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Dandara
Estava no terceiro ano da faculdade de contabilidade, amo exatas, combina comigo, uma mulher calculista e arlisosa podemos assim dizer, devo ter puxado esse lado do meu abuelo, ele é a pessoa que mais admiro, por tudo que ele fez e ainda faz, amo ter uma inspiração no mesmo teto que eu.
Após acordar, me preparo para descer e tomar café, visto uma blusa branca, uma calça, uma bota e uma jaqueta preta. Ao descer, meu abuelo já estava na mesa, e como de costume, ele sempre nos esperava para tomarmos café da manhã juntos.
_ Buenos dias mi guerrera - ele diz após me ver.
Meu abuelo me chamava assim por causa de uma história que ele aprendeu após uma viagem para o Brasil, ele fala que o meu nome foi inspirado em uma guerreira chamada Dandara. Apesar de saber que a minha mãe escolheu meu nome aleatóriamente, eu gostava dele pelo jeito que meu vô contava.
_ Buenos dias abuelo - digo lhe dando um beijo em seu rosto e me sentando a mesa.
Em seguida minha irmã desce e se junta a gente.
_ Bom dia vô, bom dia Dan. - minha irmã diz nos cumprimentando e sentando.
_ O que está pensando para a sua festa esse ano? - meu avô pergunta.
_ Acho que não vou fazer nada esse ano. - digo dando um gole no meu suco.
_ Toda vez você diz isso, faz uma dessa vez. - Ana diz.
Eu não gostava muito de festa, não quando se tratava da minha. Quando pequena não tinha muitas comemorações, então fui me acostumando a isso.
_ Sua irmã tem razão, posso organizar a festa, se você quiser, claro. - Meu avô diz animado.
_ Seria ótimo, obrigada! - digo sorrindo.
As festas que o meu abuelo fazia, eram sempre elegantes, participei de algumas que ele fez, mas nem todas eu podia ir.
_ Já vou indo - digo levantando da mesa após ter comido.
_ Pode me levar para a escola? - Ana me pergunta levantando também.
_ Claro, vamos lá. - digo pegando a minha bolsa.
Era o primeiro dia de aula na escola nova que Ana iria, essa era o terceiro colégio que ela estava indo no mesmo ano, o primeiro ela não se adaptou e o segundo foi expulsa por bater em um menino da sua sala, que segundo ela, pegava no seu pé todos os dias.
Pego minha moto e dois capacetes, dando um para Ana, a deixando na porta do colégio.
_ Tenha um bom primeiro dia de aula - digo rindo.
_ Não enche! - ela diz revirando os olhos, me entrega o capacete e atravessando a rua.
_ Também te amo - digo alto fazendo ela olhar para trás mostrando o dedo do meio para mim enquanto dava um sorriso falso.
Antes de ir para a faculdade e encontrar meus amigos, mando uma mensagem para Martin.
Mensagem.
Você: Alguma coisa pra fazermos hoje?
Martin: você ainda vai me meter em encrenca, mas sim, tem uma festa dos Santos hoje.
Você: Passa lá em casa mais tarde, e a gente vai.
Martin: Eu não tenho muita escolha né.
Mensagem off.
Conheci o Martin em uma das reuniões do meu abuelo há uns quatro anos atrás. A gente ficou algumas vezes mas não deu muito certo, então decidimos permanecer como amigos, nada além disso. Martin é um dos santos, trabalha para o meu avô, então preferimos deixar a nossa amizade em segredo, já que eu não podia ter contato com nada que envolvesse os negócios da família, apesar de estar envolvida até demais.
Cheguei na frente do prédio onde meus amigos Mônica e Javier me esperavam.
_ O que pensam em fazer hoje? - Mônica pergunta.
_ Nada, e provavelmente a Dan também não. - Javier diz falando por mim.
_ Na verdade, eu tenho sim. - digo fazendo os seus olhos estreitarem enquanto me encaravam.
_ O que a senhorita tem de tão importante para não sair com a gente hoje? - Mônica pergunta debochada.
_ É... Vou sair com um cara, sabe. - menti, não poderia dizer que iria para a festa de uma gangue.
_ Hum... quem é? A gente conhece? - Javier pergunta curioso.
_ Não, não conhecem. - digo tentando convence-los.
_ Você não está namorando, está? - Mônica pergunta.
_ Não, quando foi que você me viu namorando? - pergunto a encarando.
_ Verdade, nunca vi. - Mônica diz dando de ombros.
Já namorei algumas vezes mas foi antes da faculdade, os relacionamentos que tive nunca deram certo, desde então não namorei com mais ninguém, apenas fiquei. Cheguei a conhecer pessoas legais até, mas não sentia nada forte por elas, Martin foi uma dessas pessoas.
Depois da faculdade, peguei a Ana no colégio e fomos para casa, estudávamos pela manhã então teríamos a tarde livre.
_ Como foi a aula? - pergunto após chegarmos em casa.
_ Não foi nada mal, conheci pessoas legais lá. - ela diz, parecia bastante feliz.
_ Que bom, qualquer dia desses trás eles aqui. - disse fazendo ela assenti.
Subi para o meu quarto e já que tinha a tarde livre, decidi cuidar um pouco do meu cabelo, fazendo uma hidratação, coloquei uma toca e fui em direção às escadas para descer e almoçar, quando dou de cara com o meu tio saindo do seu quarto.
_ Oi, Dandara - meu tio diz após abrir a porta e me ver. Ele estava com a camisa aberta e seu cabelo parecia bagunçado.
_ Oi, Gael. - digo forçando um sorriso mas sem mostrar os dentes.
_ Olá queridinha, tudo bom? - uma mulher diz após abrir ainda mais a porta do quarto.
_ Tudo? Você é... - finjo tentar lembrar o nome dela.
_ Beatriz - ela diz sorrindo.
_ Vá vestir uma roupa, por favor! - Gael diz para a Beatriz que estava só de calcinha e sutiã.
Ignorei a situação constrangedora em que eu estava e desci as escadas.
Beatriz era só uma das muitas mulheres que meu tio trazia, ele veio para a casa do meu abuelo há quase dois anos atrás, disse que estava com problemas financeiros e que passaria um tempo aqui, desde de então ele vive trazendo mulheres, um verdadeiro mulherengo. Apesar de morar na mesma casa que ele, eu não o encontro com muita frequência, nem mesmo nas refeições.
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O que acharam do capítulo?
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Tão perigosa quanto você (Oscar Diaz)
FanfictionApós ser abandonada pela mãe, Dandara e a sua irmã mais nova foi acolhida pelo Sr. Lis Gonzáles, seu abuelo, um dos fundadores dos "Los Santos". Sempre afastada dos negócios da família, ela dava um jeito de se envolver. Após uma tragédia, descobre q...