Dinheiro 돈

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Kim Taehyung

O som que emanava dos instrumentos musicais, pessoas dançavam no meio de uma roda, apostas feitas e a euforia de todos na terceira classe era tão caloroso que eu só sabia sorrir.

Dancei com uma garotinha que antes chegou até mim, completamente encantadora, perguntando-me se eu lhe daria a honra de dançar aquela música. Sem hesitar, peguei em suas mãos e a conduzi para o meio da roda, e no meio da música, pude observar um casal sorrindo de longe enquanto nos olhava. Eram seus pais.

Sori estava sentada de longe nos observando. Acho que nunca a vi tão sorridente como hoje. Quando a música parou, me aproximei dela devagarinho e pude notar que havia um copo de bebida em sua mão.

— Vem! — estendo minha mão, esperando que a mesma a segure.

— Mas Tae... — ela choramingou.

— Sem tempo para palpites. Vamos nos divertir!

— Eu não sei dançar assim! — Sori baixou a cabeça, envergonhada. — Eu não sei os passos.

— Nem eu. Apenas deixe levar! — falei em meio à uma careta.

Sori sorriu minimamente, concordando e se movendo aos poucos até a roda. Todos prestavam atenção a ela, pelo seu vestido cheio de detalhes brilhantes. Observando-a se soltar e fazer passos com os pés, pude ter a certeza de que eu era completamente, inteiramente, extremamente apaixonado pelas dimensões amorosas que ela contém.

Ao fim da dança, ela estava bastante soada e quis pegar uma bebida. Lancei um olhar espantando pelo tamanho do copo, e ela me disse, irônica:

— O que foi? Você acha que uma moça da primeira classe não bebe?

Sorri negando, e assim que me virei para pegar mais um copo, um homem já bêbado esbarrou em mim, fazendo-me molhar Sori com a bebida.

— Está tudo bem? — perguntei preocupado.

Ela assente, envergonhada e sorrindo.

Antes da meia noite, a acompanhei até a escadaria principal, onde nos despedimos com um abraço, marcando de nos encontrar amanhã novamente.

Na Sori

Pela manhã, fui acordada por Ane, uma das criadas, sendo avisada de que Andrew estava a minha espera para tomarmos café da manhã na sala de nosso convés particular.

Não demorei a me arrumar, pois sabia que o mesmo não tolerava atraso. Ane me ajudou a me vestir, pois eu ainda estava cansada da noite anterior. E pensar sobre isso fez um sorriso brotar em meu rosto.

Taehyung era tudo o que Andrew não era. E às vezes eu desejava que nossos momentos juntos demorassem mais, pois eu detestava voltar para o quarto e aturar essa gente caluniosa.

— Esperei que visse me ver ontem à noite. — ele disse, assim que me sentei a sua frente.

— Estava dançando. — falei, enquanto passava geleia na torrada.

— Suas acomodações na terceira classe foram exaustivas. — disse ele, ainda sem me encarar.

— Vi que mandou seu servo me perseguir. Bem típico de você. — falei antes mesmo que ele pensasse em me criticar, mas falhei, miseravelmente, falhei.

— Você nunca irá se comportar assim de novo, está me entendendo? — Andrew levantou o tom de voz quando se dirigiu a mim.

— Eu não sou um operário de suas fábricas que faz tudo o que você mandar. Eu sou sua noiva. — respondo-o a mesma altura.

— Noiva, é? — o home a minha frente, ergue as sobrancelhas antes de continuar a falar. — Você é minha noiva. Você é minha mulher na prática, embora não seja ainda por lei, então tem que me honrar! Me honre do jeito que uma esposa deve honrar um marido, porque eu quero assim!

Ele puxa a toalha da mesa, enquanto continuava a gritar e eu movi minha cabeça para o lado, mordendo os lábios com uma força tão grande que provavelmente sangraria. Tudo para evitar chorar na frente dele.

— Será que eu fui pouco claro? — volta a perguntar, depois de derrubar a mesa no chão, fazendo uma enorme bagunça pela sala.

— Não. — murmuro com a voz trêmula.

— Certo, com licença. — ele diz friamente, antes de me deixar ali, largada com vários cacos de vidro no chão, todos quebrados por ele.

Titanic | KTHOnde histórias criam vida. Descubra agora