Capítulo 38 ✔

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Eu percebo que um alívio entranhável pulsa através do meu crânio quando soube da boca do médico que minha mãe ainda resiste na sala de cirurgias, lutando pela vida, enquanto o último fôlego de Charlote Stone Reynolds foi definitivamente levado pel...

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Eu percebo que um alívio entranhável pulsa através do meu crânio quando soube da boca do médico que minha mãe ainda resiste na sala de cirurgias, lutando pela vida, enquanto o último fôlego de Charlote Stone Reynolds foi definitivamente levado pelo profundo sono da morte.

Meus olhos estão desfocados, cheios de lágrimas.

Parte dos meus tremores foram aplacados e, de repente, eu sinto-me mal pela alegria de ter sido Charlie a falecer e não a minha mãe. Mas lembro-me de sua crueldade sem limites, ferindo quem amo e isto basta para que a culpa seja amenizada em mim.

— Há esperanças ainda, meu Deus.

Eu entrelaço os dedos sob meu queixo, emocionada, confortada e imensamente grata.

Viro-me de encontro ao peito de Enzo, recebida em seu afeto, acalmando a tempestade dentro de mim, abraçando-me com muita força.

— Sempre haverá esperanças se não deixá-las morrer, Anna.

— Obrigada.

— Ainda não fiz nenhum terço do que merece, menina.

— Sério, muito obrigada, Enzo. Não percebe mesmo? Você já faz muito só por existir.

 Sinto a tormenta dissipando-se, o medo rastejando para longe, invadida pelo amor incondicional, sincero e dedicado deste homem tão torturado e proibido.

Ele agarra-me o rosto entre as mãos e afoga-se em meus olhos, penetrando minha alma e cada célula pulsante em mim, tomando meus traumas e minhas inseguranças, cativando-me por inteira.

Estou presa aos obscuros olhos determinados do belo e atormentado, professor Raymond.

Ele inclina-se e beija-me a testa afetuosamente, enquanto fecho meus olhos, segurando-lhe os pulsos muito gentilmente.

— Você ainda está tão pálida. Isso é preocupante. Não deseja mesmo que um médico a examine?

— Não mesmo. Eu estou bem, por enquanto. Só tenho muita sede.

— Imaginei que sentiria. Já volto, tudo bem?

Aceno com a cabeça, recebendo com total agrado o seu suave beijo em meus lábios.

Depois que dobra o corredor, eu percebo como o silêncio e as dores acentuam-se em sua ausência.

A climatizada sala de espera parece apenas um pedaço de construção esterilizada, muito cinza, funesta, distante e esquecida.

Amores Proibidos - Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora