Assim que saem para o hall do aeroporto, Adora e Glimmer são recebidas pelos abraços apertados de Mara, Bow, Angella e Micah Moon.
- Parabéns, campeãs! – parabeniza um alegre Bow.
- Essa é minha menina! – Micah, deixando uma lágrima escorrer.
- Sabia que vocês conseguiriam! – adicionam Mara e Angella, em uníssono.
- Mãe! Pai! – Glimmer devolve o abraço dos dois, radiante.
- E eles que nos esperem nas Olimpíadas! – anuncia uma determinada Adora, com um sorriso largo enquanto envolve a mãe e Bow num abraço de uma só vez.
- Isso aí! – Glimmer concorda, e ela e Adora dão um high-five.O grupo conversa animadamente enquanto caminham para a saída, onde Glimmer, Bow, Micah e Angella se despedem de Mara e Adora, prometendo fazer alguma coisa juntos logo, e cada um dos grupos entra num carro diferente e seguem para locais diferentes.
- E então, o que tem para fazer hoje? – pergunta sua mãe, dirigindo o carro.
- Ah, nada, eu acho. Estava pensando em dar uma passadinha na academia do clube e depois ficar o resto do dia deitada vendo desenho.
- Eu vou com você – diz Mara, sorrindo – tirei o dia de folga hoje.Ela ainda não havia contado para ninguém sobre Catra. Pensa que deveria falar com sua mãe primeiro, com Bow e Glimmer depois. "Glimmer com certeza vai me zoar", estremece Adora. A última vez que namorou alguém seriamente foi no seu primeiro ano da faculdade, e antes disso uma garota do sub20 da Red Horde na época do ensino médio, e antes disso a própria Glimmer, no começo da adolescência. Quando chegou na Royal Grayskull, Glimmer sempre fazia piadas sobre seu nada sutil crush em Huntara, que de alguma forma nunca percebeu nada.
Talvez, possa falar com ela depois da academia. O sentimento de culpa de Adora por ter comido tanta pizza e mais aquela caneca de chocolate quente na noite anterior já começa a devastá-la.
Após uma hora na esteira, meia hora na bicicleta ergométrica e mais meia hora levantando peso, ao final das quais Mara já está ofegante de cansaço e implorando para finalizarem a sessão logo, Adora, que sente que ainda teria gás para mais, decide ter piedade da sua mãe. Após a ducha, as duas voltam ao carro de Mara.
- Uau... sinto falta de ter esse fôlego todo – comenta Mara, ainda respirando sofregamente – não quero nem pensar em como meus músculos vão estar amanhã.
- Desculpa – pede Adora, encabulada. Sua mãe ri baixinho e se vira para apertar sua bochecha – ai, mãe!
- Não precisa se desculpar, campeã – diz, e solta a bochecha da outra – e então, o que vamos ver hoje?
- Tem um desenho novo na Netflix que eu ouvi falar, Kipo and the Age of the Wonderbeasts – diz, animada – também podemos continuar Steven Universe. Ah, também tem Super Hero Girls, é bem divertido!
- E que tal Vikings? Tenho ouvido falar muito bem sobre.
- Ah... – Adora murcha – não é meu estilo.
- Não é desenho animado, não é? – zomba Mara.
- Ei! Eu assisto VÁRIAS series que não são desenhos! – defende-se Adora – tipo, One Day at a Time, Supergirl, Black Lightning...
- Tudo bem, tudo bem. Eu acredito em você.
- E não finja que você não amou A Silent Voice! Eu te vi chorando aquele dia! – Mara solta uma gargalhada aguda.
- Não acredito, me pegou no flagra!Mara liga o carro e começa a sair do estacionamento.
- N-na verdade... tem uma coisa que eu queria falar com você – Adora sente a ansiedade subir em seu peito só de lembrar.
- Hm? O que é, que você ficou tão nervosa de repente?
- N-não estou nervosa! – nega – bom, é que...Adora respira fundo
- Talvez... eu esteja interessada em alguém.
- Ah, que coisa rara – brinca Mara – alguém que eu conheço?
- N-não sei... você tem visto os jogos da Red Horde?
- Só quando elas jogam contra vocês.
- Ah...! Bom, lembra aquela garota em quem eu fiz falta e... hm... – ela ainda se sente envergonhada pelo o que havia feito – aquela garota que eu lesionei...
