Amortentia (Taekook/ Vkook)

Poções

Oláaaaaaaa meus bolinhossss. Como vocês estão? Eu espero que bem.
Felizmente, eu passei nesse projeto lindo que é o TOPJKproject, e vou trazer mais histórias do shipp que tanto amo, os taekook. Espero que me acompanhem nesta jornada.

Para começar com o pé direito, eu misturei essa história com um universo que eu amo muito, que é o universo Harry Potter. Quem não conhece, não se preocupe, não afeta tanto a história, ok? O foco é o tema LGBTQ+ que eu achei muito interessante de se desenvolver.

O nome da história como viram é Amortentia, no universo HP é uma poção do amor que ao sentir apenas o cheiro dela, você irá sentir o cheiro das coisas que te atrai, incluindo o cheiro da pessoa que você gosta. Mas na fanfic eu deixei a entender que é apenas o da pessoa que você gosta, lembrando que tudo isso é apenas ficção.

Espero que gostem.

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Jungkook estava estático ao receber aquela informação, mais um de seus amigos estava, novamente, comentando sobre garotas; desta vez, Hoseok da casa Lufa Lufa comentava o quão apaixonado estava por uma garota da Corvinal. Era uma situação difícil para Jungkook, ele era um bruxo brilhante, um dos melhores da escola, rendia bons pontos para Grifinória, mas dentro de si tudo parecia meio confuso, o que o deixava muito cabisbaixo, por não estar compreendendo seus próprios sentimentos, por seu corpo estar reagindo sozinho, desobedecendo seus comandos.
Durante suas férias, acabou ficando em uma casa no campo com sua família. Era para ser algo normal, divertido, mas tudo foi por água abaixo quando Jungkook percebeu que seu corpo reagia sozinho ao admirar a beleza do filho do casal da casa ao lado.
Aquilo o deixou levemente confuso, pois nunca havia se tocado que também se sentia atraído por rapazes. O medo de seus amigos não o aceitarem, de sua família o renegar, o fazia entrar em pânico, e nem sabia se realmente gostava ou se seriam seus hormônios. Na verdade, ele estava à procura de desculpas para justificar o seu "encanto" pelo vizinho da casa de campo.
Mas voltando à escola, se sentiu ainda mais perdido. Imaginava que logo a pressão ridícula de adolescente para que ele tenha uma companheira começasse, mas não se sentia pronto para se envolver com alguém.
Saiu do refeitório e caminhou rumo ao jardim da escola, mas para chegar lá, precisava passar por um corredor que, naquele horário, estava rodeado de estudantes da Sonserina. Jungkook sabia que eles iram implicar com ele, afinal, o Jeon era a estrelinha da Grifinória, um ótimo jogador de quadribol que já fez a casa de cores verde e prata perderem vários jogos.
Respirou fundo e abaixou seu rosto, tendo sua boca tampada pelo cachecol amarelo e vermelho, caminhando tranquilamente pelo corredor. Jungkook odiava confusões, evitava briga a todo custo; mas também não era como se ele fugisse, tentava resolver na conversa, e quando via que não tinha solução, enfrentava seu adversário.
— Ora, Ora, um pontinho vermelho perdido — comentou em um tom alto, um rapaz de estatura mediana. Jungkook apenas ergueu uma das sobrancelhas encarando o aluno em sua frente.
— Não estou a fim de discussão, Lúcio, então me deixe passar — pediu de forma educada, vendo que três rapazes já ficavam em sua frente, querendo barrar sua passagem.
— A estrelinha da Grifinória quer passar — debochou o outro, fazendo um leve bico, rindo em seguida, de uma forma um pouco fria. — Querer não é poder, Jeon.
— Você não é o dono do corredor, muito menos do colégio, se eu quero passar, eu vou, e não vai ser vocês quem vão me impedir. Entendeu bem? — ditou em um tom firme, seu semblante era neutro, não estava muito preocupado com aqueles três.
