capítulo único

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Uma música desconhecida soava estridente pelo local, as diversas luzes coloridas e a quantidade de pessoas por metro quadrado deixavam o homem levemente tonto, sua camiseta preta colada ao corpo pelas gotículas de suor que já se formavam em sua pele. O restinho de gin que havia no copo em suas mãos se perdeu em sua calça quando alguém esbarrou em si, este que nem ao menos se desculpou pelo incidente antes de continuar andando. Bufando, ele jogou o copo num lixo próximo e seguiu em direção ao banheiro. Assim que entrou se deparou com o ambiente vazio e se dirigiu direto para uma das pias. Abriu o zíper da calça, abaixando-a alguns centímetros e com alguns pedaços de papel umedecidos passou levemente por cima da área molhada. Não ia limpar realmente, mas ele esperava evitar que sua pele ficasse melosa e grudenta.

O jovem estava tão concentrado esfregando a pele que não ouviu o barulho da porta abrindo, levando um susto ao que uma voz soou bem perto de seu ouvido.

— Precisa de ajuda, gracinha? – Suas mãos congelaram por alguns segundos antes que ele se virasse com raiva já pronto pra socar a cara de quem quer que fosse.

— Não, eu não preciso de ajuda, seu bab... ─ A expressão no rosto do jovem passou de raiva para surpresa em segundos, antes de voltar para raiva de novo. — Jeno, seu bosta! Você pode, por favor, não chegar assim nos outros?! Eu quase te meti a porrada!

—  Desculpa, Nana, mas sua expressão foi muito engraçada! ─ Jeno respondeu rindo, achando fofo o biquinho que surgiu nos lábios de Jaemin enquanto ele subia a calça e fechava o zíper.

— Eu não sabia que você chegava nas pessoas falando esse tipo de coisa… 一  Notando a expressão estranha no rosto do mais novo, Jeno tratou de se explicar rapidamente.

—  Eu não faço isso! Essa foi a primeira vez, só falei assim porque sabia que era você e porque temos intimidade para brincadeiras.

—  Mas eu estava de costas, como você sabia que era eu? — perguntou arqueando uma de suas sobrancelhas, tirando um sorriso de Jeno.

—  Não tem muitas pessoas de cabelo azul nessa área, Jaemin.

—  Faz sentido… Mas ainda assim eu poderia ter te derrubado e te batido! 

—  Você sabe que não seria assim tão fácil, Nana. – Como se para provar o seu ponto, Jeno pegou os dois braços de Jaemin os prendendo em suas costas e o arrastou para a parede mais próxima, o imobilizado ali. Jaemin ofegou surpreso, mas sorriu, não demorando muito para inverter as posições, colocando Jeno contra a parede, sua força não deixando de surpreender o mais velho.

— Tem certeza? — Jeno o encarava com uma expressão ilegível até que enfim sorriu. 

— Você melhorou bastante, Jaemin.

— Você também, eu demorei um pouco mais que as outras vezes para me soltar.

Os dois se encararam por um tempo. Olhos nos olhos, respirações descompassadas. Eles estavam acostumados a se encontrarem naquele tipo de situação constantemente, os dois sendo atletas de jiu jitsu já estiveram em posições um tanto perigosas para a tensão que havia entre eles, mas nunca haviam ultrapassado o limite da amizade, por mais que quisessem muito. Agora que eles lutavam por academias diferentes e se viam com menos frequência, a atração que sentiam um pelo outro parecia ter aumentado consideravelmente.

Jaemin afrouxou o aperto nos braços de Jeno, e sem enrolar muito as mãos do mais velho escorregaram para sua cintura, o puxando para ainda mais perto. O Na nem teve tempo de reagir, pois logo sentiu lábios macios se juntando aos seus. Jeno estava lhe beijando. Ele podia sentir o leve gosto de álcool no meio do beijo, ele só não sabia se era de sua própria boca ou da do outro, mas naquele momento nada mais importava, ele só conseguia focar na língua em sua boca e nas mãos grandes e fortes passeando por seu corpo. Eles perderam a noção do tempo enquanto se beijavam e se assustaram quando um celular começou a tocar incessantemente, ambos se desgrudando a contra gosto para checar quem os estavam interrompendo. Jeno deu um leve sobressalto ao atender o telefone, a pessoa do outro lado gritava tão alto que Jaemin conseguiu ouvir e reconhecer a voz como sendo de Donghyuck. 

um bêbado não tão bêbado ᩡ NOMINOnde histórias criam vida. Descubra agora