Epílogo

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    12 Anos depois...

    — Café da manhã! — eu grito alto para todos acordarem.

    Josh é o primeiro a descer coçando seus olhinhos.

    — Bom dia papai.

    — Bom dia campeão. Dormiu bem?

    — Sim.

    — Então senta aí. Fiz o bolo de chocolate que você pediu.

    Ele sorriu animado e começou a se servir.

    Irina e Victoria desceram as escadas minutos depois.

    — O cheiro tá bom… Bom dia papai.

    — Bom dia minha princesa — digo beijando seu rostinho angelical.

    — Vai ficar com a gente hoje?

    — Não princesa. Hoje o papai trabalha. Vão ficar com a Dayse hoje. Mas amanhã o papai está em casa, e nós iremos ver a tia Charlotte.

    Irina sorriu como só ela sabia fazer.

    Era engraçado a divisão de características…

    Irina é a cara do pai.

    Josh é a cara da mãe.

    Mas se tratando de temperamento…

    Irina é tão explosiva quanto a mãe.

    Josh tão calmo quanto o pai.

    É incomum, mas é perfeito

    — Eu não ganho meu bom dia? — Victoria pergunta se fazendo de ofendida.

    Eu fui até ela e selei seus lábios com os meus.

    — Bom dia meu Anjo...

    — Bom dia minha Luz…

    Ela já estava arrumada para mais um dia de trabalho.

    — Papai…— Josh chama minha atenção.

    — Sim?

    — Ontem, o Carter me empurrou de novo, eu caí e todos riram de mim.

    — Como assim… De novo?

    Victoria parecia dirigir a pergunta para Josh, mas eu sabia que era para mim.

    Josh olhou para a mãe, mas ficou com medo de abrir a boca.

    — David… Quando iria me contar isso?

    As palavras travaram em minha boca assim como em Josh.

    — David… É melhor responder.

    — Anjo… Eu fiquei com medo da sua reação. Eu iria resolver tudo antes de você saber.

    — Resolver? Nós somos os pais. Entendeu? Nós! Então da próxima vez que algo acontecer a um de nossos filhos, eu tenho que saber.

    — Me desculpa se eu temia a expulsão de nossos filhos por seguir seus conselhos!

    — Como assim?

    — Me diga, se eu tivesse lhe contado isso. O que você faria?

    — Eu teria uma séria conversar com a mãe do garoto.

    — Perfeito. E na segunda vez?

    — Na segunda eu quebrava a cara dela!

    — Está vendo agora o porquê eu não te contei?

    — E eu estou errada? Deixar baterem no meu bebê duas vezes? Nem ferrando! — ela virou irritada e encarou nosso filho. — Josh, se houver uma próxima vez, quebre a cara desse menino!

    — Victoria!

    — O quê?

    Eu encarei minha esposa, incrédulo com a situação.

    — Crianças, sobem para escovar os dentes. Seus pais precisam conversar.

    Eles assentiram e subiram as escadas correndo.

    — Não me julgue, quem está errado aqui é você! Escondendo o que acontece com nossos filhos.

    — Olha sua reação meu Anjo! O que você esperava que eu fizesse?

    Ela suspirou cansada.

    — Você pode ensinar nossos filhos a serem sensatos. Mas não pode deixar as pessoas pensarem que podem pisar neles por serem tão passivos.

    — Assim como você não pode ensiná-los a resolverem tudo na agressão!

    Ela me deu as costas e começou a inspirar fortemente.

    Victoria sempre faz isso quando precisa refletir.

    É a melhor forma para ela evitar explodir.

    — Tudo bem… Eu exagerei. Mas é sério, eu sou a mãe, nós somos os pais. Então nós devemos decidir o melhor para os nossos filhos, juntos. Eu sei que eu me descontrolo de vez em quando, mas isso não me impede de ser mãe!

    — Entendo… Me perdoe Anjo. Não vou fazer isso de novo.

    — Tudo bem. Conversamos com a professora na sexta-feira.

    — Okay.

    Ela fez uma cara irritadiça.

    — Ainda está brava comigo?

    Ela continuou séria, mas então sorriu e veio até mim.

    — E tem como ficar brava com você?

    — Não sei, mas você sempre dá um jeito de ficar.

    Ela riu e envolveu meu pescoço.

    — Verdade… Mas é o meu jeitinho de amar.

    Eu sorri em resposta.

    — Vai chegar tarde hoje?

    — Sim, ainda estou quebrando a cabeça naquele caso.

    — Ah…

    Eu fiquei feliz quando Victoria conseguiu se tornar uma agente do FBI.

    Mas confesso o quanto é difícil pra mim pensar que um dia ela pode sair e não mais voltar.

    É difícil, mas eu confio no meu Anjo, e sei que ela fará o seu melhor para voltar…

    — Me espera na cama, e de preferência… Despido.

    Eu sorri com o seu comentário.

    — Não quer tirar minhas roupas você mesma?

    — Eu vou estar morta de cansaço quando chegar, vou precisar de um banho, e você… Vai ter que me ajudar, vai que eu não aguente segurar o sabonete…

    Eu não aguentei e ri em seu pescoço.

    — Você não presta Anjo…

    — Mentira… Se fosse assim, já teria me deixado.

    Eu encarei sua íris flamejante e senti o desejo que nos envolvia…

    Ela é minha.

    E eu sou completamente dela.

    E Deus…

    Isso é perfeito.

    — Eu te amo.

    Victoria tomou meus lábios em resposta.

    Nós éramos um, mas agora o resultado era dois.

    Eu sei que essa matemática não faz sentido.

    Mas para nós…

    Ela faz todo o sentido.

    Fim. 

Condenada a ViverOnde histórias criam vida. Descubra agora