— Ah, seu moleque... — E antes mesmo que Derek avançasse sobre Jungkook, alguém se meteu na frente. Era ele, a laranja boa no meio das ruínas. — Taehyung!
— Não vão dar mais nenhum passo! Por culpa dessa dor de cotovelo de vocês perdemos vários pontos ano passado por ficarem arranjando confusão à toa. Estão irritados por que o Jungkook marcou o ponto da vitória no último jogo? — questionou sério, vendo os três trocarem olhares entre si antes de concordarem levemente com a cabeça, não querendo muito dar o braço a torcer. — Então, usem o tempo que estão gastantando procurando briga com ele, para praticarem e, assim, estarmos melhores e ganharmos. Não quero mais nenhum de vocês arranjando confusão com pessoas das outras casas, já temos uma fama péssima e vocês não ajudam a melhorar!
Taehyung fez um gesto com as mãos, indicando para que os garotos se espalhassem, saindo de perto e deixando Jungkook finalmente passar. Claro que Jeon não precisava de nenhum defensor, era forte e corajoso o suficiente para enfrentar aquela situação sozinho, mas achou bonito o gesto do outro.
O rapaz de cabelos loiros tinha os olhos azuis por um feitiço que seu irmão fez quando criança e deu errado. A pele era levemente bronzeada, suas roupas sempre estavam em perfeito estado, e seu semblante era muito alegre na maioria das vezes. Kim Taehyung era muito popular por seu carisma, se não fosse pelo uniforme com detalhes esverdeados, nunca desconfiaram que ele era da Sonserina.
Ele era adorável! Muito brincalhão, não era preconceituoso, não humilhava ninguém por sua família ser de sangue puro, por possuírem grandes poses; pelo contrário, sempre estava disposto a ajudar todos. Era um rapaz muito atraente, mas nunca se via com ninguém, todos os bailes ele faltava, não chamava nenhuma menina para lhe acompanhar e negava todos os convites que recebia. O porquê era um grande mistério.
Taehyung era uma incógnita, ele era muito diferente dos seus colegas de casa. Era tão compreensível, dono de uma personalidade tão cativante que os outros membros da Sonserina o respeitavam, como se quisessem aprender a ser igual a ele.
— Peço desculpas em nome deles, Jungkook — pediu, seu tom de voz era grave, arrepiou cada pelinho do corpo do aluno de Grifinória.
— Desculpas aceitas. Até! — falou em um tom ainda firme, saindo dali e indo, finalmente, em direção ao jardim.
Jungkook se sentou sobre a grama e passou as mãos sobre seu rosto e cabelos, bagunçando um pouco os fios tingidos em um castanho claro. Respirou fundo algumas vezes, tentando entender que tensão foi aquela, como seu corpo reagiu ao ter os olhos azuis do Kim direcionados a ele, de forma tão atenta. Era como se Taehyung estivesse tentando gravar cada detalhe do rosto de Jeon.
Não foi a primeira vez que Taehyung brigou com alguém da própria casa para defender alguém de fora, ele sempre fazia isso. Mas a forma que olhou para Jungkook era diferente, como se realmente quisesse o proteger.
Novamente, Jungkook pensou que poderia ser algo de sua cabeça; não tinha uma imaginação tão fértil como alguém de Corvinal, mas ultimamente estava agindo de uma maneira diferente. Em sua mente, só conseguia se lembrar de quando seu olhar se cruzou com o brilho dos olhos azuis do Kim, que o fizeram paralisar por alguns segundos e esquecer a forma que se respirava, como agir.
Achou melhor deixar aquilo de lado, afinal, estava se descobrindo ainda. Aquele fora seu primeiro contato face a face com Taehyung depois de um bom tempo estudando com ele, talvez fosse aquilo, apenas uma boa primeira impressão direta.
Alguns dias se passaram e Seokjin, da casa Lufa Lufa, amigo próximo de Jungkook, percebeu o quão afastado de todos o mais novo estava. Andava sempre tão pensativo em momentos de confraternização, que nem parecia que ele estava ali. Aquilo preocupava o Lufano, sentia que alguma coisa estava afligindo o amigo.
