Um

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— Não, Longbottom, você não é um inútil. — reviro os olhos por estar repetindo novamente a frase.

Os  cinco sujeitos de cabelos vividamente vermelho alaranjado me encaram,  juntamente com o amigo que retira os óculos para parecer mais sério.

Neville não é inútil, não mesmo. Só um pouco mais devagar do que os outros... mas definitivamente não inútil.

— Sabe, conviver com vocês me dá a impressão de que a fama da minha casa deveria ser da Grifinória... — bufo, depois que o pobre garoto vai embora, um pouco mais conformado.

—  Qual é, Black, não somos tão ruins assim... — Jorge, em quem minhas  costas estavam apoiadas, balança os ombros, me fazendo sacudir.

— Além do que, — o Weasley do meio começa — você conhece o Malfoy, não conhece?

— Para disso, Ron... o garoto só teve uma criação monstruosa. — jogo a folha de árvore que caiu em mim nele.

— E não devemos julgar os outros apenas pelo que achamos que sabemos. — Hermione encara o amigo, com uma expressão nada boa.

— Vamos lá, você não é a maior fã do Draco... — Harry a cutuca.

—  Esta conversa está prestes a tomar rumos indesejados. — Fred olha para o  lado, me encarando, e aperta de leve minha perna, que estava sobre as  suas quando sorrio em agradecimento — Proponho uma mudança de tópico.

Harry  é um ótimo amigo, em geral, mas algumas vezes perde um pouco a noção de  certos assuntos delicados para serem discutidos entre casas diferentes.  Principalmente por ser filha de quem sou. Óbvio que nos tornamos  próximos graças a tio Sirius, já que ele quem me criou depois que meus  pais morreram, e é padrinho de Potter.

— Como vão as coisas com seu tio? — Gina finalmente se pronuncia — Acha que conseguirá passar o feriado com a gente n'A toca?

— Creio que sim, amiga. — sorrio — Mandei o recado, mas vocês sabem como Nefesta é, quando não está voando desengonçada, se perde. 

A  risada na roda é geral quando falo sobre minha coruja, já que todos  presenciaram inúmeros acontecimentos hilários com a mesma. 

—  Estou atrasado, não estou? — devidos às lágrimas nos olhos, de tanto  dar risada, consigo ver apenas um borrão preto e amarelo, que suponho  ser Cedrico — Bom, pelo menos podemos ir todos juntos ao jantar.

Diggory ultimamente anda ocupado demais para passar algum tempo conosco. Depois de vencer o torneio tribruxo, sua fama, que já era grande, passou a ser a maior de todos os tempos em Hogwarts.

Percebo  Fred, que anda com um dos braços em volta do meu pescoço, desacelerar  os passos. Faço o mesmo, nos deixando um pouco para trás dos demais.

— O que daremos de natal a Jorge? — o tom malicioso do ruivo, típico de um esquema pré pegadinhas, me arranca um sorriso.

— Seu quarto, dez minutos depois das dez.  — tiro seu braço de mim quando chegamos ao salão principal — Se quando  eu chegar estiver dormindo, o presente valerá para você também, Weasley!

— Vai sonhando, Black... — ele berra, quando já estou perto da minha mesa.

A minha amizade com os Weasley e Hermione foi, basicamente, uma consequência por Harry e eu nos considerarmos primos. E viramos todos uma grande família, literalmente.  

—  Confraternizando com o inimigo, como sempre, não é, Black?! — o dono  dos cabelos loiros, quase platinados à minha frente, debocha.

—  Cuidando da vida dos outros no lugar da sua, como sempre, não é,  Malfoy? — sorrio em sua direção, pouco antes de Amelie sentar ao meu  lado.

— Deixe-a em paz. — minha amiga rosna.

—  Acha que estou preocupada com um pirralho desses, Lie? — bufo, em  deboche. Embora seja apenas dois anos mais velha do que Draco, o irrita  profundamente esse apelido carinhoso que o dei.

Amelie  é a irmã mais nova de Ninfadora, uma amiga antiga de Sirius. Logo no  meu primeiro ano em Hogwarts ficamos inseparáveis. E, embora sejam da  mesma turma que eu, só fiquei amiga dos gêmeos depois que Harry  apareceu.

Quando o banquete se inicia, como pouco, o que não é muito comum, e me apresso em direção às masmorras. Antes que possa chegar ao conjunto de pedras  que da acesso à entrada da minha sala comunal, sinto mãos grandes o  suficiente para envolver todo o meu antebraço me puxarem para debaixo  das escadas.

—  Está sem comer novamente, não está, Theresa? — apesar da falta de  iluminação intensa, reconheceria essa voz em qualquer lugar.  Principalmente por estar me chamando pelo nome.

—  Nossa, Frederick, que mãos enormes... — gozo com a sua cara, mas pela  falta do som da sua risada, entendo que apenas eu vi alguma graça.

—  É, enormes e eficazes para escrever cartas para Sirius e minha mãe,  contando que está sem se alimentar direito. — seu tom sério me causa uma  leve irritação.

— Nossa, grosso. Não estou sem comer, só estava sem fome por causa dos sapos de chocolate que peguei de Cedrico hoje mais cedo. — bufo — Agora pare de ser insuportável.

— Podemos discutir isto mais tarde. — ele me entrega a pequena bolsa — Estarei esperando na sala comunal.

— Você sabe que é o melhor, não sabe? — beijo estaladamente sua bochecha, e antes que comece outro sermão, entro depressa na sala da sonserina, dando de cara com Amelie.

— Estava te esperando para não levantar suspeitas. — minha amiga sorri, mas ainda assim consigo notar sua vontade de me matar.

Ela  sabe que quase todas as noites saio para encontrar Fred. E, nunca  aconteceu, mas se um dia precisarmos, ela também sabe como me dar  cobertura. Lie gosta dos garotos, embora ache que eles trazem o que há  de pior em mim, principalmente o motivo das minhas fugas noturnas. Mas  somos todos bons amigos.

— Meninas? — Hailey, a segundanista que divide o quarto conosco ascende a luz — Pensei que iriam demorar ainda...

— Não, H, pode apagar a luz. Já iremos dormir também. — afirmo, com um sorriso.

Já  de pijama, começo a ler um livro que peguei do quarto de Fred quando  fui À toca da última vez, sobre criaturas místicas, para passar o tempo.  Quando começo a fechas os olhos, vejo que o relógio indica já terem se passado quinze minutos do toque de recolher.

Pego  a capa da invisibilidade de Harry dentro da bolsinha, que, para ser  sincera, uso mais do que o dono, minha varinha, e saio silenciosamente  do quarto. Sigo com cautela pelos corredores, passando distante quando  vejo senhor Filtch e madame Nora. Enfim chego à porta da sala comunal da grifinória, que rapidamente se abre.

Bendito seja o Mapa do Maroto. Benditos sejam tio Sirius e seus amigos.

— Espero que tenha trazido meu suéter. — aviso, depois de tirar a capa.

—  Claro, nunca vi ninguém andar em roupas tão minúsculas. — ele me  entrega um enorme (para o meu tamanho) suéter com um grande "F" bordado  na frente, feito pela senhora Weasley, e coloco minhas pernas por cima  das suas quando sentamos, como de costume.

— É por isso que você é meu melhor amigo, salsicha. — bagunço seu cabelo.



Oioiii! Então, não é minha primeira fanfic sobre Harry Potter, mas é a primeira que posto rsrs. Então peguem leve comigooo!! Espero que gostemmm :)

A maior pegadinha de todos os tempos || Fred Weasley || Parte IOnde histórias criam vida. Descubra agora