| XIII |

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– Idylla, pode desfazer o Grande Eclipse agora? – Saori perguntou.

A garota concordou, dizendo que levaria tempo até que a luz solar pudesse ser vista novamente, mas que pararia o alinhamento dos planetas, trazendo mais fúria para o Deus da Morte e desgosto para o Imperador do Submundo.

– Thanatos, pare.

– O que está pensando, Hypnos? – o gêmeo de cabelos prateados respondeu, jogando o lírio fora – Por que está protegendo ela? Não acabou de ouvir que o Grande Eclipse vai ser parado? Vai nos trair também?

– Claro que não, apenas deixe de ser teimoso e me ouça: tem algo de errado na atitude dela. Pare de atacar.

Hades apenas observava a reação de Hypnos em completo silêncio e, de quando em quando, encarava a filha, tentando entender o que a motivara a uma mudança tão repentina. Decidiu elevar o cosmo para saber como estava o Grande Eclipse e viu que a Terra continuava coberta, levantando ainda mais suas suspeitas de que algo realmente estava errado ali. Ela o traiu, mas não desfez o eclipse como disse que faria, ao contrário: o fenômeno estava terminando de se completar.

Seu olhar azul captou o momento em que a garota usou a telecinese para recuperar a espada ainda fincada na grama. Prestou atenção mais uma vez em Thanatos, que tentava alcançar a Deusa Penitência e enfrentava os cavaleiros de bronze, e em Hypnos, vez que este não mudava de ideia quanto ao fato de havia algo a mais.

– Thanatos, se concentre apenas em manter os cavaleiros ocupados – Hades instruiu. – Cuidarei de Idylla pessoalmente.

– Sim, senhor.

– Mas, Imperador Hades...

– Não podemos ficar fazendo suposições, Hypnos. – o Imperador se preparou para avançar – Vou fazê-la me contar o que está acontecendo nem que seja à força.

Ele avançou na direção das duas deusas, porém concentrado única e exclusivamente em sua filha. Um brilho avermelhado foi refletido em seus olhos azuis, jogando Idylla para longe do conflito.

– Pare, Hades! – Atena se colocou no caminho – Ela é sua filha, não pode fazer isso.

– Esse assunto é entre mim e Idylla, Atena. Saia do caminho.

– De forma alguma! Se quiser machuca-la, terá que passar por mim.

– Deixe que ele venha, Saori. – Idylla já estava de pé novamente – Há coisas que só podem ser esclarecidas por meio da espada.

Saori virou-se para encarar a outra, que apenas assentiu com expressão confiante e desviou o olhar na direção do pai. Hades passou por Atena, elevando o cosmo e levantando a espada para acertar um golpe.

O choque entre lâminas foi mais intenso do que na primeira vez quando o Imperador a pegara desprevenida para testá-la. Idylla era empurrada para trás, pois a força de seu pai era maior que a dela.

– Idylla, como foi capaz de trair seu próprio pai? É impossível que todos os seus pensamentos sobre as pessoas e seus sentimentos sobre Atena e os outros tenham mudado com o que Pégaso falou.

– Ele bem que tem razão, pai. E você sabe disso. – as mãos dela tremiam pela força excessiva que fazia para segurar a espada e não ser atingida.

– Mesmo que isso seja verdade, o que vai mudar? Se os humanos já te maltratavam quando criança, agora será pior. – Hades se afastou e atacou novamente, mas o fio de sua espada se chocou contra o Escudo da Penitência – Não importa quanto tempo passe ou o que você faça, o fardo de ser minha filha estará sempre em seus ombros.

Herdeira do EclipseOnde histórias criam vida. Descubra agora