Bokuto não sabia quando, não fazia ideia de como ou o porquê; Apenas sabia que estava apaixonado por Akaashi Keiji.
Era um fato. Estava tatuado em letras visíveis na sua testa.
Se via vidrado no modo como ele andava, da maneira como falava; As palavras eram como canções antigas saindo dos seus lábios, sua estação de rádio particular. Bokuto passava tempo demais o encarando, o bastante para decorar cada partezinha do seu corpo.
Seus longos cílios, os olhos de cor questionáveis, seus lábios finos. O pescoço que Bokuto já se imaginou beijando e deixando sua marca na pele pálida vezes o suficiente para deixar de sentir vergonha. Os seus ombros estreitos e braços fortes; Suas mãos.
Essa, com certeza, era a parte favorita de Bokuto. Seus dedos longos, com o toque mais preciso do mundo. No vôlei, claro. Apenas em sonhos ele conseguia senti-lo. Sentia inveja da Mikasa. Se não amasse aquela bola já teria esfaqueado ela na base do ódio. Principalmente logo após ela se jogar contra a cara linda de Akaashi. Como ela ousava machuca seu nariz e ainda ter o privilégio de ficar embaixo de seus braços?
O mundo e suas injustiças.
Bokuto queria saber qual foi o gatilho que o fez virar escravo de Akaashi.
Certa vez, Kuroo lhe disse:
''Sabia que você precisa de apenas seis segundos para se apaixonar?''
Ele lembra de ter falado sobre como aquilo era um exagero. Seis segundos? Uma mijada demorava mais. Como ele poderia gamar em alguém durante seis segundos?
Hoje, Bokuto entende com mais clareza. Acha até mesmo que precisou de apenas três e não seis segundos para se apaixonar por Akaashi.
Três segundos para se tornar um detendo apaixonado sem carinho e sem cuidados desprezado em uma cela.
E sua donzela não dava nem uma chancezinha a ele.
Bokuto se sentia em uma música do Seu jorge.
Dizia "Oi", Akaashi nem chu.
Quando ele aparecia, Bokuto parava tudo.
Mandava beijo, ele não pegava.
Pisca o olho, ele se negava.
Fazia pose, ele não via.
Jogava charme, era ignorado.
Chegava junto, Akaashi saia fora.
Escrevia, e ele não lia.
Tava difícil.
"Ele me odeia!"
Kuroo, seu melhor amigo e fiel conselheiro amoroso, deu tapinhas em seus ombros, descendo para esfregar suas costas.
"Eu não acho que ele te odeia, bro. Talvez ele só não te leve a sério"
"Como assim?" pergunta Bokuto. A voz chorosa e a cara molhada de lágrimas e ranho.
Kuroo deu de ombros.
"Ele deve achar que você flerta com todo mundo. Que pra você é brincadeira."
"Mas eu sou totalmente devotado a ele."
"Bro, você me dá selinhos quando a gente se encontra" diz Kuroo. "Cara, você dá beijinho até no meu Daichi. Zero respeito comigo"
"Mas é minha maneira de saudar vocês, sempre foi assim."
"É disso que eu to falando, Bo. O Akaashi ver essas coisas e deve pensar que o que você faz pra ele não é nada especial. Que você é assim com todos."
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Três segundos
FanfictionOnde Bokuto estava achando difícil segurar a barra que era gostar de Akaashi Keiji