Capítulo único

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A música que escolhi foi "Twopeople, Jaymes Young" e o tema proposto foi traição. O projeto foi realizado no Spirit em março de 2018 no perfil do KimDyoProject.

Sem mais delongas...

Tenham uma boa leitura!

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Os corpos quentes chocavam-se, em perfeita sincronia, naquela noite fria em Seoul, causando o barulho de pele com pele. Murmúrios, arfares e gemidos completavam a sinfonia naquele quarto. Pedidos por mais, palavras desconexas e sujas saíam dos lábios — que procuravam seu semelhante com desespero — e eram despejadas com desejo, assim como o líquido branco de escorreu de ambos no ápice. O corpo do maior cedeu sobre o de seu hyung e, assim como o outro, tentava regular sua respiração enquanto os tremores pós-orgasmo insistiam em percorrer seus corpos.

Testas coladas, suor escorrendo de seus poros e sorrisos brotando em seus lábios antes de roubar-lhe um selinho e sair de dentro do outro, recebendo um choramingar em reprovação.

Eram assim, em todas as noites que podiam se encontrar. Começava com conversas bobas, até banais, e terminava dentro do outro, escutando seu nome deslizar por aquela boca carnuda em gemidos sôfregos e unhas — mesmo que curtas — cravadas em suas costas. Mas não era isso que "valia à pena" para Jongin, mas sim que, depois dos desejos carnais saciados, seu hyung se aconchegava em seus braços e podia sentir a respiração calma no vão do pescoço, logo substituída por selares e risinhos baixos quando o puxava para mais perto.

— Sabe, bem que o hyung poderia dormir aqui hoje, né? — acariciando as costas desnudas do outro e, encarando o teto como que não quer nada, o mais novo tentava novamente o fazer ceder, ao menos uma vez, e passar a noite ao seu lado.

— Jongin, eu... — o mais velho se interrompeu com um suspiro alto ao ouvir seu celular chamando na mesinha ao lado da cama — Oi amor!

Falava encarando o mais novo que, na mesma hora, entendeu. Entendeu como todas às vezes. Entendeu que, de fato, ele não era seu; que o único momento em que se pertenciam, eram em noites como aquela e nas poucas mensagens escondidas que trocavam durante a semana.

— Estou chegando... Sim, pode pedir o jantar — já tinha se levantado enquanto continuava a falar ao telefone, caçando suas roupas que, no calor e anseio por toques, foram jogadas em algum canto daquele quarto — E sem refri. Sabe o que o médico disse Yeol! Não faça essa vozinha... Tá, tá, também te amo.

Se aproximou do mais novo, tentando beijá-lo em despedida e, talvez, como um pedido mudo de desculpas. Por um momento não foi correspondido, mas mesmo assim pediu passagem com sua língua, arfando ao encontrar com a do outro. Um beijo que seria calmo se tornou, de certa forma, bruto e desesperado.

— Droga, Jongin! O que o Chanyeol vai pensar se ver isso? — exclamou ao sentir uma mordida em seu lábio inferior ao término do ósculo.

— Nada que ele já não saiba... — encava seu hyung de forma debochada.

— E o que seria? — respondeu no mesmo tom.

— Que você não é mais dele há muito tempo.

Não respondendo a mais uma crise de ciúmes de Jongin, o mais velho foi em direção a saída em passos pesados, fechando a porta com mais força que o necessário. O som ecoou por todo o apartamento, assim como os murmúrios do mais novo, que ficou se remoendo e perguntado o "por quê" de sempre estragar as coisas.

...

Era um sábado abafado. As janelas estavam abertas para tentar aliviar o calor e Jongin estava jogado, apenas com uma calça de moletom, em seu sofá enquanto encarava meio emburrado seu hyung digitar um trabalho qualquer da faculdade, suspirando a cada cinco segundos. Queria estar agarradinho ao seu Kyung, assistindo uma comédia romântica bem clichê, daquelas que amava e, quem sabe, até um filme de terror, como o outro preferia, ou apenas distribuindo beijinhos no rosto do rapaz. Qualquer coisa que pudesse faze ele sair daquele tédio.

It's not enoughOnde histórias criam vida. Descubra agora