tá com akaashi, tá com deus

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Akaashi tinha 25 anos quando adotou seu poço de felicidade e animação, seu pequeno raio de sol, sua bergamota fofa e saltitante. Agora, após cerca de 1 ano, Akaashi ainda se sentia deslumbrado quando admirava sua pequena mola em formato de gente.

Hinata Shouyou era uma criança de 5 anos bem elétrica e animada, segundo todos os professores da escolinha que o pequeno ruivinho frequentava. O garotinho não gostava muito de estudar, mas quando seu amiguinho Kageyama Tobio dizia coisas como "eu já consigo escrever o nome dos meus pais com letra bonita e você não", Kaori, uma das professoras e velha amiga de Akaashi, dizia que encarnava o diabo no coro de Hinata e ele passava horas tentando escrever o nome do seu único pai com a caligrafia mais bonita que conseguisse.

Já Keiji se sentia o dono do mundo toda vez que via seu adorável Shouyou falando animadamente sobre o dia na escolinha, com onomatopeias que apenas ele entendia, rindo alto e gritando frases aleatórias, tamanha sua euforia. Ele sempre ficava agitado com qualquer coisa, lembrando Akaashi os tempos de escola, quando ainda jogava voleibol e seu capitão tinha uma personalidade muito parecida com a do seu filho adotivo.

Hinata representava uma boa memória para o moreno.

— Papai, papai! — a pequena tangerina animada clamava por atenção no banco de trás do carro, fazendo vários gestos com as mãos e balançando os pés tão rápido, que Akaashi chegou a achar que as canelas do garotinho se desprenderiam do pequeno corpo. — Eu já sei o que eu quero de aniversário!

— O seu aniversário ainda tá longe, Shou — Keiji respondeu sorrindo. Não que isso fosse fazer alguma diferença, o pai babão provavelmente compraria o tal presente, de qualquer forma.

— Mas eu não tô falando do meu aniversário, papai! — Hinatinha disse com uma expressão confusa. — É o aniversário do tio da escola! Ele é o meu tio favorito e vai fazer aniversário semana que vem!

Ah, não, o moreno pensava. Ele perderia seus ienes com um completo desconhecido.

— Ah, você gosta dele, é? — o adulto perguntou com uma falsa animação. Não que não se importasse com as pessoas que estivessem ao redor do filho, mas ele, por si só, não tinha essa personalidade extremamente animada que o baixinho carregava.

— Bastante! — o ruivinho gritou sorrindo. — Até o Tsukki gosta dele!

— Então ele deve ser legal mesmo — Akaashi ficou verdadeiramente surpreso. Tsukishima era uma criança bem difícil de agradar.

— Ele é muito legal mesmo, papai! Você tem que conhecer ele — a aboborazinha exclamou do banco de trás. — Se o senhor vier me buscar mais cedo, vai dar tempo de ver ele! Por favor, papai, aí você pode me ajudar com o presente dele!

Akaashi sabia que estava assinando contrato com o diabo, ele sabia que concordar era uma atitude perigosa, que custaria sua paz, mas mesmo assim "ele fez a senteçah dele". Estaria condenado a 3 dias de drama e reclamações caso não conhecesse esse tio, tão amado pelo seu filho, no dia seguinte.

Acontece que Akaashi pensou que, se na época de colegial ele conseguiu conviver com seu capitão, ele também conseguia conviver com o filho, que tinha uma personalidade tão parecida com o ex-colega.

Ledo engado. Bokuto era mais fácil de ludibriar do que uma criancinha de 5 anos.

— Eu vou tentar sair do trabalho mais cedo amanhã, pode ser? — o adulto propôs com um sorrisinho, já pensando em qual doce comprar para compensar por não ter aparecido.

— Não! — Shouyou exclamou, surpreendendo Akaashi. — Você precisa conhecer ele, papai!

— Por quê, Shou? — Keiji estava desconfiado, provavelmente seu filho sabia de alguma coisa sobre esse tio que era relacionada a ele e não queria contar. Em ocasiões corriqueiras, Hinata aceitaria um pedaço de bolo de chocolate feito por Miya Osamu e esqueceria do assunto. — Quem é ele?

surpresa! - bokuakaOnde histórias criam vida. Descubra agora