Special Death

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NOTAS INICIAIS

Bom dia, tarde, noite ou madrugada procês!

VAMOLA, prestem MUITA atenção:

- Esta é uma fanfic que deixa a entender sobre assuntos ligados a profunda melancolia, e aborda fortemente os sentimentos de tristeza da personagem. PORTANTO, se você é uma pessoa sensível a esse tipo de contúdo, não recomendo que leia, ok?

- Conversar e desabafar é muito importante, mas sempre procure ajuda profissional.

- Além disso, a história envolve o sobrenatural do folclore japonês, juntamente com problemas psicológicos, ainda que não seja escrito de forma explícita sobre nenhum dos dois. O assunto sobre suicídio está, também, subentendido.

- As explicações sobre a parte implícita da história vão estar nas NOTAS FINAIS.

* recomendo fortemente que você leia escutando a música "special death" da Mirah, porque de lá que veio o plot e eu imagino ela tocando no fundo do cenário.

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Os passos eram lentos, cambaleantes. Sakura praticamente se arrastava pela floresta arranhando os pés descalços nas folhas secas, pedras e gravetos pelo caminho. Tanto era o frio que ela se abraçava instintivamente, tendo como única fonte de calor as lágrimas espessas que caiam desesperadas pelas bochechas.

Se engasgou em meio ao choro, soltando uma forte lufada de ar pela garganta ao tentar recuperar o fôlego, e observou o vapor de sua boca condensar-se em uma fumaça branca enquanto caia de joelhos na terra dura, tossindo.

A ardência instantânea que se manifestou em suas pernas mostrava que havia cortado os joelhos ao batê-los contra o solo — Não que ela ligasse para isso —

Rastejou demoradamente até uma árvore próxima e descansou as costas no tronco, fechando os olhos e suspirando de forma pesada. O sol já havia se posto há poucos minutos, e a escuridão adornava as árvores tortas com melancolia. Era assustador.

Por que estava ali mesmo?

Estar ali era amedrontador, incerto e confuso. Se perguntava como um lugar tão silencioso poderia gritar tanto, bagunçando sua mente sem permissão alguma.

Oh, sim. Estava ali por Hinata.

Doce Hinata.

Sentiu uma pontada no coração.

Eu te amo tanto, Hina. Amo tanto que dói.

Fitou os pés sujos e esfolados, canelas arranhadas, joelhos cortados e os braços que tremiam pelo frio. A quem ela queria enganar? Tremia de medo. Medo, angústia, tristeza e saudade. Esse era o seu frio.

Eu te amava tanto... Hoje dói muito mais.

Lembrava-se do doce sorriso ganho de graça por qualquer coisa que fazia. Os abraços calorosos que aqueciam mais o coração do que o corpo em si. E os beijos. Os beijos não aqueciam, mas ferviam. Ferviam seu corpo e nublavam sua mente. Claro que lembrava bem disso, era inesquecível.

Mas agora, não teria mais nada disso. Não poderia mais sentir a pele macia de Hinata contra a sua nunca mais. Sua namorada a escaldava, e agora ela estava imersa numa eterna crueldade gélida.

Sua namorada... Não, sua noiva. Há exatamente um ano atrás Hinata se ajoelhou no chão e pediu sua mão. No dia do próprio aniversário, dizendo que o único presente que almejava era uma confirmação.

E ela teve seu desejo cumprido. Hinata recebeu não apenas uma confirmação, como várias. A noite inteira. A cada "sim" dito, se apaixonavam mais e mais.

AokigaharaOnde histórias criam vida. Descubra agora