Capítulo 40 - Pequena Sombra

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  Não precisei andar muito para encontrar com alvos e então logo abate-los. Encontrei primeiro, um grupo de quatro pessoas, não precisei de muito para derruba-los.

  Em seguida encontrei outros, alguns fugiam do gás, por pouco também não fui pega por ele. Outros quando os encontrei, me subestimaram, zombaram de mim, mas mostrei o motivo para se arrependerem disso. Estava sozinha, enfrentei e lutei contra muitos grupos, enquanto me defendia de todos os ataques em vãos, os pensamentos ainda me perturbavam, como monstros na minha cabeça que me forçavam a continuar.

  Aquilo só me mostrou o quanto era forte, não precisei de ninguém, ninguém para me ajudar a enfrenta-los, percebi que não precisava de um grupo grande para me ajudar a enfrentar outro bem maior.

   Em pé próxima a pedras grandes e algumas arvores, tinha nas costas uma mochila da cor verde com rações e granadas, nos ombros duas armas grandes, uma AWM, outra com o nome de Kar98 e em mãos estava com uma submetralhadora.

   Segurava a arma fortemente em minhas mãos enquanto olhava em volta, sentia o canto da minha boca arder, e pude sentir gosto de sangue alguns segundos depois, em minha testa no canto esquerdo escorria algumas gostas de sangue juntamente com suor, meus braços estavam arranhados com alguns cortes profundos.

   Estava bem longe  de Danger, tinha percorrido por muitos lugares e casas, estava agora parada, tentando decidir para onde iria. O céu parecia estar ficando mais amarelado, e com isso parecia que o calor lá dentro estava aumentando, me abaixo remexendo na mochila a procura das pequenas garrafas de água que tinha. Pego uma as pressa, no momento em que guardava a garrafa vazia, paro o movimento ao escutar sons atrás de mim.

   Olho cuidadosamente para trás, estava próxima a uma pedra onde refletia a sua grande sombra, aperto os olhos ao notar outra sombra de mexer na pedra, um pequena sombra.

       —Oi? – Falo dando um passo a frente. – Esta com sede? – Pergunto tentando atrair a sombra, ainda tinha em mente meus próximos movimentos, mas eles desaparecem quando percebo cabelos alaranjados aparecerem de trás da pedra.

   Era uma garota, a mesma garotinha de cabelos ruivos que tinha ajudado no começo do Jogo. Ela tinha em mãos um revolver, que lentamente e com incerteza inclina em minha direção.

       —Uou. – Me espanto ao vela com a mira pronta para me atingir. – Sabe usar isso? – Pergunto enrugando a testa, e garota então um pouco menor que eu destrava o revolver. – Tudo bem. – Falo em um gesto de rendição. – Não vou fazer nada com você. – Falo. Ela olha para a mochila próxima a mim.

       —A mochila. – Diz autoritária. Em movimentos calmos a pego e jogo em direção a garota.

   Ela lentamente se abaixa, examina o que tinha dentro enquanto com a outra mão tentava manter o revolver em minha direção. Ela olha para mim, e então em movimentos urgentes, pega duas das garrafas de água deixando até de lado o revolver. Ela bebe toda a água que tinha nas duas garrafas, quando se levanta parecendo estar satisfeita, ainda com uma outra garrafa cheia em mãos joga a mochila para mim.

       —Obrigada. – Diz então da alguns passos para trás querendo se distanciar.

       —Espera. – Falo antes de ir mais longe. – Podemos ficar juntas – Me surpreendo com minhas próprias palavras. Talvez só quisesse protege-la.

       —Não preciso, e sei que você também não.

       —Onde estão os outros?

       —Mortos.

       —Você...

       —Não. – Logo nega. – Só não consegui proteger os pequenos o suficiente. – Ela olha para baixo parecendo lembrar de algum momento. – O outro, que você viu naquele dia. – Diz olhando para mim. – Morreu para que eu pudesse continuar viva. – Seus lábios estremecem.

       —Sinto muito.

       —Sente mesmo? – Pergunta dando um passo a frente, concordo lentamente com a cabeça. – Engraçado por que... Não faz muito sentindo isso. – Ela era talvez cinco anos mais nova que eu, mais notei que era tão ameaçadora quanto. – Estive te seguindo a algum tempo. – Diz dando outro passo a frente. – Estive lá...em Danger. – Fico seria. – Vi o que aconteceu, o engraçado é que também sinto muito pelo seu amigo. Mas a culpa não foi sua. – Sinto meu corpo estremecer.

       —A culpa foi minha.

       —Não exatamente. Aquele que morreu, não saio a tempo quando o grupo inimigo chegou, acabou sendo empurrado por eles. Tinha uma mochila... – Ela forçava a se lembrar dos detalhes. – Ele tentou pegar uma mochila, mas não deu tempo de sair de lá.

       —Os cogumelos. – Falo como um estalo na minha cabeça. – Ele tentou tira-los de lá. Por isso a explosão foi maior. 

       —Não sei o que isso significa para você. – Ela da de ombros. Fica em silencio alguns minutos. – Você é boa. – Volta a falar, ainda com o revolver em mãos. – Vi quando derrubou aqueles três logo depois da explosão. Também vi que derrubou todos aqueles outros grupos, sozinha. – Ela aperta os lábios ainda pensativa. – Talvez aceite ficar com você. – Ela diz. – Por que tenho a certeza que estando com você, talvez não corra tanto perigo assim. – Ela me olha me examinando. – Posso, confiar em você? – Ela arqueia as sobrancelhas.

   Ela era tão pequena, mais tinha uma postura de autoridade, talvez chegasse ao meu nível de ameaçadora e de autoritária no fim das contas.

       —Você, pode confiar em mim. Não sou tão mal assim...

       —A não? – Ela cruza os braços, ignoro sua pergunta.

       —Qual é seu nome?

       —Samantha. Mas pode me chamar de Sam.


***

No fim das contas, Nara não quer ficar sozinha...

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