Capítulo 18

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Natasha Bastos:

Acordo mais cedo e resolvo fazer um chá pra levar pro trabalho, não estava afim de tomar café reforçado, então a menos que eu não queira morrer de fome, opto pelo chá de hortelã.
Coloco o líquido quente em um copo térmico e peço um uber pro trabalho, preciso pôr gasolina mas estava sem tempo ultimamente.

— Bom dia, doutor Andrade. -o cumprimento na porta e entro pela mesma-

— Bom dia, princesa. -ele diz e eu o respondo com um sorriso. Coloco minhas coisas na bancada e começo a me organizar-

— Vai pra faculdade hoje? -Ele pergunta enquanto abre as janelas da recepção-

— Vou... -olho pra ele enquanto ajeito a touca descartável em meu cabelo- por que?

— Minha família veio, queria que fosse jantar lá em casa.

Quase engasgo com o pouco de chá que tinha acabado de ingerir.
Não vou negar, resolvi dar essa chance e vou dar.

— Sério? -faço um beicinho e me aproximo dele- queria tanto ir, mas infelizmente tenho facul, não posso faltar.

— E se eu te pegar depois, e bebermos um vinho lá em casa? O que acha?

— Ah. -coço a cabeça e o observo- não fica muito tarde, não?

— Você dorme lá, amanhã cedo nós viemos juntos.

— Ah. -dou de ombros- por mim, tudo bem.

— Te pego então.

Sorrio de volta e volto pra de trás do balcão, hoje tinha bastante clientes o que fez o dia passar em um piscar de olhos.

— Quer que eu te leve pra faculdade? -ele pergunta enquanto alcança sua maleta de couro escuro-

— Na verdade quero. -sorrio de canto e ajeito o cabelo-

Saio do consultório e sinto a mão grande de João alcançar o final das minhas costas e me acompanharem até seu carro.

— A gente podia fazer uma viagem sábado, o que acha? -ele puxa assunto enquanto dirige até o destino-

— Viagem? -olho pra ele e coloco o cinto- pra onde?

— Modo de dizer, como um passeio só nós dois.

— Ah. -concordo com a cabeça- não vai dar, tenho um compromisso.

— Compromisso? -ele me olha rápido- com quem?

— Com uma amiga. -olho para a paisagem da janela do carro-

— Qual amiga, Natasha? -ele interroga. Isso te interessa?-

— Ué. -penso em qualquer nome- Valentina mesmo.

— E você nem me avisou?

— Avisar você pra que? -arqueio a sobrancelha e o encaro-

— Você tem que me avisar sobre suas coisas, pra gente se organizar. -Ele estaciona em um lugar fácil do estacionamento da faculdade-

— Não tenho que te avisar nada não. -reviro os olhos involuntariamente e alcanço minhas coisas no chão do carro-

— Isso. -ele balança a cabeça e abre um sorriso alegre- você está certa, eu só fiquei preocupado.

— Ok... -suspiro- obrigada pela carona.

Assim que me viro pra abandonar seu carro, ele passa seu dedo pelo contorno do meu rosto e me puxa pra um beijo sem língua.
Não demoro muito ali, não queria me atrasar pra aula.

𝐎 𝐬𝐢𝐧𝐜𝐫𝐨𝐧𝐢𝐬𝐦𝐨 𝐝𝐨 𝐧𝐨𝐬𝐬𝐨 𝐨𝐥𝐡𝐚𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora