Prefácio

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Sejam bem-vindos a Exímios e tenham uma boa leitura.

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(Não betado).

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Sinto o suor escorrendo por todo meu rosto. Meus pulmões, que imploram por alívio, já não são suficientes para me suprir com oxigênio. A visão escurece e todo meu corpo dói pelo esforço, mas não posso parar. Os sons estão cada vez mais perto e o desespero, que me cega, faz com que caia com tudo no chão.

Minha pele arde e sinto algo quente escorrer, mas a adrenalina que corre em minhas veias é maior, que qualquer coisa, e em instantes já estou em pé a correr novamente. Uma, duas, três... tento regularizar a respiração, contudo tudo parece mais doloroso e difícil de se realizar. Ainda insisto em correr, mas em vão. Eles me capturam. Não passam de sombras negras. Formas humanoides que a noite encobre. Lançam-me ao chão.

Meus ossos parecem quebrar e sei que não é consequência da queda. O coração acelera, o nervosismo me consome.

Preciso me acalmar.

Preciso me controlar.

Aperto as mãos como forma de aliviar, os nós dos dedos, estão brancos por causa da força e as unhas cortam a carne. Gosto de sangue ao morder o lábio inferior, prendendo um grunhido quase animalesco, suplicando por liberdade. Mas o prendo. As entranhas reviram por minha resistência, mas não posso.

Mais uma vez me acovardo.

Mais uma vez abaixo minha cabeça.

E, mais uma vez, sou engolido por aquela escuridão.

Sozinho.

Existe uma sensação de calma. Um calor que me abraça. A respiração lenta e o coração compassado. Estou em paz. Já sei o motivo de tudo isso, basta abrir meus olhos para confirmar. É sempre assim, depois de todo desespero, medo e angústia, encontrarei paz naquele olhar.

É em uma clareira, no meio da floresta, sob a luz da lua cheia que sempre nos encontramos. Aquele olhar, sempre tão expressivo, observam cada movimento meu. Ao aproximar-me, sinto todo sentimento que aquele ser emana. Sua pelagem é branca como a neve, macia como veludo e o calor, que me envolve, é aconchegante. Levo minha mão em sua direção, a tocando.

Sua respiração em meu rosto, aproximando-se lentamente e, antes que nossas testas se encostem, olho em seus olhos. Em um roxo/lilás quase que fluorescente. Posso dizer que, enfim, estou em paz. Estou em casa.

•••

Ceneu, capital de Siaht. É uma cidade boa para se morar, se seguir as regras, é claro. Por mais que seja apenas uma das cidades altamente desenvolvidas do país, é moradia das maiores e influenciáveis famílias de raças puras.

Autodenominadas puras.

Famílias, estas que, mantinham seus elos entre si, que não passava de puramente negócios - para benefícios próprios -, gerando famílias implacáveis/indestrutíveis que comandam o país por detrás das cortinas.

Uma cidade supérflua em sua perfeição.

Proveniente, de uma nação que por décadas é modelo, Ceneu é espelho para as demais cidades. Dual em sua organização, em seu lado legislativo ficava à casa verde e a segurança, no "lado cinza".

A casa verde é a câmera de representantes, maioria oriunda das grandes famílias e uma pequena parcela eleita em voto aberto. De lá surgem as leis – ler-se comandos –, julgamentos dos bons costumes e moral, para um bom convívio em sociedade. Além de todo o planejamento da cidade. O lado cinza é aquele clichê, com suas delegacias dispostas ao longo da cidade, mas existe um prédio principal.

Fenrir.

Centro de treinamento e desenvolvimento de segurança. Por mais que não seja o único no país, é o principal. Em Fenrir, surgem os mais altos na hierarquia, no qual nem mesmo a casa verde ousa "tocar".

Contudo, o sobrenome não é o bastante para ser um dos representantes.

E é aí que entro, como – agora – aluno da EATTIS, Escola de Aprendizado Tecnológico e Treinamento Intensivo de Segurança.

EATTIS é o que todas as famílias almejam para seus descendentes. Se você estudou lá, seu futuro é promissor. Não importa se você é um simples beta que mora na periferia, se tiver EATTIS no currículo, você tem tudo. Existe duas formas de ingressar na mesma, por meio de bolsas de estudo - como meu caso. Contudo as chances são quase nulas por causa da segunda forma de admissão -, seu sobrenome.

EATTIS estabelece os grandes nomes e pessoas de influência da Casa Verde e de Fenrir. Se uma família quer seu nome como um dos representantes de alguma das duas instituições, é através dela que conseguirá.

Como o nome mesmo diz, há duas subdivisões. A de tecnologia – a cabeça - é responsável pela ciência, engenharia, arquitetura e por mais de 70% da Casa Verde. O meu lado. A de segurança - os músculos, ou a parte legal como é conhecida - é responsável pela defesa, arte da luta e armamento, além da aplicação, na prática, das leis. Juntas, formam o corpo da cidade.

Ao menos o futuro dela.

Sejam bem-vindos a segunda-feira, mais conhecida como o primeiro dia de aula na EATTIS.

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Espero que tenham apreciado a leitura.

Comentem o que acharam, votem e até uma próxima.

Algum palpite sobre quem seja o "aluno" de EATTIS?

- Sam.

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