Hoseok falava o quão legal era Hogwarts ter adotado o método de terem bailes anuais, e não apenas quando forem anfitriões do torneio tribruxo; assim, membros de diferentes casas podiam se enturmar mais. Parecia algo legal, mas nos dois anos que Jungkook participara, o último lhe pareceu meio entediante. Não gostou muito da garota que havia convidado, ela falava muito rápido e nem o deixava falar sobre si.
— Já sabe quem vai convidar para o baile de inverno, Jungkook? — Hoseok questionou curioso, enquanto olhava para o banquete em sua frente, era a hora do jantar.
— Soube que a Wheein, da Grifinória, tem interesse em você — comentou Seokjin, enquanto pegava o copo com suco para tomar um pouco. — Ela é linda.
E era mesmo, Jungkook sabia disso, sabia que ela era uma boa companhia. Tinha uma ótima personalidade, seria uma ótima escolha para o baile de inverno, mas este evento era o menor de suas preocupações.
Em um estalar de dedos, tudo pareceu estar em câmera lenta. Os lábios de Jungkook estava entreabertos levemente enquanto seus olhos estavam arregalados olhando em direção à entrada do salão. Seus olhos admiravam dois alunos, Park Jimin e Min Yoongi, ambos da casa de Sonserina, amigos próximos de Taehyung. A amizade do trio era admirada por todos, mas naquele momento, admiravam algo não tão comum de se ver pela escola; os dois estavam de mãos dadas e sorriam um para o outro. Havia um grande brilho nos olhos deles, estavam apaixonados e não queriam esconder isso de ninguém.
O casal caminhou até o lado das mesas da casa de Sonserina e se sentaram lado a lado. Nem perceberam que haviam chamado a atenção de metade do salão, estavam focados em curtir o momento juntos e Jungkook invejou aquilo.
— Não sabia que eles eram um casal, sempre achei Yoongi muito protetor com o Jimin, mas não pensei que houvesse amor nesse sentido — Seokjin comentou, um pouco baixo.
— Lembra quando Yoongi se machucou no jogo de quadribol? O Jimin entrou em desespero, não saiu do lado dele até acordar, e olha que o Yoongi ficou desacordado por uns três dias. Taehyung também ficou preocupado com o amigo, mas dava para ver que a preocupação do Jimin era diferente — declarou Hoseok, mais para Seokjin do que para Jungkook, que ainda não estava prestando atenção na conversa de seus amigos.
Jungkook analisava Taehyung entrar no salão, com três livros da biblioteca em suas mãos; o rapaz estava ainda mais bonito que quando se encontraram naquela manhã. Balançou sua cabeça algumas vezes, negando, deixando aquele pensamento de lado.
— Jungkook! — Seokjin quase gritou para ter a atenção do amigo, que o encarou de volta. — Olá, terra chamando Jungkook.
— É... O que vocês dois estão fazendo aqui? Esta nem é a mesa da Lufa Lufa! — Finalmente Jungkook havia se dado conta que não era para seus amigos estarem sentados ali consigo.
— Eu conversei com a professora sobre você estar agindo meio estranho e nós estávamos preocupados. Então, ela deixou que ficássemos mais perto de você até que melhorasse — declarou Seokjin, era lindo seu gesto.
— Está tudo bem, Kookie? Estamos realmente preocupados com você. Anda tão distante ultimamente, não quer ser mais nosso amigo? — Hoseok questionou um tantinho triste com a hipótese de perder a amizade do Jeon.
— O quê? Não, não! Amo vocês, quero continuar sendo amigo de vocês para sempre, só... Aish, eu ainda não entendi ao certo o que está acontecendo comigo e, assim que eu compreender, conto para vocês — disse, tentando tranquilizar seus amigos, que apenas concordaram com a cabeça, respeitando seu espaço.
Jungkook amava seus amigos, mas temia que eles não pudessem lhe ajudar naquela situação, estava com medo de ser rejeitado, então resolveu fazer um leve teste.
— Será que os amigos deles vão se afastar por eles se assumirem como um casal? — Jungkook questionou, curioso pela resposta de seus amigos.
— Se eles fizeram isso, só vão provar que não são boas pessoas e péssimos amigos — Hoseok disse, com um tom firme de quem realmente acreditava em cada uma de suas palavras, o que tranquilizou Jungkook.
— Concordo com o Hoseok, quem se afasta dos amigos por causa disso? Cada um vive da maneira que lhe faz feliz. Não é porque eu gosto de meninas que meus amigos são obrigados a gostar — declarou Seokjin, dando de ombros e, em seguida, se preocupando em comer. — Oh, olha o Namjoon ali — comentou, vendo o rapaz de universo com detalhes azuis entrar no grande salão, com alguns livros em suas mãos.
— Namjoon! Quais as novas? — Hoseok questionou, vendo o aluno de corvinal se sentar ao lado de Jungkook. Ótimo, ninguém respeitava as regras.
— Convidei um cara para o baile de inverno — declarou o rapaz, vendo Seokjin e Hoseok cuspirem seus  sucos totalmente surpresos, tossindo em seguida, enquanto Jungkook encarava o Kim totalmente surpreso.
— Cuidado vocês dois, senão vão ficar iguais a mim — disse Frei Gorducho, o fantasma de Lufa Lufa, surgindo no meio da mesa entre o quarteto.
— Saia do meu espaço, Frei! — disse Nick-quase-sem-cabeça. — Esse é meu espaço!
— Por que você não vai tentar entrar novamente no grupo dos sem cabeças? Ah, lembrei, porque você é quase sem cabeça — declarou Frei, rindo e indo em direção à mesa de Lufa Lufa.
— Você é muito abusado. Sabe que esse é um assunto delicado para mim — falou enquanto ia atrás do outro para reclamar, o que fez o quarteto ali presente rir.
— Ok, mas um rapaz, Joonie? Estou surpreso — Seokjin declarou, vendo Namjoon lhe lançar um sorriso bonito.
— Eu convidei o Taehyung, da Sonserina, mas ele recusou. Disse que estava honrado em receber um convite meu, mas que ele tinha prometido ir ao baile de inverno apenas quando fosse a pessoa que ele cultivava sentimentos. Achei fofo — disse dando de ombros, pegando o suco de Jungkook e tomando um pouco.
— Você... Gosta do Taehyung? — Jungkook questionou surpreso, vendo o mais velho negar com a cabeça.
— Não, mas não quero levar uma garota ao baile gostando de meninos, e o Taehyung é sempre tão mente aberta. Ele nunca vai, pensei que seria alguém legal para se ter ao lado durante o baile, apenas isso. — Aquelas palavras foram um verdadeiro alívio para o Jeon, e ele nem sabia o porquê.
— Então, Taehyung lhe dispensou apenas por não ser quem ele cultiva bons sentimentos, não por você ser um garoto? — Hoseok questionou, fazendo Jungkook arregalar os olhos e seu coração dar uma leve falhada.
— Exatamente! Taehyung é incrível, 'né? — Namjoon comentou sorrindo, vendo os amigos concordarem levemente com a cabeça, totalmente surpresos.
Taehyung era surpreendente.
(...)
Jungkook estava cada vez mais confuso sobre gostar de garotos, sobre sua leve admiração por Taehyung. Então, na manhã daquele domingo, resolveu procurar Namjoon para lhe ajudar.
Começou a andar por toda a escola, desesperado atrás do mais velho, até que se lembrou do lugar mais óbvio em que ele poderia estar: a biblioteca. Foi correndo até lá, caminhando ofegante pelos setores dos livros e nada, nem mesmo um sinal dele.
— Mas que droga! — disse totalmente irritado, passando a mão pelos cabelos, quando avistou uma das mesas afastadas de todos. Yoongi estava com a cabeça deitada sobre a mesa, enquanto o namorado lhe fazia cafuné com uma mão e, na outra, segurava um livro de poções.