- Ah, a meio-campista nova delas? A garota de olhos de cor diferente e um cabelão que parece uma juba? Catarina, não é? – Mara tira os olhos da rua por um momento para dar uma encarada provocativa na filha – você machuca o tornozelo dela, e depois fica caidinha nela? Eu entendi direito?
- Catra. E não foi... não, você tá certa, foi bem assim, sim – ela se rende.
- E então? Desde quando, isso? – Mara pergunta, num tom macio.
- D-desde ontem – ela diz, ficando vermelha por se lembrar do que houve. Se não fosse a sua... anormalidade, por assim dizer, elas realmente teriam feito sexo lá? Numa praia pública, completamente aberta, ao ar livre? "Isso é COMUM para pessoas normais?!", ela se questiona. Talvez devesse mesmo falar com Glimmer sobre isso logo, não quer contar logo para sua mãe que algo como aquilo quase aconteceu.
- Hm? E o que houve ontem, hein?
- Eu-eu beijei ela – assume Adora, gaguejando – eu n-não sei o que deu em mim! Ela tava me provocando, e eu beijei ela, e eu gostei! Normalmente eu odeio beijar as pessoas, me sinto desconfortável, invadida, não sei explicar. M-mas não sei, acho que eu sou um pouco imatura c-com essas coisas também! N-não é como se a gente tivesse feito nada além disso, afinal!
- Oh meu deus, vocês fizeram sexo, não foi?
- MÃE! – guincha Adora – e não, não fizemos!
- Você sabe que eu não tenho nada contra, não é? – ela ri – você já deve ter ouvido falar que eu tive uns... lances com a Light Hope depois que me separei do seu pai. Teve aquela vez que ficamos sozinhas no vestiário e...
- LÁ, LÁ, LÁ, LÁ! NÃO ESTOU OUVINDO! – Adora tampa os ouvidos com as mãos, arrancando gargalhadas da mãe – eu não quero ouvir suas experiências sexuais, mãe! E não rolou nada entre a gente, só alguns beijos!
- Alguns, é? Vou querer ouvir mais sobre isso depois. Para alguém conseguir despertar o interesse da minha filhotinha assim, deve ser alguém muito incrível.
- Ela é – diz Adora, de um jeito bobo, e ganha um olhar de julgamento da mãe – quero dizer, é uma ótima jogadora! Você viu nosso jogo, não foi? Ela tem uma técnica impressionante e está na seleção brasileira!
- "Ela tem uma técnica impressionante"? Vocês com certeza fizeram sexo.
- NÃO FIZEMOS! – Mara ri da cara vermelha de vergonha da filha – por Eternia, mãe!
- Chegamos – ela anuncia, estacionando o carro. As duas sobem até o apartamento de Adora, onde continuam a conversa – mas afinal, sobre você estar interessada nela. Tem alguma razão para estar me dizendo isso?
- Ah... não. É só que eu sempre conto tudo pra você – Adora encolhe os ombros ligeiramente.
- Hm, que bom! Achei que ia me pedir conselhos amorosos. Eu sou péssima nisso.
- N-não estamos tão avançadas assim... mas enfim! Vou ligar a TV, você tem cinco minutos para escolher o que vamos assistir!
- Star Wars: A New Hope.
- Mãe, você já me fez assistir a série Star Wars inteira, duas vezes! E eu tava falando das opções que eu dei antes!
- Na verdade foi só uma vez e meia – replica Mara – você dormiu no meio da última vez. Mas tudo bem, vou pensar. Quer que eu faça um lanchinho pra gente? Eu tô morrendo de fome daquela malhação toda.
- Ah, quero sim!
- Deixa eu adivinhar: pão integral, queijo branco, tomate, peito de peru e alface?
- Pode por umas azeitonas também!
- Minha filhotinha é tão saudável! – brinca Mara, se dirigindo à cozinha. Adora a segue e pega algumas laranjas na geladeira.
- Vou fazer suco pra mim, você quer?
- É uma boa.
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Gringa Grudenta - (Catradora)
ФанфикÁgata Catrina Macieira, ou Catra é uma jovem talentosa meio-campista brasileira que acaba de ser contratada pelo todo-poderoso Red Horde Athletics, na República de Etéria. Escorregadia, dribladora e provocadora, ela encontra uma volante gringa grude...