♰ d a e m o n ĭ u m

398 59 32
                                    

NOTAS INICIAIS

Essa é a minha contribuição para o #Spookytober do evento no ImperioALLHina. Eu me inspirei na saga Atividade Paranormal. Ficou bem curtinho pela minha falta de tempo para me dedicar a fazer algo melhor, mas juro que tentei. Terror não está muito dentro da minha área de escrita, mas tentar não faz mal, né?

Espero que gostem. ♡

Daemonium significa demônio (duh), espírito do mal.

Me sigam no INSTAGRAM: devilwishess

BOA LEITURA.  ♡

♰

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

.

O barulho de passos no corredor fez com que Hinata abrisse os olhos rapidamente. Já fazia mais de uma semana que não conseguia dormir direito por conta de sons esquisitos durante a madrugada em sua casa recém-comprada juntamente com seu marido, Sasuke.

Ela sempre foi um pouquinho medrosa, e por causa disso, ele não dava muita bola para o seu medo de barulhos esquisitos no meio da noite. Desdenhava, dizendo que era somente rangidos por causa da construção meio antiga.

— Sasuke — chamou baixinho. — Sasuke, acorda.

— Hm — ele resmungou, sonolento. — O que foi? Tá tudo bem?

A Uchiha se sentou na cama com cuidado e trouxe o lençol para perto.

— Eu escutei alguma coisa no corredor.

— Hina, de novo isso? — Ele também se sentou e ligou o abajur ao lado da cama.

— Mas eu realmente escutei algo, como você não ouviu? — sussurrou realmente com medo. — Ouvi passos.

— Tem certeza?

— Sim, tenho certeza.

— Vou olhar — Sasuke declarou e se levantou da cama se espreguiçando um pouco. Deu uma olhada no despertador e viu que tinha acabado de dar três horas da manhã.

— É melhor a gente chamar a polícia — Hinata murmurou, segurando o braço dele.

— Não seja boba, tenho certeza que não é nada. — Desvencilhou-se do toque dela com certo carinho e abriu a porta do quarto de uma vez só.

Estava muito escuro lá fora, ela escutou uma espécie de sibilo que passou como um assopro bem pertinho da sua orelha; um arrepio medonho atravessou toda a espinha dela e ela tremeu.

— Viu só? Não tem nada aqui. — Sasuke andou para fora do quarto só para afirmar que o medo dela era incoerente. Quando ele pisou totalmente no corredor, ela chiou.

— Onde você vai?

— Ao banheiro. Não se preocupe, Hina, volte a dormir, não tem nada aqui. Vamos dar um jeito nesses ruídos depois, tudo bem? Não precisa ficar com medo.

Ela não disse nada, apenas observou-o sumir no escuro até entrar no banheiro que ficava uns metros mais à frente. Com um suspiro, Hinata voltou para dentro do quarto enquanto esperava o marido voltar. Tinha certeza do que tinha escutado, não estava ficando louca e muito menos escutando só rangidos de uma casa velha.

Em vez de se deitar na cama outra vez, ela seguiu na direção da escrivaninha do outro lado do cômodo, onde havia alguns livros abertos espalhados junto com anotações. Passou os dedos devagar pelas páginas desgastadas; aquilo ali era o trabalho de uma vida inteira.

A ironia consistia em ela ser uma grande medrosa, mas também, uma grande arqueóloga e historiadora, sedenta por histórias escondidas mundo afora, contos, lendas, mitos. Coisas que as pessoas de modo geral desconheciam e as poucas que conheciam achavam que deveriam ficar enterradas.

Hinata encontrou vestígios de uma seita real que se denominava "As parteiras". A seita era feita somente de mulheres — as pessoas diziam que eram bruxas —, que acreditavam que poderiam ajudar o portador do mal ser reencarnado em um corpo humano; e por causa disso, elas treinavam garotas muito novas para os seus rituais satânicos e quando elas cresciam e engravidavam, os bebês eram marcados ainda no útero para servir.

Mas já fazia alguns meses que sua pesquisa estava parada, já que tinha parado em um beco sem saída e não tinha conseguido encontrar mais evidências sobre a tal seita.

Ela largou os livros de mão quando percebeu que Sasuke ainda não tinha voltado para o quarto. Franziu o cenho, achando estranho a ausência de som tão repentina na casa, sendo que até minutos atrás, até o silvo do vento atravessando as frestas da janela dava para ser escutado.

— Sasuke? — chamou em um alto e bom tom. Sua voz ecoou pelo recinto de forma fantasmagórica.

A Uchiha se virou na direção da porta e respirou fundo; começou a sentir o coração bater muito forte, a adrenalina sendo liberada em suas veias, o corpo inteiro entrando em estado de alerta.

— Sasuke, você está aí? — repetiu ainda mais alto e não houve resposta alguma.

A arqueóloga deu passos lentos em direção da porta, a escuridão do lado de fora era completamente aterrorizante; fazia suas mãos suarem de nervoso e com que curvasse os ombros. Abraçou a si mesma e engoliu em seco antes de sair do recinto. O sangue pulsava nervosamente a ponto de ela senti-lo zumbindo em seus ouvidos e os lábios tremeram levemente. Mesmo com medo, Hinata não parou, continuou andando até a porta do banheiro, onde parou.

A porta estava entreaberta e a ausência de luz fez com que uma sensação gelada se apoderasse dos membros dela, que sentia como se seus braços parecessem pesadas barras de ferro e suas pernas pesassem toneladas. Ela empurrou a madeira com a ponta dos dedos e tateou a parede ao lado procurando pelo interruptor da luz.

Acendeu.

Os olhos perolados se arregalaram e o corpo inteiro paralisou como um bloco cimentado; o grito ficou preso bem no fundo da garganta ao ver Sasuke desacordado, mas mais do que isso, ele estava levitando de pé, a cabeça tombada para o lado de uma maneira horrível, quase como se seu pescoço estivesse fora do lugar.

Hinata congelou ainda mais quando sentiu algo tocá-la no ombro. A sensação de dedos dedilhando sua pele e descendo bem devagar pelos seus antebraços, algo soprou em seu ouvido e era angustiantemente gelado. Causou um sentimento extremamente desagradável que ia muito além do medo que sentia. Não queria se virar, não podia se virar.

Os dentes começaram a bater e ela fechou os olhos com força, sentindo as lágrimas se acumularem ali. A energia em volta de si era nefasta, maligna, podre.

Não podia se virar.

Não conseguia.

O toque voltou com mais força, dessa vez no outro ombro. Hinata conseguia sentir o hálito bater em sua nuca e mesmo assim não conseguia se mexer. Nem um centímetro sequer. Algo áspero passou demoradamente na pele nua do seu pescoço e se demorou ali por um tempo que pareceu toda uma eternidade.

Uma espécie de grunhido se formou no ar, seguido de um profundo suspiro.

— Te encontramos, princesa.

🎉 Você terminou a leitura de 𝐝 𝐚 𝐞 𝐦 𝐨 𝐧 ĭ 𝐮 𝐦 [✓] 🎉
𝐝 𝐚 𝐞 𝐦 𝐨 𝐧 ĭ 𝐮 𝐦  [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora