Eu não escrevi ela com o vestido azul pq tenho planos futuros pra essa cena. Embora esses planos ainda demorem um pouco...
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A lua ainda não estava tão alta, deveria ser algum tempo após a hora do jantar. Eu olhei meu relógio de pulso e logo abri minha agenda com a data de todas as mortes, a dela estava lá. Marcada para meia-noite em ponto. Eu tinha seis horas antes de sua morte, e esperava do fundo de meu coração que fossem mais do que necessárias. Arrumei a cartola em minha cabeça e saí andando, o casaco tão preto quanto a noite parecia voar ao meu redor, e minha foice estava em mãos. Suspirei e entrei na janela de seu quarto, lá estava ela, sentada em frente a penteadeira se arrumando para dormir. Senti uma imensa vontade de chorar, eu era a própria morte e me apaixonara por aquela que jamais imaginei ser responsável pela alma. Seus olhos se alegraram ao meu ver, ao mesmo tempo que se assustaram. Ela se levantou deixando a escova delicadamente sobre a mesinha e vindo me abraçar. Fiz o mesmo com um pouco mais de cuidado, pois segurava uma arma mortal.
Ela não estranhou o fato de eu estar com a foice. Era normal aparecer antes de realizar alguns trabalho e as vezes ela brincava com meu cabelo fazendo penteados nele enquanto eu apenas lhe observava pelo espelho.— Undy... Boa noite, o que lhe trás tão cedo meu amado ? — o sorriso doce estava em seus lábios e eu percebi que se não a interrompesse sua morte viria calma e enquanto dormisse. Mas eu não deixaria, a manteria acordada enquanto pudesse.
— Eu coletei uma alma mais cedo e pensei em vir te ver. E antes de tudo, sim eu sabia que estava sozinha. — sorri de lado. Segurei sua cintura com a mão livre e lhe puxei para um beijo.
Foi um rápido selinho e quando nos afastamos ela franziu o cenho.— Você nunca vem depois de coletar suas almas, sempre antes... O que está me escondendo? — delicadamente retirou uma mecha de cabelo do meu rosto. Agora aparentava preocupação.
Suspirei, mordi o lábio hesitando em falar. Não sabia qual seria sua reação e nem tinha certeza se gostaria de saber, mesmo assim não conseguiria mentir para ela.
— Cláudia... Precisamos conversar, e antes de me perguntar o que aconteceu quero te dizer que vou obedecer o que me mandar fazer esta noite. Não importa o que for desejar depois de me ouvir, se quiser me mandar para longe eu irei, tudo bem ?
— Manda-lo para longe ? Por que faria isso? Vamos, Undy, diga-me o que tanto lhe importuna.
Coloquei minha Death Scythe no chão e segurei sua mão enquanto a levava até a cama. Pedi que se sentasse e me aproximei segurando seu rosto com ambas as mãos e beijei sua testa. Me afastei para pegar a pequena agenda em meu bolso e lhe entreguei aberta na página que informava sua morte.
Seus olhos correram rapidamente lendo tudo que estava escrito e vi quando se encheram de lágrimas. Levou a mão esquerda até a boca e arfou baixo. Cláudia me olhou assustada e eu me ajoelhei no chão enquanto via dia mão tremer levemente. Deixou a agenda ao seu lado na cama e me encarou.Eu estava temeroso, era a primeira vez que me sentia assim. Afinal, eu era o lendário shinigami que coletava as almas sem hesitar. Mas aquela em especial parecia não merecer a morte.
— Cláudia, eu... Me perdoe...
— Eu não vi muita coisa... Como... Como vai acontecer... ?
— A meia noite, uma rápida parada cardíaca. Sem dor, sem sofrimento. Você morreria dormindo... Mas eu não planejo deixa-la dormir. — desviei o olhar. — Você... Está com raiva de mim ?
— Por que eu estaria? Esse dia chegaria cedo ou tarde, certo ? — sua mão puxou meu rosto para olha-la novamente. As lágrimas dela estavam correndo livres por seu rosto, mas eu via seu sorriso ali presente. — Infelizmente, eu sou humana. E você, um deus da morte.
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Our Last Dance
FanfictionApós ter uma conversa com Sebastian, Undertaker vai até sua antiga loja funerária e lá relembra a triste noite onde Cláudia Phantomhive morrera e resolve fazer com que sua amada volte a ver a luz do dia novamente. Mesmo que isso signifique esquecer...