Taehyung Swan é obcecado pela ideia de ganhar uma medalha de ouro nas Olimpíadas, na patinação artística no gelo. Para atingir seu objetivo, Taehyung decide participar do Campeonato Mundial de Patinação Artística no Gelo - a última regional para ser...
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Estremeço. Meu pai apertava o volante com demasiada força, dirigindo para o mais longe da ponte Lions Gate. Pelo retrovisor, conseguia ver os olhos úmidos dele pelo choro recente. Enquanto ao meu lado, minha mãe lança um olhar triste para mim, sem pronunciar sequer uma palavra.
Posso sentir o medo dela através de seus olhos.
Medo de mim.
Medo do que eu posso fazer comigo mesmo.
Pela primeira vez, sinto vergonha. Parte de mim quer pedir desculpas pelo ocorrido, mas eu sei que não é necessário. Não agora.
Afundo no banco do carro, deixando a ardência dos cortes nos pulsos me dominarem. Sem falar, fixo os olhos na cidade iluminada, como se essa ação pudesse me fazer fugir dos olhos tristes dos meus pais.
Por favor, imploro mentalmente, vocês precisam entender.
Minha mãe continuava pressionando o pano na minha pele para estancar o sangue que escorria sem parar dos cortes, enquanto seguíamos para o hospital em alta velocidade.
Uma onda de frio se espalha pelo meu corpo, causando arrepios. Eu conheço essa sensação. É o surto de euforia da quase morte. A felicidade antes do fim. Meu coração zumbe de adrenalina. Mais um pouco e tudo vai acabar.
Quando minha mãe pressiona com mais força o pano, suplico para mim mesmo: Por favor, me deixe acabar com isso. Por favor!
Lágrimas que eu não sabia que ainda tinha me ardem os olhos, fervilham à lembrança do meu mais novo fracasso.
Eu só quero um pouco de paz.
Devagar, respiro fundo. Esta manhã, antes de toda esta loucura na ponte, eu havia recebido a pior notícia da minha vida. A voz melódica do médico dizendo que eu não poderia mais patinar ainda estava fresca na minha memória.
Lembrar disso faz meu sangue gelar.
— Conversei com a Yejin, hoje. Decidimos que você irá passar um tempo com ela.
Levo um instante para perceber que meu pai estava falando comigo. As suas palavras me fazem acordar do transe e tirar os olhos da rua. Ele olha para mim através do retrovisor, com seus olhos cor de mel. Por um segundo nos encaramos, antes dele voltar a falar.
— Uma mudança de ares pode te ajudar a… relaxar — ele murmura a última palavra. — Eu não aguento mais ver você se machucando. Todos os dias eu acordo com medo de entrar no seu quarto e encontrá-lo…
