Tão perigosa quanto você (Oscar Diaz)

3- Por pouco

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Dandara

Já havia anoitecido e todos já estavam nos seus quartos. Após tomar banho, vou até o meu closet e pego um short cintura alta, um croped listrado e a minha jaqueta. Me vesti, passei uma maquiagem leve e em seguida mandei uma mensagem para Martin.

Mensagem.

Dan: Já está vindo?

Martin: chego em cinco minutos, espera ai na frente.

Mensagem off.

Tento fazer o máximo de silêncio que consigo, não queria que ninguém me visse sair. Ainda mais que soubessem para onde eu estava indo! Já estava indo em direção à porta, quando vejo alguém na cozinha, o que me fez soltar um pequeno grito ao vê-lo.

- Porra! Que susto! - digo colocando a mão no peito.

Era o meu tio Gael, ele estava na cozinha com uma taça de vinho na mão, parecia estar preparando algo para comer.

- Ah! Foi mal o susto! - ele diz rindo me fazendo forçar um sorriso. - Para onde está indo? - ele pergunta ainda focado no que estava fazendo.

- É... eu? eu... eu vou... - falei enquanto pensava em alguma desculpa.

- Tsa! Esquece.. não precisa me dizer nada! Eu não vou contar para ninguém! - da de ombros.

- Valeu! - digo e em seguida saio de casa.

É.. Essa foi por pouco, o Gael nunca foi próximo de mim, não me admira ele não ligar para o que eu faço ou deixo se fazer... sorte a minha. Fico na porta da minha casa e depois de uns dois minutos vejo o carro de Martin estacionar do outro lado da rua.

- Você está bonita - ele diz assim que entrei no carro.

- Obrigada! Mas não posso dizer o mesmo de você, né. - digo rindo fazendo ele revirar os olhos. - Brincadeira, você está lindo... e cheiroso - falo após ter abraçado ele. - Aonde vai ser a festa? - pergunto ligando o som do carro no volume baixo.

- Essa festa não é igual as que eu costumo te levar. Essa é maior. - ele diz enquanto dirigia.

- Melhor ainda, não? - digo sorrindo.

- Verdade, mas... eae? Como foi o dia? - ele pergunta.

- Foi bom, apesar de não ter tido nada de importante, e o seu? - pergunto.

- Nada de mais... fizemos algumas entregas, mas não passou disso. - ele diz.

Eu gosto muito da minha amizade com o Martin, posso dizer com toda a certeza que ele é o meu melhor amigo, somos realmente muito próximos.

Depois de quase trinta minutos, chegamos na casa. Martin realmente tinha razão, não era como as festas da gangue que eu estava acostumada a ir, essa festa tinha o dobro de pessoas e ainda por cima, dava para ouvir as músicas na esquina. A parte de fora da casa aparentava ser grande pela quantidade de pessoas que estavam do lado de fora.

Assim que chegamos, fomos cumprimentar alguns amigos de Martin e conhecidos meus, pessoas que eu já havia conversado antes, mas que não mantia contato.

-Ah... acho que vou pegar uma bebida! - digo saindo.

- Vou com você - Martin diz me seguindo.

Estávamos indo em direção a um dos cooler que tinha espalhados pela festa, até que uma garota de cabelo longo puxa Martin pelo braço e começa a beijar ele, ele olha para mim ainda beijando a garota sem entender nada, me fazendo rir e o deixando lá com ela. Peguei duas cerveja e passei por Martin, entregando uma para ele, que ainda estava com a garota lá.

Fui para a pista de dança aproveitar a festa, afinal, vim para isso. Enquanto eu dançava uma das músicas latinas que estava tocando, percebi que um homem careca e tatuado me olhava fixamente, apesar de estar com várias mulheres à sua volta. Não sabia quem ele era, mas também não dei muita importância.

Eu não poderia ficar bêbada! Não sabendo que tenho faculdade amanhã, só bebi uma cerveja, ao contrário de Martin que já aparentava estar bêbado. Enquanto eu dançava, um homem se aproximou de mim, ele começa a dançar comigo.

- Você é muito gostosa. - ele diz se aproximando me fazendo forçar um sorriso. - Qual o seu nome? - ele pergunta.

- Dan. - digo ainda com o falso sorriso no rosto.

Era automático falar meu apelido em vez do meu nome, por isso sempre fazia isso.

- Legal, eu sou o Alejandro - ele diz esticando o braço para um aperto de mão.

Fiquei dançando e conversando com ele, mas depois percebi que ele era bem egocêntrico, me fazendo começar a querer sair dali. Ignorei um pouco o que ele falava e continuei dançando, ele fazia o mesmo até que sem querer, ele derruba a sua bebida e acaba molhando a minha roupa.

- Foi mal aê - ele diz.

- Não, tá tudo bem, vou ali. - digo saindo.

Eu não voltaria pra lá. Depois que eu me limpasse, chamaria o Martin para irmos, mesmo assim já estava tarde. Quando estava entrando na casa, um garoto que aparentava ter uns quinze anos estava saindo.

- Sabe aonde fica o banheiro? - pergunto para ele.

- Lá em cima - ele diz sorrindo, parecia simpático.

- Obrigada! - retribuo o sorriso.

A casa era bonita e a pessoa que morava nela era bem organizada. Subi as escadas, onde me deparo com três portas, fui até uma que estava na minha frente, no intuito de que fosse o banheiro, mas me deparo com o mesmo homem tatuado que me encarava na festa.

- Ai! Me desculpe! - digo já fechando a porta.

- Tá procurando o banheiro? - sua voz grave soa até mim me fazendo assentir com a cabeça. - A porta do lado esquerdo. - ele diz me fazendo fechar a porta do quarto e ir até o banheiro.

Enquanto tentava limpar a bebida da minha roupa, o que não estava adiantando de nada... já pensava em ir embora, apesar de estar gostando da festa, tinha que ir para casa! Pego o pedaço de papel e saio do banheiro passando ele na minha roupa para ver se secava mais rápido. Estava andando de cabeça baixa, o que me faz esbarrar no mesmo homem que estava no quarto.

- Ah, é você de novo! - digo sorrindo. - Qual é o seu nome? - pergunto o olhando.

- Oscar. - ele diz me medindo com o olhar.

- Eu sou... - ele me interrompe.

- Eu sei quem você é - ele diz me fazendo olhar confusa.

- Como você... - tento falar mas sou interrompida mais uma vez, dessa vez não foi pelo Oscar.

- Aê Dan, temos que ir. - Uma voz que provavelmente era do Martin vinha da porta da frente.

- Tenho que ir. - digo descendo as escadas.

- Até mais, chica. - escuto ele falar.