a madeira da porta e com toda a força colocada ali fez com que a paraibana seja jogada para trás, caindo no chão perto da parede, batendo a cabeça no piso de madeira gélido.

Um ser totalmente desfigurado estava na sua frente, a única coisa que ainda estava intacto eram os seus olhos puxados violetas sombrios. Uma sombra negra saia de seu corpo e rodeia todo ele, como se fosse um campo de força o protegendo. Gennie não sabia o que aquilo era, mas queria aquilo o mais longe de si.

O ser expandio-se em uma massa negra gigantesca e rumou-se com toda velocidade para cima da menina que fechou seus olhos e encolheu-se esperando ser engolida por aquilo, mas não fora. Uma massa branca começou a envolve-la e proteger-la do ser horripilante. Quando a massa negra bateu de encontro com a branca, a negra evaporou e sumiu com chiados e sussurros ensurdecedor invadindo todo o cômodo da 307.

A paraibana abriu seus olhos vagarosamente confusa, ao seu redor tudo parecia em perfeita ordem, nada indicava que alguma coisa maligna estivera ali, a não ser pela massa branca começar a ganhar forma humana em sua frente.

— J-Jung-JungKook — gaguejou levantando-se e correndo para o rapaz a sua frente, esticou seu braço e tentou passar seus dígitos pela sua face, sem sucesso — o-o que está acontecendo? — tentou mais uma vez desesperada — Por que não consigo tocar-te?

JungKook sorriu:

— Eu não estou mais preso nessa casa, amor — sussurrou — eu não sou mais um fantasma.

— Como assim?

— Fique bem, meu amor, prometo que nada irá acontecer-te — começou a desaparecer — ele não vai tocar-te nunca. Jamais!

“— Eu sou capaz de tudo para proteger-la, Gabriel!”

“— Você sabe que se fazer alguma coisa com ele, seu receptáculo poderá morrer. Ele ainda está vivo em algum lugar ali e nós, ceifadores, não podemos nunca matar uma pessoa. Temos consequências”

“— Sou capaz de sofrer o pior castigo para manter-la a salvo”

“— Mas JungKook, o pior dos castigo é a não existência. Você vai passar a não existir e ninguém irá lembrar de você... Nem mesmo ela”

“— Eu não me importo!”

Notas Finais|

Vocês estão prestando atenção nas conversas soltas no final e até mesmo, de vez em quanto, no início do capítulo?