Na Sori
— Seu navio é uma maravilha, senhor Lee! — digo repousando minha mão sobre seu ombro, elogiando o senhor ao meu lado.
— Obrigado, Sori.
— Como gosta do seu caviar, senhor? — o garçom pergunta para Taehyung.
— Eu não quero caviar, obrigado. — disse ele, com um olhar tímido. — Eu não gosto muito.
— Onde exatamente mora, senhor Kim? — mamãe perguntou, com a intensão de trazer desconforto para o garoto sentado à minha frente.
— Bom, no momento o meu endereço é o RMS Titanic. Depois daqui estou nas mãos de Deus.
— E como tem meios para viajar? — ela sorri.
— Eu trabalho de lugar em lugar, sabe? Navios de carga... mas eu ganhei minha passagem para o Titanic em uma jogada de sorte. — ele riu e assentiu.
— Toda vida é um jogo de sorte. — disse o senhor Lee, apontando para todos nós.
— Um verdadeiro homem faz a sua própria sorte. Não é mesmo, Kim? — peguei um pouco de caviar e olhei para Andrew com uma expressão raivosa por ele ter dito aquilo.
Taehyung assente, mesmo não concordando.
— E acha esse tipo de vida atraente? — mamãe me olhava com um sorriso no rosto ao dizer aquilo. Ela estava testando a minha paciência, é isso mesmo?
— Sim, senhora. Eu acho! — ele respondeu, lançando uma piscadela para mim. — Afinal, eu tenho tudo o que preciso comigo. Eu tenho ar nos meus pulmões e algumas folhas de papel em branco. Gosto de acordar de manhã sem saber o que vai acontecer, quem irei conhecer ou onde vou parar. Outra noite eu estava dormindo debaixo da ponte e agora estou aqui, no melhor navio do mundo tomando champanhe com tanta gente boa! — o mesmo corou ao dizer aquilo. — Aceito um pouco mais.
Nada pôde explicar a forma como ele me tirou de órbita quando disse todas essas palavras. Enquanto alguns riam e concordavam, eu só sabia enxergar Taehyung com o olhar mais admirável possível.
— Eu acho que a vida é preciosa e não pretendo desperdiçá-la. — ele continua. — Nunca se sabe a mão que irá receber em seguida. A gente aprende a aceitar a vida como se apresenta.
Andrew, ignorando todas aquelas palavras, pegou um cigarro na mão e desviou o olhar, procurando um isqueiro. Assim que Taehyung nota, sussurra para ele:
— Ah, pegue, Andrew! — ele joga o isqueiro que é facilmente agarrado pelo meu noivo. — Sabe... devemos fazer cada dia valer a pena.
— Falou bem, Taehyung. — Margoret toma um gole do champanhe e para para apreciar a fala dele.
— Concordo!
Olho para ele, sorrindo e estendo minha taça para todos fazermos um brinde, dizendo:
— Fazer valer a pena.
— Fazer valer a pena! — os outros repetem estendendo suas taças também.
Quebra de Tempo
Depois de algumas horas, a maioria daquelas pessoas estavam sob o efeito do champanhe e não ligavam muito para minha presença. Me levanto para ir até a saída, mas antes cumprimento algumas pessoas que passam por mim.
— Já vai? — perguntei, fazendo Taehyung me olhar.
— Sim, preciso ir! — ele beijou minha mão como um ato de cavalheirismo e me entregou um pequeno bilhete sem que ninguém percebesse e saiu me olhando de lado.
Assim que ele se retina, abro o pequeno papel e nele está escrito que ele estava me esperando na escadaria principal. Sem mais delongas, me apresso em andar até lá, encontrando um Taehyung sorridente, dizendo:
— Então... quer ir à uma festa de verdade? — perguntou, meio desconfiando por várias pessoas estarem ao nosso redor.
— Vamos! — disse lhe retribuindo um sorriso.
Enquanto descíamos até a 3º classe, podia-se ouvir a música alta e a euforia de pessoas dançando. Tudo estava uma loucura, pessoas bebiam, caiam e levantavam.
E eu estava amando aquilo.
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Titanic | KTH
FanfictionUm artista pobre e uma jovem rica se conhecem e se apaixonam na fatídica jornada do Titanic, em 1912. Embora esteja noiva do arrogante herdeiro de uma siderúrgica, a jovem desafia sua família e amigos em busca do verdadeiro amor. • Especial de 2 ano...