Chego a minha loja, de chinelo, devido ao meu salto quebrado. Vou tentar passar o dia todo hoje, na parte interna da loja, porque não estou muito apresentável de calça social e chinelo. Meus colegas de trabalho e funcionários, ainda não chegaram. Assim, começo a organizar minhas planilhas e cuidar de toda parte administrativa da loja.
Desde muito nova, sempre fui apaixonada por perfumes. Conhecia cada fragrância, nomes, marcas. Acho que sempre tive uma ótima memória olfativa, associando cheiros a pessoas, momentos, lugares. Esse deve ter sido um dos motivos que me fizeram me apaixonar por Fernando, sempre muito cheiroso, usava um perfume amadeirado com notas de bergamota e limão. Pois é, minha memória olfativa é realmente muito boa, ao ponto de até hoje ainda lembro do perfume que ele usava.
E foi devido a minha paixão por perfumes, que aos poucos, fui caminhando e consegui abrir a "Cada cheiro, uma lembrança", minha loja de perfumes nacionais e importados. Consigo indicar para os clientes o perfume ideal de acordo com seus gostos.
Ouço um barulho na porta e sei que deve ser o pessoal chegando.
-Bom dia, Nathy - me cumprimenta Letícia, minha funcionária e também uma grande amiga.
-Bom dia, Lê.
-E então, como foi seu final de semana?
-Nada demais, levei Luquinha ao cinema, ele queria assistir ao "Homem aranha". Depois, a noite, coloquei ele para dormir, bebi um vinho e fui tentar terminar minha série na Netflix. E seu como foi?
-Nathy, você não vai acreditar- diz ela se aproximando da minha mesa, para me contar alguma novidade, daquele seu jeito empolgado de sempre.
-Vai, me conta, adoro saber das suas aventuras amorosas, já que eu não tenho nenhuma.
-Amiga, lembra do Rafael?
Faço cara de interrogação, porque realmente não sei quem é esse Rafael que ela está falando.
-Nathy, eu falei dele com você. O Rafa do aplicativo. Já estávamos trocando mensagem a uma semana - diz ela, e eu começo a me lembrar de quem ela está falando.
-Ah, sim. Lembrei, o que tem ele?
-Eu finalmente, fui conhecê-lo. Ela me responde com um sorriso largo, de orelha a orelha.
-E como foi? Quero detalhes.
-Ai amiga, foi incrível. Ele é tão gentil, e gato, e sexy também, mas ainda assim consegue ser fofo. E também tem muita pegada.
Ela diz essa parte com um sorrisinho malicioso.
-Nathy, acho que estou apaixonada, e estou sentindo que dessa vez, eu encontrei o homem da minha vida!!! Amiga, vai se preparando, porque acho que dessa vez eu caso. Estou sentindo, que finalmente o Universo, está conspirando ao meu favor.
Dou risada, ao ouvir as palavras da Letícia, eu amo minha amiga, mas ela é dessas pessoas, que se apaixonam cada semana por alguém diferente.
-Que bom Lê, eu também espero que dessa vez, seja "O cara".
-E você Nathy? Não está nem conhecendo alguém?
- Lê, não tenho tempo para isso. E minha vida amorosa, passou de pouca, para inexistente. Você acredita, que a minha vizinha fofoqueira, veio me perguntar quem era o rapaz que estava de carro no meu portão.
- E quem era o gato Nathy? Você não me contou que teve um encontro - diz em ela em tom de reclamação.
Tenho vontade de rir com esse comentário de Letícia.
-Amiga, não contei, porque não teve encontro nenhum. O carro no portão, era o Uber que já chamei no dia que meu carro deu problema. Olha, que situação. Até meus vizinhos, querendo saber se ando tendo algum encontro.
-Nathy, você sabe que amo você né? E quero seu melhor sempre. Olha amiga, o Fernando foi embora a anos, e depois disso você conheceu o que, 1 cara?
-Na verdade, 2, teve aquele amigo da minha prima.
-Ok, 2 caras. Mas você, não acha que está na hora de conhecer alguém bacana, ter um relacionamento.
Letícia, diz isso em seu melhor tom descontraído.
-Lê, falando assim, até parece que todos os dias aparece algum um homem bacana, querendo um relacionamento comigo.
-Nathy, não seja injusta, porque quando aparece você inventa alguma desculpa.
-É porque me preocupo com o Luquinha, como ele vai reagir.
-Tenho certeza que o Luquinha, quer ver a mãe dele feliz - diz ela sorrindo para mim.
- Não sei Lê, vamos com calma né?
-Nathália querida, você já está separada a muito tempo. Não precisa mais ter calma.
Solto um suspiro de frustração, porque sei que minha amiga tem razão.
-Ok, Dona Letícia, você tem razão. Vou pensar um pouco mais em mim e na minha vida amorosa, prometo. Agora vamos abrir a loja e começar mais um dia de trabalho.
Encerro nossa conversa, mas confesso que fico pensativa sobre a minha vida amorosa inexistente. Sempre me preocupei muito com Luquinha, sobre como ele aceitaria alguém em minha vida, com isso o tempo foi passando e eu acabei me fechando de certa forma.
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A essência do amor
RomanceSinopse Nathália foi mãe jovem. Casou cedo e (virgem) sim, casou virgem no século XXI. Ok, não façam essa cara de espanto. Nathy tinha apenas 18 anos, quando resolveu se casar, então, não foi tão difícil conseguir se controlar. Assim, casou-se com...