Capítulo 2 - Tentação

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"O Vampirismo Psíquico não é algo simples como parece ser", Lu Han falou, compenetrado em passar adiante um pouco de seu conhecimento e de suas pesquisas.

"É conflitante e por muitas vezes complicado de categorizar. Pode ser ao mesmo tempo consciente e subconsciente. Há muitas pessoas por aí que se dizem vampiros psíquicos e eu creio que elas realmente o são, no sentido teórico da palavra. Porque existe algo importante na lenda vampírica que muitos acabam se esquecendo", ele continuou; um pequeno sorriso em seus lábios. "Vampiros são mortos-vivos, imortais, que caminham entre os seres humanos, mas não fazem parte deles."

Sehun tremeu com aquela afirmação. Apesar da palidez, Lu Han não parecia ser uma pessoa morta e o maior não queria pensar no outro como algo assim. Pensar desse jeito era cruel. Como ele poderia nutrir algum sentimento por alguém que estava morto?

"Mas quando os vampiros se alimentam de sangue ou o que quer que seja, eles acabam tomando uma parte da vida de suas vítimas para si, não é mesmo? E isso os mantém vivos, certo?", Sehun perguntou, encarando o mais velho, apesar deste não retribuir seu olhar.

"É daí que vem o termo morto-vivo, Sehun. Roubar uma parte da vida alheia é a única forma com a qual eles conseguem sobreviver", Lu Han afirmou de maneira triste, suspirando. "Não é algo fácil, mas é necessário. É algo que deve ser feito. Com o passar do tempo alguns vampiros optam por não se alimentarem de sangue e assim passam a usar a energia vital como alimento, o que os possibilita de se saciarem não só com humanos, como também com animais, plantas e simples objetos. Tudo é rodeado por energia, por mais fraca que esta seja."

"Mas os vampiros psíquicos não sentem falta de sangue? Não se sentem atraídos por isso? Tentados?", Sehun perguntou novamente. Ele sentia que Lu Han contava um pouco de si quando falava de suas pesquisas.

O mais velho mordeu o lábio inferior, pensativo.

"Claro que eles se sentem tentados a experimentar sangue humano, mas ter auto controle e resistência é algo que eles aprendem desde que nascem para essa nova 'vida'", ele respondeu, olhando para um ponto acima da cabeça do maior.

"O sangue humano é tão bom assim?", Sehun perguntou num misto de curiosidade e medo.

"Não sei. Eu nunca provei", Lu Han falou, arrancando uma gargalhada de Hegarty. O menor precisava mentir, já que o mais novo parecia estar esperando apenas uma falha sua para ter certeza de quem ele era.

"Porém", ele acrescentou rapidamente; "Durante as minhas pesquisas, eu anotei relatos de pessoas envolvidas com o vampirismo sanguíneo e com o psíquico e a sede por sangue acontece em ambas às categorias. A única diferença é que os vampiros que se alimentam puramente de sangue tendem a sofrer mais com a falta deste, enquanto que os psíquicos conseguem suportar longos anos sem provar sequer uma gota."

"Mas quando provam, eles perdem o controle, não?", Sehun voltou a perguntar. Em sua mente, Lu Han sempre tinha sido uma figura ambígua. Ele se lembrava da fisionomia triste do mais velho ao resgatá-lo; do jeito com que o outro não queria ficar em sua presença com medo de machucá-lo e principalmente se lembrava da transformação por qual Lu Han passou ao provar do mísero sangue que escorria de sua bochecha machucada. O mais velho havia enlouquecido com aquilo.

"Muitos perdem momentaneamente o controle; porém, passado o torpor do sangue, eles voltam a ficar conscientes de seus atos, muitas vezes se sentindo culpados por terem sucumbido à luxúria da sede. Outros, infelizmente, nunca mais voltam ao normal e se viciam completamente no gosto de sangue", Lu Han respondeu de um jeito sério e sombrio.

Sehun passou a língua pelos lábios; um sinal de nervoso.

"Pela sua declaração, parece que o sangue humano é quase irresistível. Uma vez provado, é bem difícil de se segurar e parar de tomá-lo", o maior afirmou; seu olhar mais uma vez tentando encontrar o do mais velho, mas sem sucesso.

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