Que alívio!

395 49 1
                                    

... Mamãe tem uma mulher estranha no nosso sofá. Disse a menina de cabelos negros
_Não, eu sou a...
... Ela invadiu nossa casa. Ela é uma ladra. Disse Giorgina.
... Vou chamar a polícia. Disse o senhor Davi.
... Você está presa, você é uma vergonha para todas as professoras.
_Não senhor, por favor foi só um engano, me escute por favor.

Acordei, olhei para o lado não havia ninguém, felizmente a dor na cabeça havia passado, infelizmente eu ainda estava no apartamento e já eram sete horas.
...Eu vou explodir se não fizer xixi, mas não quero tocar nos trincos das portas a não ser...
Caminhei pelo corredor até os dormitórios, o lavabo estava trancado, ah não! Quem deixa um lavabo trancado?

Vi uma luz acesa, Marlene deve ter esquecido, aquela maluca esqueceu até de mim, imagine se não esqueceria um luz acessa.
...Que bom a porta do banheiro está só encostada, nossa que quarto bonito, daqui a pouco eu olho direitinho.
_Ai meu Deus! Quem é você?me deparei com um homem de toalha fazendo a barba.
_Eu que pergunto quem é você? Já que está é minha casa. Disse ele tranquilo.
_Eu, eu, sou a... Por onde você entrou? Ou você já estava aqui? Falei confusa.
_Entrei pela porta da frente, vi você no sofá, estava dormindo tão profundamente que resolvi não lhe acordar e vim tomar meu banho. Disse ele lavando o rosto.
_ Então você é o senhor Davi?
_ Sim. Disse com meio sorriso.
_ Diferente do meu sonho. Falei baixinho.
_ Como? perguntou ele.
_ Nada, Aí que vergonha, me desculpa, eu não queria invadir seu banheiro e nem sua casa, na verdade eu não invadi sua casa eu fiquei presa pela Marlene, porque vim pela aula e eu não queria dormir e nem roncar no seu sofá. Falei desesperadamente.
_Calma, eu não entendi quase nada. Disse ele com o abdômen liso e molhado à mostra, me fazendo ter vontade de desviar os olhos de seu belo rosto barbeado e olhar para aquela barriga escultural.
_ Eu preciso ir embora. Falei saindo rapidamente da porta do banheiro esqueci até a vontade de fazer xixi.
_Não moça, espera, disse ele me seguindo só de toalha. Isso nunca me aconteceu, um homem daqueles seminu vindo atrás de mim.
_Preciso saber o que a senhorita estava fazendo no meu sofá? Disse ele me bloqueando.

_Sou a professora que sua esposa pediu pra vir, por falar nisso onde está sua esposa? Por favor me deixe sair, se ela nos ver assim pode entender tudo errado. Falei preocupada.
_ Não, ela não vai ver, ela não está aqui. Disse ele. Por favor professora se ela te pediu para vir então, sente só um pouquinho enquanto me visto e conversaremos. Disse ele tentando me persuadir.
Eu não queira mais ficar, estava tarde e eu tinha que pegar o ônibus. Foi o argumento que usei para poder sair.
_ Eu levo você. Onde você mora? Perguntou ele.
_Hä quatro quarteirões daqui. Falei
_ Eu deixo você. Agora senta e espera por favor. Disse ele tocando levemente meu braço e me guiando até o sofá.
A toalha branca evidenciava seus volumes na frente e atrás. Misericórdia!!! Que homem é esse? Não olha pervertida!

