Capítulo 1

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Eu tenho 17 anos, sou baixinho de 1,60 tenho o cabelo castanho ondulado e uso óculos de grau. Eu definitivamente daria um perfeito nerd de filme americano a diferença é que nesses filmes os nerds acabam felizes e bem sucedidos.

O que eu sei da minha infância é que eu fui encontrado numa lata de lixo quando bebê. Nunca descobri quem são meus pais ou o motivo de terem me abandonado.

Me acolheram num orfanato chamado Flôres de nuvens e vivo nele desde então.

Perdi a esperança de ser adotado quando fiz treze anos já que ninguém nunca adota as crianças maiores, nenhum dos casais que chegavam a vir aqui se interessavam por mim, todos diziam que eu era amaldiçoado e afastava as pessoas, com o tempo eu passei a acreditar nelas.

Todos devem pensar que devo ser grato  por ser acolhido nesse lugar, mas a cada dia que passa eu tenho mais certeza que eu deveriam ter me deixado naquela lata de lixo.

A verdade é que eu não passo de empregado/saco de pancadas aqui dentro, só tem duas pessoas que eu realmente amo aqui. A primeira é a Kelly   ela é como uma irmãzinha mais nova, entrou aqui quando eu tinha exatos quatorze anos e ela nove. Ela tentou me proteger quando a coordenadora me bateu, mas resultou apenas nela apanhando também, isso aproximou nós dois.

A outra é a cuidadora Isadora ela já é idosa e é como uma avó para mim, literalmente o tipo de pessoa que todos querem colocar num potinho para que nunca percamos.

Tirando elas, não tenho mais nada. Eu sempre estudei muito, então consegui me formar com quinze anos o que não ajuda muito no lado social, eu amo livros, mas a única hora que tenho tempo para ler é a noite.

  Eu passo das sete as sete trabalhando como doméstico, ando de cima para baixo limpando, passando, lavando e servindo. Tudo isso enquanto tento evitar a gang de arruaceiros que são os outros moradores desse orfanato, eles são como a cereja do bolo no meu sofrimento e protegidos da coordenadora .

Eu e kelly fomos obrigados  pela  mesma a lavar as roupas e limpar tudo para eles, sempre que algo que nós fazemos não sai de acordo com o que eles querem, ela nos castiga e além dela, eles se juntam para nós bater como sua forma pessoal de punição. Eu nunca deixou que toquem em Kelly e sempre apanho por nós dois.

Eu prometi a mim mesmo, que daqui a cinco meses quando fizer dezoito eu iria sair desse lugar e levaria Kelly comigo, nem que eu mesmo tivesse que adota-la.

Já era noite, eu já havia levado Kelly até o quarto das meninas e estava saindo do quartinho da dona Isadora depois de ajudá-la a costurar umas roupas, quando o grupo de protegidos chegaram até mim no corredor. Eles eram sete ao todo: Natan, Michelly, Thiago, Yan, André, Sandra, e Ravenna.

—Você vem com a gente— Natan meio que o líder do grupo disse segurando meu pulso e me puxando para uma das salas de recreação.

Nós usávamos a sala para jogar, brincar e ler. Lá tinha vídeo game, vários brinquedos e muitos livros nas prateleiras.

Ele me jogou no chão e começou a falar.
—Nós vamos fazer uma coisa bem interessante e você vai ajudar a gente—  disse com um sorriso no rosto.

Eu sabia que nada que viesse daquele grupo poderia ser bom, pelo menos, não para mim.

— O que querem? — eu perguntei já sem muita paciência.

Ravenna que estava com um livro se aproximou de mim. Eu já havia visto ele por alí era um livro sobre uma religião antiga e nem na nossa língua estava, estava em latim, eu estudei muito para conseguir traduzir um pouco sobre ele e tenho certeza que a tradução não está muito correta, lá estava escrito sobre alguns rituais antigo, como fazer oferendas a deuses mais antigos que a própria religião, como invoca-los e fazer acordos.

The Offering(hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora