Número 5

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A L L Y S O N   S A N D E R S O N 

Logo pela manhã de quinta feira, meu pai já estava de pé bem cedo. 

Christopher Sanderson é privilegiado em estar sempre disposto, algo que eu não herdei dele. 

Ainda era seis e dez quando saímos de casa pra caminhar juntos, apesar de eu ter avisado que estava morrendo de fome.

Corremos por todo o quarteirão, dando apenas algumas paradas de dois minutos, o que não era suficiente pra recuperar o fôlego. 

Segundo ele, eu devia fazer isso mais vezes até me acostumar.

— Pai, eu corro todo dia pela universidade parecendo uma louca. Não preciso ter mais um compromisso as quintas de manhã. — Tentei convencê-lo.

— Tem certeza que está tudo bem? É algum problema de saúde?

— Estou ótima, não precisa se preocupar. — Falei a ele. 

— E sobre os jogadores? Se algum deles te irritar, pode me contar. — Meu pai cerrou os olhos.

— Sim, eu sei disso. — Sorri convencida. 

Maior do que sua paixão pelo lacrosse, era seu amor por mim. Nunca deveria ter duvidado ou lhe questionado sobre isso um dia.

Recebi seu aceno em resposta. Continuamos a correr.

— Treinador Sanderson, é o senhor? — Alguém chamou e me virei pra ver quem era. 

Um homem alto com boné e um sorriso largo no rosto. Franzi meu nariz tentando lembrar de onde o conhecia.

— Tyler Davis! — Meu pai já tinha parado de correr pra conversar com o cara. 

Me encostei num carro próximo, pois queria entender a situação.

Ambos deram um aperto de mão depois de um abraço forte. Tyler tirou o boné e sorriu mais pra meu pai. Foi questão de segundos até eu reconhecê-lo.

Tyler Davis, o jogador atacante do Rochester Rattlers, o time de lacrosse em Nova York. 

Ele tinha sido contratado pra uma liga mundial e agora jogava pra um dos times mais conhecidos dos estados norte-americanos.

— Estou orgulhoso de você, garoto. Sempre soube que tinha talento. Meus sinceros parabéns. — Foi o que meu pai respondeu.

Pelo santo carbono, meu pai treinou esse cara! Meu pai, o conhecido treinador Sanderson, foi o primeiro técnico de um dos caras mais conhecidos do país. 

Como ele nunca tinha me contado uma coisa incrível dessas? 

— Quero que fique com o boné. Obrigado por nunca ter duvidado de mim, ter apostado no meu talento e me dado os melhores conselhos. Valeu, treinador. — Tyler respondeu, emocionado. 

Ele deu o seu boné dos Rochester Rattlers, e sabia que quando chegasse em casa iria pra o armário de troféus do meu pai.

— Muito obrigada, garoto. Então, o que faz aqui em Carolina? — Quando meu pai ficava muito nervoso, ele tinha tendência a agir como se não fosse nada. 

Eu sabia que mudar o assunto e dizer somente um "obrigado" foi a melhor forma que encontrou pra não se emocionar com aquela cena.

Decidir me aproximar, afinal não era todo dia que se encontrava Tyler Davis andando no seu quarteirão. O cabelo ruivo se destacava a distância.

De perto ele parecia ainda mais alto, e os olhos azuis pareciam estar brilhando de alegria quando disse:

— Minha noiva mora aqui. Vamos nos casar nesse fim de semana e foi muito bom encontrar o senhor agora. Quero te convidar pra o meu casamento. — Quando eu escutei aquilo, quase saí correndo pra o shopping mais próximo.

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