"Ok... Será que eu peço ajuda a eles?"
"Não, não, não é uma boa escolha."
"Mas é a única que eu tenho no momento. Ah, foda-se!"
Respirou fundo e caminhou até o casal, vendo o Park fechar seu livro e sorrir de lado, um tanto surpreso com a aproximação do Jeon.
— Amor... Acorda rapidinho — pediu um pouco baixo, vendo Yoongi levantar a cabeça. Ergueu uma das sobrancelhas e travou o maxilar, encarando o aluno da Grifinória com certo rancor.
— O que você quer? — questionou, um pouco ríspido.
— Eu preciso de ajuda — falou em um tom firme.
— Que tipo de ajuda a gente poderia te oferecer? — Jimin questionou, vendo o namorado se levantar.
— Não importa, eu não vou ajudar. Por culpa dos seus amiguinhos, meu pulso está quebrado — Yoongi disse, levantando sua mão esquerda, que estava enfaixada; o rapaz havia caído sobre ele no último jogo. Irritado, ele saiu do local.
— Ele sentiu muita dor naquele dia e havia treinado bastante para o jogo. Só está frustrado por ter se acidentado — declarou o Park, respirando fundo. — No que posso ajudá-lo, Jungkook?
— Sinto muito por ele... — Se sentou ao lado de Jimin, mordendo a parte interna de sua bochecha antes de começar a falar. Estava realmente muito nervoso. — Eu acho que estou começando a gostar de garotos, todos meus amigos são héteros, pelo menos eu pensei que eram — disse pensativo e, em seguida, negou com a cabeça. — Eu só queria ajuda para entender o que estou sentindo.
— Você acha que gosta de garotos? Meu deus! Taehyung vai ficar radiante! — declarou sorrindo, mas ao notar o semblante de Jungkook, fechou a cara na hora.
— Como assim? Por que ele ficaria radiante com esta informação? — questionou, totalmente confuso.
— Então, você gosta de garotos, 'né? Como quer que eu lhe ajude com isso? Eu já namoro, não posso te ajudar muito, dependendo de como quer ajuda.
— Ah, não! Não quero causar intriga entre vocês, formam um casal lindo — declarou, vendo Jimin sorrir abertamente com aquela informação. — Eu preciso saber se também se sentiu confuso quanto a isso e como descobriu que gostava de garotos.
— Bom, quando eu entrei na escola, fiquei amigo do Yoongi e do Taehyung de cara, sempre fomos muito unidos, os três. Cuidávamos muito bem uns dos outros, mas eu comecei a perceber que Yoongi tinha atitudes um pouco diferentes quando o assunto era eu, era um cuidado mais amoroso; ele não é tão carinhoso, mas comigo, sempre foi. Conforme eu ia notando isso, ia percebendo que estava gostando cada vez mais daquele cuidado e acabava demonstrando com ele também, sem nem ao menos perceber. E quando percebi, eu surtei, fiquei confuso, pensava que era coisa da minha cabeça e que eu estava alucinando. Até que, nas férias, ele foi até a minha casa e se declarou para mim. — Sorriu ao se lembrar do acontecimento. — Foi complicado no começo, confuso, mas não tente fugir do que você sente.
— Taehyung agiu bem quando soube sobre vocês dois?
— Até demais! Gritou um "finalmente" e abraçou a gente, foi bem fofo. — Sorriu abertamente. — Está interessado em alguém, Jungkook?
— Apenas interessado em compreender meus sentimentos. — Se levantou, colocando sua cadeira no lugar. — Obrigado por me ajudar, hyung. E, novamente, desculpas pelo o que a minha casa causou ao Yoongi hyung, ele é um ótimo jogador.
— De nada. E ele é sim, logo supera isso. Boa sorte, Jungkook — desejou, sorrindo, vendo o mais novo agradecer com um sorriso e sair do cômodo.
(...)
