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A pequena Xilinnayi se sentia levemente incômodada, entediada e inquieta.
A menina estava em casa sozinha, já que seus pais haviam saído para ir à um evento que ficava bem longe de sua moradia. Ambos os adultos disseram que ela já era grandinha e esperta o suficiente para ficar em casa sozinha e se cuidar devidamente. Eles lhe deram um beijinho caloroso na testa e desejaram bons sonhos na bela penumbra da madrugada.
Não que a garota se importasse, longe disso! Ela gostava bastante de ficar só, principalmente em casa, sentia-se mais confortável e livre para fazer o que quiser. Poderia dançar, brincar e qualquer outra coisa que se passasse em sua mente brilhante e pequenina.
Se encontrava sentanda em sua cama, coberta por seu edredom de estrelas – bem fofinho e confortável – enquanto jazia um livro qualquer em cima de suas pernas com um marcador verde-água; a menina havia parado de le-lo apenas para mexer no celular, enviando uma mensagem para seus pais, avisando-os que já tinha tomado um banho quente – tentando afastar o frio da noite –, jantado e comido a sobremesa de pêssego preparado pela sua mãe com muito carinho.
Largando o aparelho, ficou observando à janela de seu quarto até decidir guardar o livro novamente na estante, não iria conseguir ler com sua mente estando inquieta.
Sentou-se na beirada da cama e agarrou uma pelúcia azul de baleia que estava jogada ali, enquanto balançava as pernas de jeito inquieto. Ficou nisso por alguns poucos minutos, até sentir sua barriga fazer um barulho, mostrando que começava a querer comer qualquer coisa.
“Oh, é isso então.” pensou, dando uma risadinha baixa logo em seguida. Deixou a pelúcia de lado e saiu do quarto, descendo às escadas do segundo andar e indo em direção à cozinha da casa.
Quando chegou, abriu um dos armários e pegou alguns itens da geladeira, fazendo um simples sanduíche para matar a fome.
Acabando de fazer seu lanche da noite, colocou o sanduíche em um pratinho de vidro. No momento em que foi se virar para sair dalí, viu uma garota no tamanho de uma boneca sentada em umas das bancadas da cozinha, olhando-a curiosamente, tentando entender o que a outra estava fazendo.
Gao quase deixou o prato cair de suas mãos devido ao susto.
A pessoinha em sua bancada possuía asas brilhantes de tons arroxeados, usava um vestido branco, duas pedrinhas um pouco abaixo dos olhos e uma espécie de sandálias com flores nos pés; também ostentava um sorriso glorioso no rosto.
— O que diabos é você? – perguntou, a olhando estranho.
A garota do tamanho de uma boneca apenas riu, se levantou e falou:
— Eu sou o que sou, ué – riu novamente – Zhuoxuan, uma fada de um lugar bem distante! – disse com convicção.
E girou, apontando para as asas que pendiam na costa.
— Não seja estúpida, fadas não existem! – Xilinnaiy rebateu de modo grosseiro.
A tal Zhuoxuan lhe mostrou uma expressão horrorizada, desaparecendo logo depois, com apenas um pó brilhante que ficou caído na bancada, que deixou de brilhar um tempo depois.
A outra ficou parada alí por pouco tempo, assimilando o que havia ocorrido. Soltou um risonho nervoso, guardando o sanduíche na geladeira pela perda de fome repentina; subiu as escadas correndo e foi para seu quarto. Se cobriu com o edredom e agarrou a pelúcia de baleia novamente, dessa vez mais forte do que a anterior.
— Isso foi tudo coisa da minha imaginação, claro – comentou consigo mesma – isso nunca chegou à acontecer, foi apenas minha bela imaginação – comentou rindo antes fechar os olhos e dormir.
E continuou negando até no mundo dos sonhos que nada daquilo havia sido real.
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