𝐓𝐞𝐧𝐭𝐚𝐭𝐢𝐯𝐚𝐬 𝐟𝐚𝐥𝐡𝐚𝐬 || 𝐓𝐨𝐝𝐨𝐃𝐞𝐤𝐮

Descoberta.

Era um dia quente, tão quente que poderia sentir sendo cozinhado. Odiava ter que transpirar e odiava aquele calor. Realmente, a terra parecia o inferno, para ser mais franca, parecia que a terra era mais quente do que o próprio inferno.
Como o brinde de um dia quente, tinha também um dia tedioso e chato, sendo a única diversão; ficar na sala de aula com o ar condicionado. Ninguém nunca imaginou que gostaria tanto de ficar na sala como hoje, por incrível que pareça, hoje foi um dos dias em que ninguém decidiu cabular aula. Era a aula chata com ar condicionado ou liberdade e um calor dos infernos, obviamente todos escolheram a sala de aula.

Todoroki olhava para o quadro, cheio de anotações, totalmente entediado. Sua única "alegria" era olhar para o rapaz de cabelos esverdeados, Midoriya. O bicolor não queria e nem gostaria de admitir que estava morrendo de amores por Izuku. Primeiro porque eram amigos, e segundo, porque não era recíproco. E não tem como ser recíproco uma coisa que não "existe", por tanto Shoto ignorava esses sentimentos por ele.
Tá, essa não era a única alegria de Shoto, ele também se divertia ao ver o bombinha, ou melhor, Katsuki, se estressar a cada segundo com as pessoas da sala. Mas só ria por dentro, porque Deus livre ele se Bakugo visse o rapaz rindo dele, com certeza Todoroki seria considerado um homem morto.

Aizawa explicava alguma coisa sobre os catetos e hipotenusa, mas realmente não apetecia ao bicolor porque tudo que ele fazia era observar o esverdeado e os ataques de raiva do loiro explosivo.

Faltava poucos minutos para aula acabar, ele não sabia se ficava feliz ou triste por ter que sair da sala. Tudo que ele pensava era no suor e em transpirar, além de pensar o quanto detestava essas duas coisas — que são a mesma coisa.

Tecnicamente falando, Midoriya era o único que prestava atenção no que o professor dizia e com toda certeza o coitado seria assombrado por um monte de pedidos para que ele emprestasse o seu caderno, porque absolutamente ninguém estava copiando ou prestando atenção.

    E logo o sinal ecoou pelos corredores assim marcando o final daquela aula.

─── Bom, a aula acabou. Até amanhã, não se esqueçam do trabalho que foi passado para casa e não aceito como desculpas; "Meu cachorro comeu meu dever"

─── Mas ele comeu mesmo professor! ─ Protestou o aluno.

─── Sei, morde meu dedo para ver se sai coca cola. Também não quero desculpas como; "Eu não moro em casa e sim em apartamento, por tanto eu não fiz a atividade." Já estão avisados, querem ter desculpas? Inventem uma melhor. Agora, tchau, vazem, chispa. ─ Aizawa começa a guardar as suas coisas e caminha em direção a porta da sala. E assim todos os alunos fizeram, lentamente, mas fizeram.

─── Midoriya! ─ Shoto se levantou rapidamente da cadeira com sua mochila e foi em sua direção. ─── Eu acabei não conseguindo copiar o que estava no quadro, poderia me emprestar o seu caderno, por favor? ─ Perguntou meio sem jeito. Não era a primeira vez que ele pedia isso, mas não era sempre que pedia, era apenas quando acontecia de se distrair.

─── Claro! ─ O esverdeado sorri e põe sua mochila sobre a mesa, procurando o seu caderno. ─── Aqui está. ─ Ele o entrega e sorri. Aquele simples gesto fez com que o coração de Shoto quase falasse: "Pera ae... Acho que estou tendo um ataque cardíaco." Era um belo sorriso, com certeza o sorriso mais lindo que já havia visto. E aconteceu o que ele mais temia, mesmo estando no ar condicionado sua mão começou a transpirar e tudo que conseguia pensar era: "Olha, você me fez suar."
Ele respira fundo e depois de alguns segundos calado ele responde:

─── Muito obrigado. ─ Logo dando um sorriso meio sem graça pela a sua pausa, aparentemente, sem motivo.

─── Nada! Sempre que precisar é só pedir. Bem, eu vou indo, até amanhã! ─ O esverdeado acena para ele e sai andando. Isso, novamente, fez seu coração errar uma batida. Não queria nem imaginar como seu rosto estava.

    Realmente já não era uma coisa que dava mais para esconder. Foi aí que Shoto percebeu que, em breve, isso se tornaria um problema maior. O que era admiração e uma leve paixonite, virou uma paixão que abala, literalmente, seu ser inteiro. Então estava na hora, sim, estava na hora de finalmente dizer alguma coisa, antes que fosse tarde.

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