Antes que ele voltasse ao quarto pedi que abrisse a porta do lavabo, ele não sabia onde Marlene havia colocado as chaves.
_ Use meu banheiro. Disse ele. Eu espero aqui fora se te deixa mais tranquila.
Passei por ele rapidamente, fiquei imaginando que ele estava olhando para meu bumbum, ai que vergonha logo hoje que vesti esse vestido que não valoriza nada.
Ah que ódio! Não lembrava que havia vestido o modelador de corpo inteiro, amo modeladores eles ajudam em minhas formas, mas para fazer um simples xixi, tenho que ficar totalmente nua no banheiro e para quem está apertada como eu...
Que alívio!!!!
Agora mais meia hora para vestir tudo novamente, ele vai pensar que estou fazendo o número dois.
Jesus Cristo, oh coisa apertada! Suei, agora meu vestido. Pronto.
Passei quase um ano no banheiro, tomara que ele não diga nada.
_Obrigada.
_ Você estava precisando mesmo não é?!. Disse ele.
Idiota! Eu sabia que ele ia pensar que eu estava cagando.

_ Estou pronto! Vamos acertar no caminho?!. Disse ele quando saiu do quarto, com os cabelos castanhos penteados e ainda molhados, bermuda jeans e camiseta preta, os olhos ficaram ainda mais esverdeados em contraste com o preto.
É bonito demais!!!
Descemos em silêncio no elevador.
_ Então professora, a senhorita recebeu a ligação de Georgina para dar aula a minha filha? Perguntou ele quando entramos no carro.
_ Sim.
_Vamos acertar então! Aninha é meu tesouro, linda, meiga, inteligente, o problema é que a mãe não quer ficar com ela, por isso uma professora é a melhor opção, infelizmente meus dois empregos também não me ajudam a ter mais tempo com minha filha. Falou ele.
_ Como assim? Eu sou professora e não babá. Falei decidida.
_ Não duram babás com a Georgina. Disse ele chateado.
_Onde está sua esposa? Perguntei confusa.
_Minha ex esposa deve estar no shopping agora, e minha filha deve estar nos brinquedos até agora, com fome e sono. Disse ele preocupado.
_ Meu Deus, que mãe é essa? Que bruta! Oh! Desculpa. Falei.
_Eu sei como ela é. Por isso estamos nos separando, vou tomar minha filha.
_Você tem credenciais, currículo, experiência? Perguntou ele.
_ Sim. Estão aqui. Mostrei a pasta que estava entre os livros. Dou aula para outras crianças em seu prédio. Falei.
_Sério?! Nunca a vi antes.
_Claro que não, homens como você não olham para mulheres como eu. Falei por entre os dentes.
_Como? Perguntou.
_ Eu sempre estou por lá. Falei disfarçando.
Ficamos em silêncio por um instante.
_ Se Marlene não o avisou que eu estava em sua casa, por que não me acordou, me colocou pra fora ou chamou a polícia. Perguntei temerosa.
Ele demorou um pouco para responder, pois estava em uma curva.
_ Logo que entrei em casa não a vi, você estava no cantinho do sofá e o abajur não permitiu que eu a visse, então quando eu ia passando para o quarto ouvi um barulho. Explicava ele.
_ Ah não! Eu estava roncando! Falei colocando a mão no rosto.
_ Não, você estava ressonando alto. Deu um leve sorriso. _ Confesso que tive vontade de jogar você pela varanda, foi então que vi os livros junto com sua bolsa, então imaginei que uma mulher que anda com livros não deve ser má, ainda mais com livro de gramática e matemática. Disse ele com voz sorridente e lógica.
_ Então, se não fosse por meus livros, agora eu estaria estendida na varanda do seu prédio? Perguntei.
_ Sim. Respondeu sarcástico.
_Nunca mais os largarei, meus heróis. Falei abraçando os livros.
_Moro ali, não tem treze andares, mas os cinco não são ruins. Falei.
_Acredito que sim. Esse bairro é calmo. Disse ele, conheço por aqui._ Pronto, então quando você começa?
_ Na segunda feira. Respondi.
_ Acertamos o preço na segunda então. Disse ele.
_ Tudo bem! Obrigada pela carona. Falei antes de descer.
_Avisarei Georgina que você dará as aulas. Ah! Professora como é seu nome? Perguntou ele.
_Antoniete. Respondi.
Fez um leve movimento na cabeça,desejou-me boa noite e foi embora.

Um aMor Fora Do padRãoOnde histórias criam vida. Descubra agora