(DESSE CAPÍTULO ATÉ O 10, A ESTÓRIA SERÁ NARRADA PELA JIRO)
Partindo do ponto que parou
Soltei o instrumento pendurado pelo suporte me apoiando no microfone, abri os olhos sentindo o peito subir e descer rapidamente, minha respiração tinha som e isso só acontecia quando cantava a plenos pulmões. Finalmente acalmei minha desordem interior levantando o rosto vendo Kirishima, Tokoyami e Bakugou, todos com a boca aberta. – O que foi?
– Jiro. – Kaminari interrompeu – O que aconteceu?
– Como assim o que aconteceu?
– Você não percebeu? – Confirmei com a cabeça que não, Tokoyami continuou – Sua energia preencheu o local.
– Até eu estou todo arrepiado. – Bakugou confessou tirando risos de todos – Vão pro inferno!
– Gente, qual é... Foi normal. – Sentia as bochechas arderem e olhei de rabo de olho para Momo que estava sentada encarando as mãos, o que ela estava pensando? Kirishima levantou correndo em minha direção.
– Jiro chan, isso foi incrível.
– Se você não fizer assim sábado que vem... – Tokoyami bebeu um pouco d'água sentando em uma das cadeiras que tinha na sala de dança.
– Provavelmente com uma ajudinha de alguém de fora... – Kirishima cutucou o ombro de Kaminari apontando o dedo para a menina sentada sozinha, dei um soco no braço dele.
– Foco, o ensaio ainda não acabou. – Encarei Momo que me olhava sorrindo"ela era tão linda".
– Jiro chan. – Forcei meus olhos a saírem da bela visão que estava a centímetros de mim. – Podemos passar Gurenge?
– OUTRA MÚSICA DE ANIME? – Bakugou gritou ameaçando jogar a baqueta.
– Verdade, melhor não Picachu. – Concordei vendo Kaminari fazer bico de frustração – Tá, mas vai ser again.
– Daqui a pouco eu saio dessa banda. – O loiro sentou batendo as baquetas em 1, 2, 3, 4.
[...]
O ensaio terminou um pouco atrasado o que rendeu discussões entre Bakugou e Tokoyami sobre ele ter ficado paparicando as tiétes da banda, enquanto isso Kaminari, Kirishima e eu arrumávamos os instrumentos e guardávamos os fios no armário. Momo ajudava colocando as cadeiras no lugar. Nós não havíamos nos falado desde que ela chegou, ficou bem quieta assistindo ao ensaio.
Não era surpresa para ninguém que eu sentia algo pela Momo, desde a primeira vez que a vi tive certeza disso. Os caras da banda foram os primeiros a saber sobre esse meu sentimento por ela, já que ninguém sabia sobre a minha orientação sexual além deles e meus pais. Lembro como se fosse hoje a reação deles, até Bakugou mesmo demorando um pouco para entender me aceitou da forma que eu sou. Mas ele parecia com mais dúvida por si mesmo do que por mim.
– Ei, Jirou Chan. – Kirishima me chamou apontando a garota de cabelos pretos com a cabeça – Vai lá, chama ela pro evento. – Sussurrou.
– Você sabe que eu não consigo. – Respondi de volta.
– Para com isso. – Guardei os fios enrolados no armário. – É só perguntar, o máximo que você vai conseguir é um não.
– Tá bom, mas não agora. – Atendi ao seu pedido. – Nós pegamos o mesmo ônibus para ir embora, vamos estar sozinhas.
– Ei pessoal. – Bakugou distraiu minha cabeça. – A Shiozaka está chamando a gente no café.
– Ué, não é você que queria chegar em casa cedo? – Tokoyami zombou novamente.
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May Cherry Tree
RomanceO que é o destino? Para alguns o destino é uma linha curta de tempo, onde você se encontra seguindo suas decisões e escolhas, para outros é uma curva acentuada a direita que pode te levar a novas experiências. De uma forma ou de outra, o desti...