Era um menino guloso, comia tudo que via pela frente.
Quando viu um espelho, não hesitou em devorá-lo.
Comia de tudo, comia de todos, a qualquer hora e a qualquer lugar.
Quando olhou para os lados, não havia mais nada, mais ninguém, nem hora e nem lugar.
Começou a chorar para devorar as próprias lágrimas, sangrar para devorar o próprio sangue, rir para saciar o próprio ego e morder até saciar sua própria fome.
Puxou seus lábios com seus dentes dianteiros, arrancou os mesmos sem piedade. Usou sua língua para estancar o sangue, mas acabou por engoli-la também.
E por fim, apenas seu ego lhe saciava, aquele filho da puta.