Kai observava Brie chamando Billie para irem embora. O irmão bombado levantou-se de trás de um arbusto, limpou as mãos na calça jeans, olhou ao redor e a acompanhou.
Não demorou muito para que o telefone celular secreto tocasse no bolso de seu moletom emprestado.
Ele encarou o número sem nome por um instante. Sabia bem quem era, mas gostava de não parecer estar tão disposto a entendê-la.
— Kai aqui — disse ao aceitar a ligação, finalmente.
— Onde você está? — perguntou a voz embargada e minimamente atraente do outro lado. Kai a imaginava exatamente como ela estava: olhos com muita maquiagem, o cabelo balançando em cachos, roçando os ombros, cheio de elásticos coloridos pendendo umas tranças aqui, outras ali.
— Quedas Gringas — era assim que ela chamava a cidade. Tudo nela era diferente, e ao seu redor, tudo, uma hora ou outra, também ficava assim. Kai gostava disso. Da rebeldia, da liberdade, do tipo de ser que ela é.
— Os idiotas fizeram merda outra vez, a polícia está atrás da gente. Talvez eu precise de uma mãozinha — Kai ouvia quando ela colocava e tirava o costumeiro pirulito na boca. O sotaque se agarrando em algumas palavras.
— E o que eu posso fazer? — ela odiava como Kai parecia mais idiota que os outros, e ele gostava de parecer assim.
— Cuide da polícia. Os idiotas são meus.
— Só isso?
— Tente não deixar pistas dessa vez.
— Espera, Armia...
Ela já havia desligado.
Quando Kai descobriu que era uma aberração assassina, outras aberrações apareceram. Algumas o ajudaram a ter um controle sobre o lado assassino, outras à esconder apenas a aberração. Infelizmente, os errados parecem mais próximos.
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Verão Taciturno (livro dois)
FantasyEm Verão Taciturno, a série O Falso Demônio ganha uma nova narradora: Brie - a amada de Ace -, e fica ainda mais turbulenta com a chegada de Kai - o misterioso Demônio da Tasmânia. Nessa nova jornada, o sol não se trata apenas de uma lembrança...