Jungkook acordou cedo e se preparou para a primeira aula do dia, era a de poções e ele gostava bastante dessa matéria. Aquela aula e a de vassoura eram as únicas que ele tinha com a turma de Sonserina.
Nos últimos dias, a estrelinha da grifinória andou observando a atitude do novo casal de Hogwarts, e conversou, também, com Namjoon, quando finalmente o encontrou. O Kim o ajudou a compreender mais sobre o que estava sentindo, também lhe explicou detalhadamente algumas coisas um pouco impuras, que o jovem Jeon ainda não compreendia perfeitamente.
O castanho era atrasado na escola; tinha 18 anos, enquanto seus amigos da mesma turma tinham 17. Ele e Taehyung eram os únicos que haviam entrado um ano depois que a maioria entrava em Hogwarts. Jungkook era porque sua mãe era trouxa e estava apavorada com a ideia de ter seu único filho longe. Já Taehyung, era muito apegado à avó, que estava muito doente, uma doença que nem os bruxos sabiam como curar; então, o diretor permitiu que ele entrasse um tempo depois, já que ele queria aproveitar o tempo com sua avó antes dela partir.
A aula de poções havia começado e o professor explicava atentamente o efeito de cada uma das poções, de como elas deveriam ser produzidas com o maior cuidado, porque um passo errado e ela poderia dar outro efeito, não o esperado.
— E esta aqui é a Amortentia, a poção do amor mais poderosa que existe. O efeito dela não dura muito tempo, o sentimento não é verdadeiro, não é amor; apenas uma paixão forte, mas que uma hora passa — declarou o professor, mostrando o frasco de vidro com o líquido dentro. — Alguém sabe alguma coisa sobre ela?
— O cheiro dela muda para cada pessoa, cada um sente o cheiro daquilo que lhe atrai — Wheein declarou, sorrindo em seguida, ao ver que seu professor ficou feliz com a resposta.
— Exatamente, parabéns, senhorita Wheein. Agora, eu desafio alguém vir e falar o cheiro que sente.
— E se o cheiro for ruim, professor? — questionou um aluno da Grifinória.
— Aí você tem que rever seus gostos — respondeu o professor, fazendo o restante da turma rir. — Então, alguém se prontifica? Sonserina?
— Ganha ponto? — questionou Yoongi, fazendo o professor o encarar com um semblante um pouco sério. — Então não faço.
— Como se fosse preciso, todo mundo sabe o cheiro que você iria descrever — declarou Taehyung, rindo fraco em seguida. — Eu faço, professor.
— Ah, Taehyung! Por favor, venha aqui na frente. Não vale mentir — lembrou o professor, entregando o frasco para o rapaz de cabelos loiros e olhos azuis. Concordando com a cabeça, Taehyung aproximou o fraco de seu nariz, sorrindo de lado ao sentir o cheiro. — E então, que cheiro sente?
— Hidratante... de ameixa negra. É muito bom! — comentou sorrindo. — Também sinto um leve cheiro de cacau. Nossa, eu gosto de coisas doces 'pra caramba! — declarou, fazendo a turma rir enquanto ele também ria. — E, por fim, algodão doce.
Era engraçado Taehyung sentir o cheiro de coisas tão doces e não ficar enjoado. O rapaz se afastou, voltando a ficar ao lado de seus amigos, enquanto o professor agradecia e continuava a dar sua aula.
Naquele momento, ninguém imaginava que Jungkook estava tendo um surto interno. Ameixa negra era o hidratante que havia ganhado de sua mãe e sempre o usava, durante anos; o cacau era de seu xampu, que o rapaz também usava há muito tempo; e o algodão doce, bom, esse talvez fosse seu próprio cheiro natural.
Olhou discretamente para o loiro, que virou o rosto no mesmo momento, fazendo os olhares se encontrarem. O Kim lançou um sorriso muito bonito, fazendo Jungkook esquecer de como se respirava, mas se lembrou de sorrir.
