A Carta

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"Konichiwa Sasuke, hoje, enquanto escrevo essa carta, fazem exatos 8 longos anos que você saiu por aqueles portões e que eu acordei naquele banco frio. Lembro-me como se fosse ontem, despertei assustada, já nasciam os primeiros raios de sol, procurei por você, por algum vestígio da sua presença.

A única coisa que encontrei foi a sua antiga bandana, que até hoje trago amarrada a minha cintura, escondida embaixo do meu colete ninja. Ela está bem gasta e um pouco arranhada, mas é a única lembrança sua que me restou.

Naquele dia eu chorei, chorei como se a minha vida dependesse disso, mas eu não chorei por você.

Não

Eu chorei por mim, chorei porque era fraca, chorei porque eu não fui forte o bastante, nem pra te impedir, nem pra te seguir.

Chorei porque mais uma vez eu fiquei para trás.

E foi ali, em meio as lágrimas de angústia, remorso e culpa que eu tomei uma decisão.

Procuraria você, mesmo que eu precisasse viajar até os quatro cantos desse planeta, prometi a mim mesma que te encontraria, te traria de volta e te mostraria onde é o seu verdadeiro lar, mesmo que este não fosse ao meu lado.

Acordei disposta no dia seguinte, fiz o treinamento em equipe com o Naruto-kun e o Kakashi-sensei. Mesmo quando eles foram embora, eu continuei ali, praticando mais e mais.

Assim se seguiram dias, semanas, meses.

Perdi as contas da quantidade de vezes que acordei no hospital por conta dos desmaios causados por exaustão, passei a usar faixas nos punhos que foram substituídas anos depois por luvas de couro, a fim de esconder e prevenir os muitos machucados, inchaços e hematomas.

Eu crescia cada vez mais Sasuke, nem tanto em estatura, mas em meu interior, não era mais aquela menininha fútil e superficial.

Completavam-se um ano e meio da sua partida quando eu me tornei uma chunnin e a minha vida virou de cabeça para baixo. Naquela época, Naruto e eu éramos inseparáveis, o considerava um irmão mais velho.

Havíamos nos aproximado muito desde a perda da minha okaasan no ataque ao primeiro exame chunnin e ainda mais quando me mudei para um pequeno apartamento no mesmo prédio que o loiro.

Quando eu recebi a notícia de que o mesmo sairia em uma jornada de treinamento, meu mundo caiu, Naruto foi se aproximando aos poucos e quando eu menos esperava, ele já havia se tornado meu melhor amigo, meu irmão e confidente, meu porto-seguro.

Mas eu não o impediria, sabia que se pedisse ele ficaria comigo, jamais me perdoaria se ele desistisse de trilhar o caminho que Jiraya-sennin lhe mostrava em direção ao seu sonho, eu seria um peso novamente.

Tranquei a tristeza e a angústia a sete chaves no meu interior, vesti um grande sorriso como máscara e despedi-me desejando sorte, porém, quando ele virou as costas e sumiu por entre as árvores eu chorei de novo.

Porque mais uma vez eu fiquei para trás.

Me afoguei no trabalho, pegava uma missão atrás da outra e nunca estava em casa, foi numa dessas missões que eu soube que meu otousan estava doente.



Não cheguei a tempo.



Não pude me despedir.




Haviam se passado 3 anos da sua partida e 1 ano e meio da de Naruto, eu estava sozinha, inconformada com o rumo que a minha vida tomara.

Com Amor... Haruno SakuraOnde histórias criam vida. Descubra agora