Para quem costumava piscar rápido, Ludmilla estava piscando devagar até demais. Seus olhos estavam presos na pele bronzeada de Brunna, que vestia um maiô preto simples. Por alguma razão desconhecida por ela seus olhos gostavam do que viam.
As orbes cor avelã até tentaram fugir, mas não conseguiram ao pousarem em Ludmilla. A garota usava um maiô verde florido, aberto nas costas, que sua mãe havia comprado para ela especialmente para a fisioterapia. Brunna suspirou e negou com a cabeça, Ludmilla, de fato, era muito atraente, mas era Ludmilla e, bem, além disso ainda era uma paciente.
-- Vem, eu te ajudo. -- Brunna esticou os braços para Ludmilla assim que Mateus a colocou na piscina junto com Brunna. A menor usou seu braços para enlaçar o corpo de Ludmilla assim que a maior tinha todo seu corpo agora na água.
-- Está mesmo quentinha! -- Ludmilla exclamou sorridente, envolvendo seus braços no pescoço de Brunna.
-- Eu disse. -- Brunna respondeu enquanto segurava a garota delicadamente. Ludmilla possuía algumas lesões na pele, assaduras essas que se deviam ao tempo que passara na mesma posição na cama. Estavam quase curadas, pois agora que se mexia ela dormia em outras posições e as enfermeiras tratavam com perfeição seu caso, no intuito de sará-la urgentemente. -- Doem? -- Ludmillaa perguntou apontando para as lesões da parte de trás das costas de Ludmilla.
-- Incomodam. -- Ludmilla confessou.
-- Bem, se algo que eu fizer te machucar, por favor, preciso que me diga no mesmo momento, assim eu paro o que quer que eu esteja fazendo, tudo bem? -- Ludmilla assentiu. -- Você aprendeu a nadar cachorrinho?
-- Papai me ensinou. -- Ludmilla disse orgulhosa de si.
-- Pode fazer isso agora? Eu segurarei seu corpo para não afundar, porque seus braços ainda estão fracos.
-- Por que eu preciso fazer isso? -- Ludmilla questionou confusa.
-- Porque os movimentos que fazemos na água exigem mais força de nós, mesmo que às vezes não pareça. -- Brunna explicou com maestria, vendo Ludmilla afundar uma mão na água distraída. -- Isso vai ajudar suas pernas a ficarem mais fortes.
-- Bu? -- Ludmilla chamou, retirando a mão que havia afundado na água e deslizando o dedo molhado pela vértice do nariz de Brunna, rindo no momento seguinte.
-- Por que fez isso? -- Brunna perguntou rindo.
-- Não sei. O seu nariz é bonitinho.
-- Brunna, não temos tempo para brincar. -- A voz rispida de Mateus interrompeu o momento. Silvana estava apenas observando de longe, sentada em um dessas cadeiras de repouso.
-- Desculpe. -- Ela disse. -- Nade cachorrinho para eu ver, princesa? --Pediu baixinho, vendo Ludmilla olhar feio para Mateus antes de voltar seu olhar para Brunna e começar a mover as pernas. -- Isso. Agora não pare de fazer isso.
-- Até quando? Dói um pouco. -- Ludmilla revelou, não conseguindo realizar devidamente os movimentos.
-- Faça devagar e mantenha o ritmo para mim. -- Brunna pediu, segurando na cintura de Ludmilla. A maior apoiou suas mãos nos ombros de Ludmillaa e fez os movimentos por longos minutos, mudando uma coisa ou outra conforme Brunna ia instruindo.
-- Bu, estou cansada. -- Ludmilla reclamou, vendo Brunna puxar seu corpo junto ao dela e sorrir.
-- Hora de fazermos uma pausa. -- Brunna disse sorrindo, vendo Ludmilla molhar sua mão na água igual antes e deslizar, vagarosamente, o dedo por seus lábios. -- Meus lábios também são bonitinhos? -- Brincou rindo.
-- São. -- Ludmilla respondeu, encarando-os quase sem piscar. -- Muito bonitos. -- A intensidade dos olhos castanhos fez Brunna limpar a garganta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Em um Piscar de Olhos (Brumilla)
FanficLudmilla Oliveira tinha apenas seis anos quando seus pais decidiram tirar as tão famosas férias em família. Iriam para a Tailândia, porém, o destino lhes foi cruel, causando o choque de um caminhão desgovernado contra o carro onde estavam durante o...