Capítulo Único

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Em sua breve vida, Lily Evans se deparou com muitas invenções e esquemas de Remus Lupin, Peter Pettigrew, Sirius Black e James Potter, isto é, os Marotos. Os quatro, alunos da Grifinória do mesmo ano que ela, eram conhecidos por estarem envolvidos, quase sempre, nas maiores encrencas que Hogwarts viu.

Abençoados com carisma e bom humor, mas portadores de péssimas maneiras, os quatro amigos traziam o terror por onde passavam; o Salão Principal, as salas de aula, comunais...
Tamanha era a popularidade do grupo que todos, absolutamente todos, tinham alguma opinião sobre esses amigos. Evans ora os odiava, ora os invejava.

Ela perdia toda a bondade e paciência do mundo quando ouvia dizer que algum deles, inexplicavelmente, escapara de certa detenção – Lily nunca conseguiu sair de uma detenção –, quando os vira bebendo cerveja amanteigada ou whiskey de fogo que, misteriosamente, conseguiram, como acontecera após uma das partidas que a Grifinória ganhou, no ano passado – Lily nunca tinha provado a bebida – ou quando ela soube que Sirius Black, quem ela jamais viu pegar num livro fora da sala de aula, surpreendentemente, estaria fazendo NEWTs de Poções – Ela nunca não precisou estudar para Poções.

Apesar de não dividir a obsessão de Sev, seu antigo melhor amigo, Severo Snape, a grifinória não podia dizer que não tinha interesse nas artimanhas do quarteto. Eles eram muito interessantes, sempre com planos e piadas internas, tão criativos e mentirosos, cheios de segredinhos.

É por isso que, durante seu tempo em Hogwarts, Lily Evans foi quem chegou mais perto de descobrir sobre o Mapa do Maroto.

A PRIMEIRA VEZ aconteceu quando ela era ainda bem jovem: era uma noite de setembro, ano 1973, no castelo de Hogwarts.

Bradley Rabnott tinha a mente de um encrenqueiro. Lily Evans jamais teria conseguido sair à noite para explorar o castelo se ele ainda fosse o zelador de Hogwarts. Ela tinha tentado inúmeras vezes nos últimos dois anos, mas sem sucesso. De alguma forma, ele sempre sabia e acabava a encontrando – ela e os outros vários bagunceiros que insistiam em descumprir as regras.

Estava longe de ser, no entanto, uma pessoa horrenda; Sr. Rabnott, que tinha entre 50 a 70 anos – quem saberia dizer? – , era muito divertido. Ele fazia da obrigação de encontrar alunos desordeiros uma brincadeira de esconde-esconde. As detenções também não eram as piores: eles ora tinham que organizar suas pastas, com papéis contendo azarações, poções recreativas e histórias em quadrinhos que valiam muito a pena ler, como as de Como Idia Hawa se tornou Quebradora de Maldições; ora a caixa de objetos achados que sempre tinha alguma pena sua perdida; ora varrer corredores ou arrumar sua salinha.

Ao voltar para a escola em setembro para o terceiro ano, ela veio a descobrir, como boa parte dos alunos, que o Sr. Rabnott não mais trabalharia para Hogwarts. Em seu lugar, Argo Filch seria o mais novo zelador.

Duas semanas e três tentativas de escapar da comunal depois, lá estava Lily, caminhando até a Biblioteca. Ouvira falar da Seção Restrita dois anos antes e estava doida para ver o que podia encontrar nos livros proibidos.

Foi uma grande surpresa, então, para ela, perceber que não era a única com esses planos e que o local estava aberto. Eram onze horas da noite. Madame Pince nunca deixaria a Biblioteca aberta até essa hora, o que só podia significar que...

– Quem está aí? – Sussurrou para o vazio.  Ao invés de usar o feitiço Lumos, Lily escolhera carregar uma vela para iluminar seu caminho.

Ela tinha esperanças de que isso fizesse menos luz e não queria arriscar ser encontrada pelo atual zelador, Sr. Filch, após de presenciá-lo colocar Alice Moon, dois anos a sua frente, na detenção, onde ela teria que copiar todos os registros de detenção dos últimos 2 anos. Sentia horror só de lembrar da expressão do dono da gatinha mais malvada de Hogwarts.

As Três Vezes que Lily Evans quase Descobriu Sobre O Mapa do MarotoOnde histórias criam vida. Descubra agora