"Tudo é questão de talvez. Talvez minha vida mude agora, talvez mude em 20 minutos, talvez tivesse mudado se eu não tivesse me entregado. Nada é certo demais para dizer 'sim' ou 'não'. O talvez sempre é a melhor resposta? Talvez..."
J U L E S
É uma manhã fria em Washington, estamos no final de fevereiro e o frio ainda prevalece. Nunca gostei do calor, por isso dias como esses são os melhores para mim, tudo aparenta ser mais calmo e sem agitação do calor. Ando pelas ruas tão movimentas dessa cidade de onde eu nunca sai. Parece que meu mundo se resumo à Washignton, como se o resto não importasse. E não importa, pelo menos não para mim.
Paro em frente ao café que fica no final da rua da minha casa, onde moro com a minha mãe e meu irmão mais velho. Analiso meu reflexo no vidro, meus cabelos de um to castanho médio, nem muito claro nem muito escuro, meus olhos de cor de um esverdeado profundo e meu tronco magro fazem as pessoas acharem que sou bonita, mas eu sei que não sou. Minha aparência, não importa o quão boa esteja, vai sempre ser ofuscada pelo meu interior horrível e repleto de pensamentos obscuros e pervertidos.
Entro em um ônibus que vai para o centro, sento-me no fundo, onde não tem ninguém. Tiro meu celular junto aos fones do bolso de trás do meu jeans preto e a inconfundível voz da Lana Del Rey começa a tocar. Eu gosto de músicas assim, como as dela, além de punk rock, claro.
Fico tão distraída com as músicas que quase não percebo quando o ônibus chega ao ponto que eu tenho que descer, mas por sorte consigo sair em cima da hora.
Vou caminhando sem pressa até o centro comunitário, ainda ouvindo música. Não estou com a mínima vontade de participar dessa terapia em grupo, só estou fazendo isso pela minha família, ou o que sobrou dela. Mãe e apenas um irmão, desde quando isso é família?
Entro pela porta de trás do grande centro comunitário, já que se entrasse pela frente iria ter de andar muito até a sala onde o grupo se reúne. Entro no local onde todas as cadeiras estão postas em uma roda, nem todos chegaram ainda, apenas uma garotas com os cabelos cor de fogo e dois garotos morenos.
Sento-me ao lado da garota e ficamos em silêncio até todos os 11 participantes do grupo chegarem. A psicologia que é responsável pelo grupo vai até o meio da roda e inicia seu habitual discurso.
"Sejam bem-vindos ao grupo de apoio. Eu sou a psicóloga responsável, Srta.Diana e estou aqui para ajudar vocês." Ela tem um sorriso simpático que a minoria retribui. "Todos aqui tem algo em comum. Alguém pode me dizer o que é?" Ela passa os olhos por todos, mas ninguém toma iniciativa, então decido fazer isso
"Temos um vício em comum."Digo." Uma obsessão para ser mais exata."
"Muito obrigada pela sua iniciativa, eu achava que muitos aqui eram tímidos." Eu sou timída, penso. Só falei porque ninguém nessa porra de grupo de apoio disse nada. "O que a Srta..." A psicóloga se refere a mim.
"Jules. Jules Howard."
"O que a Srta. Johnson disse está certo. Todos que estão reunidos aqui tem um certo vício em comum e vieram até essa terapia em grupo porque querem deixar isso no passado."
"Não vim aqui porque eu quis.Estou aqui pela minha mãe, caso ao contrário não perderia meu tempo aqui." Um gartoto meio loiro que está do outro lado da roda diz. Ele está de capuz e óculos ray-ban, seus jeans preto colado que tem a mesma cor da camiseta e de suas botas. A Srta. Diana se coloca à frente delem lançando-o um olhar desaprovador porém calmo.
"Você deve ser novo por aqui, qual é o seu nome rapaz?" Pergunta ela.
"Vicent Cole Hacker" Ele responde frio.
"Bem Sr. Hacker..."
"Me chame de Vinnie e não por esse caralho do meu sobrenome." Ele retruca grosso. A psicóloga respira e assente.
"Vinnie, você está aqui pela sua mãe e tenho certeza que graças à ela, você vai conseguir largar o vício." Não sei como ela ainda está calma.
"Certeza? Nada é certeza. Tudo é questão de talvez." Vinnie diz, com o olhar para o chão mostrando que não se importa com tudo isso. " Talvez eu me livre do vício, talvez não. Nada é certo nessa vida. A única coisa da qual temos certeza de verdade é que vamos morrer. Então não me diga que tem certeza que eu vou conseguir." Todos permanecem em silêncio, um silêncio envergonhado e cheio de pensamentos adicionais. Srta. Diana está com uma expressão chocada diante do que acabou de ouvir e abre a boca várias vezes sem ter o que dizer.
"Ok, continuando..." Ela desvia do assunto rapidamente."Alguén poderia me falar um pouco sobre o vício?"Mais uma vez não se tem voluntários.
"O que podemos dizer sobre o vício?" Digo do nada, me afundando ainda mais na cadeira.
"Bem, me explique um pouco sobre..."
"Explicar o que? Não temos nada para explicar." A interrompo, endireitando-me na cadeira e encarando-a. " Você só está reunida com um grupo de adolescentes obcecados em sexo, não tem como explicar." Concluo, tendo olhares de aprovação na minha direção.
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-> A fanfic é de conteúdo maduro, a leitura fica na autoria do leitor, se não gostarem não se deem ao trabalho de denuciar, apenas leiam.
Tem um link do grupo caso queiram entrar
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𝑶𝒃𝒔𝒆𝒔𝒔𝒊𝒐𝒏 | Vinnie Hacker
FanfictionJules e Vinnie se conhecem em um grupo de terapia para viciados em sexo, e apesar da relação complicada e temperamental, descobrem mais do que o prazer um no outro. 「𝘈𝘭𝘭 𝘳𝘪𝘨𝘩𝘵𝘴 𝘳𝘦𝘴𝘦𝘳𝘷𝘦𝘥 𝘵𝘰 ©𝘣𝘭𝘤𝘬𝘴𝘸...