— Professor, posso sentir a amortentia? — questionou Jungkook, queria tirar uma vez por todas a dúvida que o afligia. Se o cheiro que sentisse fosse o de Taehyung, e se o rapaz realmente gostava de si, planejava uma aproximação.
— Ah, claro, um aluno de cada casa. Pode sim, Jungkook. Aqui — disse, lhe entregando o frasco. O garoto aproximou o vidro, sentindo o perfume, o que lhe fez sorrir. — E aí, o que sente?
— Cheiro de maçã verde e limão — falou, entregando o vidro para o professor em seguida.
— Bem diferente do cheiro que o Taehyung sentiu — comentou o professor —, provando que cada um sente um aroma diferente. Pode voltar ao seu lugar, Jungkook.
— Aconteceu alguma coisa, Taetae? — Jimin questionou o amigo, um pouco preocupado.
— É o meu cheiro, Jiminie — respondeu baixinho, vendo o amigo sorrir abertamente. — Ele gosta de mim?
— Aparentemente, sim — Yoongi se intrometeu na conversa, sorrindo de lado. — Vai falar com ele?
— Eu não sei, o que eu falo? Eu deveria falar?
— Não, espera um pouco, acho que ele vem até você — disse Jimin, vendo o amigo concordar com a cabeça e tentar conter o sorriso que tinha em seus lábios.
Até que Jungkook poderia ir falar com Taehyung, coragem para isso ele tinha. O problema era sua própria aceitação. Precisava saber o quão disposto estava para lutar pelo o que sentia e se teria o apoio de seus pais.
No restante daquele dia, Jungkook ficou um pouco aéreo, pensativo sobre a situação que se encontrava. Seus pais o amavam, iriam aceitar sua escolha, assim como seus amigos, certo? Ele esperava que sim.
Decidiu escrever uma carta para seus pais, precisava ter certeza antes de envolver Taehyung em sua vida. Aquela foi, sem sombra de dúvidas, a carta mais difícil que Jungkook escreveu, porque nem ele sabia o que escrever.
A carta demorou dois dias para ser feita, até que finalmente estava boa o bastante para que Jungkook mandasse para seus pais. Com medo da resposta, ele ficou um pouco mais quieto no dia, apenas admirando Taehyung de longe.
Os dois sempre trocavam olhares e alguns sorrisos, mas nada além disso. Parecia que Taehyung entendia, apenas com o olhar, que Jungkook precisava daquele tempinho para colocar sua cabeça em ordem.
Era claro que Jungkook queria se relacionar com Taehyung, e isso ficou ainda mais claro em sua vida quando acabou sonhando com o acontecimento.
No sonho, Jungkook tinha Taehyung em seus braços, os dois completamente nus, se entregando um ao outro. Os beijos eram intensos e os toques suaves, havia sentimento sendo demonstrado em cada um.
A imagem de Taehyung subindo e descendo sobre seu colo era tão viva na mente de Jungkook, que até parecia realidade. Lindo era de se admirar — mesmo que em sonho — os cabelos loiros do rapaz de pele levemente bronzeada grudados na testa, suas pupilas dilatadas, seu corpo coberto por uma fina camada de suor, enquanto o nome do aluno de grifinória saia de seus lábios de uma maneira rouca e baixa, as testas de ambos coladas, enquanto os dedos de Taehyung se prendiam nos fios de cabelos morenos de Jungkook.
Os efeitos do sonho tiveram um efeito real, fazendo Jungkook acordar com o corpo completamente suado e um problema entre as pernas. Mas nada que um banho muito gelado e pensamentos aleatórios não ajudassem a desfazer.
No dia seguinte, Jungkook foi surpreendido com o cordeiro, a carta de seus pais havia chego e ele estava muito nervoso para lê-la. Pegou o papel e caminhou para fora do salão, indo até a biblioteca, se sentando afastado de onde normalmente costumava ter pessoas.
Respirou fundo, contou até dez e abriu a carta:
"De: Senhora Jung Somin
Para: Jeon Jungkook