5- De raspão

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Dandara

Algo que ninguém sabia sobre mim, era do meu envolvimento com os negócios do meu avô, não na parte financeira, e sim na parte do tráfico. Sempre que dava, eu saia com o Martin para receber o pagamento ou fazer a entrega do produto, gostava da sensação de fazer algo que todos sabiam que era perigoso. Obviamente meu avô não sabia disso, ele me impediria na hora.

Estava atirando, assim também como meu avô e o Gael. Tudo estava normal, até que vejo o meu avô que estava ao meu lado, cair no chão com a mão no braço, fiquei sem entender nada até ver o braço dele sangrar. Imediatamente soltei a arma que estava em minhas mãos e corri até ele.

- O que aconteceu aqui? Que porra você fez? - digo direcionando a pergunta para o Gael, que ainda estava com a arma na mão, parado na nossa frente.

- Puta merda! Abuelo, o senhor está bem? - Ana pergunta se aproximando da gente, já com os olhos cheios de lágrimas.

- Perdi o controle da arma e acabei acertando ele - Gael explica com a voz trêmula.

- Eu estou bem hija. - meu avô diz levantando. - Não foi nada, não se preocupe. - ele diz analisando o ferimento no seu braço.

Por sorte, o tiro foi de raspão, imediatamente fizeram o curativo nele. Depois daquilo com certeza iríamos para casa. No carro, eu percebi que todos estavam calados. Até a minha irmã estava quieta na dela, o que era algo muito raro, ela deve ter ficado em choque vendo aquilo.

Ao chegar em casa, Ana foi direto para o seu quarto sem falar nada, meu tio ficou conversando com meu avô na sala, talvez explicando o que tinha acontecido. Subi para ver como Ana estava, bato na porta e entro em seguida.

- Você está bem? - pergunto sentando ao seu lado na cama.

- Estou! - ela diz ríspida.

- Olha... sei que se assustou com o que viu hoje, mas o nosso avô está bem agora. - digo.

- Tive medo. - ela diz baixo.

- Eu sei... mas foi só um acidente, tá? não vai acontecer novamente. - digo. - Você vai ficar bem? - pergunto.

- Vou sim, agora sai do meu quarto, não te dei permissão para entrar. - ela diz sendo grossa.

- Tá bom. - digo fazendo sinal de rendição e levantando.

- Ei - ela me chama quando eu já estava na porta. - obrigada. - diz meiga.

A Ana era assim, não se abria muito para mim, ela se isolava no seu próprio mundo.

(...)

Alguns dias se passaram e já era sexta-feira, nossa rotina continuou a mesma, passei um tempo sem ver o Gael, mas já era difícil de encontrá-lo por aqui mesmo.

- Posso levar meus amigos amanhã lá pra casa? - Ana pergunta após ter descido da moto.

- Só vai estar a gente em casa amanhã, então não vejo problema. - digo fazendo ela sorrir.

Depois de deixar a Ana, encontro Mônica e Javier na frente do prédio.

- Queria fazer alguma coisa amanhã - Mônica diz entediada se dirigindo para o refeitório.

- Sem festa! Temos prova segunda. - Javier diz se sentando em uma das mesas.

- Querem ir lá pra casa? Só vai estar alguns amigos da minha irmã. - sugiro.

- PERFEITO! estaremos lá. - Mônica diz animada.


No dia seguinte acordei com a Ana me chamando, falando que os amigos dela já iriam chegar. ÓBVIO que ela exagerou quando perguntei a hora, só pra que eu me levantasse mais rápido.

- Vamos Dan! Levanta! - Ana diz me puxando da cama.

- Porque essa pressa toda? Tenho certeza que está cedo ainda. - digo deitando na cama novamente.

- Temos que comprar alguns lanches, então levanta aí, vai. - ela diz fechando a porta forte.

Ana era bem autoritária as vezes e em certos momentos parecia ser a irmã mais velha. Meu avô Lis e Gael haviam saído mais cedo, então a casa seria toda nossa.

Vou até o banheiro, faço minhas higienes, visto uma calça moletom e uma camisa preta, em seguida desço ao encontro da Ana que já tava me esperando.

- Você é tão lenta. - Ana resmunga.

- Não sei do que você está reclamando. - digo pegando as chaves da minha moto e os dois capacetes, saímos na direção de um mercado mais próximo.

Chegamos e Ana foi logo pegando um carrinho e enchendo de besteiras. Pego algumas cervejas e outros tipos de bebidas.

- Você sabe que não vai ser algo com esse tipo de bebida, não sabe? - minha irmã diz olhando pra mim.

- Então... a Mônica e o Javier vão lá pra casa hoje. - digo colocando a cerveja no carrinho.

- Não suporto aquela Mônica. - Ana diz revirando os olhando.

Ana e Mônica não se davam tão bem, elas desde que se conheceram, ficam implicando uma com a outra, com o Javier é diferente, as vezes parece que ela é mais amiga dele do que de mim.




Tão perigosa quanto você (Oscar Diaz)Onde histórias criam vida. Descubra agora