A mãe olhava com completa ternura para o filho e tentava fazer com que ele se acalmasse. Ela sabia que o garoto sempre fora muito nervoso e honrado, ela o admirava por isso, mas o pai às vezes via uma das maiores virtudes do filho como uma de suas fraquezas.
Lady Fernsby o olhou bem nos olhos e arrumou o cabelo dele, o garoto já estava bem crescido para ter a mãe arrumando seus cabelos daquela forma, mas ele não negou quando ela o fez, apenas deu a mãe um sorriso ansioso.
Era as primeiras férias do filho de Eton e ele tinha que ir reportar ao pai seu progresso e responder a algumas cartas que tinham sido enviadas ao homem durante o período do filho na escola. O garoto sabia que nem sempre fora perfeito lá e isso o amedrontava.
Odiava quando o pai o olhava com decepção, simplesmente odiava e quando tivesse seus filhos não os amedrontar tanto assim. A situação não era um grande problema em comparação a alguns amigos que eram esquecidos pelos pais ou que eram abusados por eles, mas para Thomas a impotência de mudar a situação era pior do que qualquer coisa.
O pai ficaria bravo com ele por ter tido muitas brigas, mesmo que a maioria fora para proteger os garotos menores que ele, não importava se Thomas batesse em alguém por motivos honrosos, como fazer com que um valentão deixasse de diminuir um garoto, isso era motivo de decepção para o pai. E o fato do pai não compreender a atitude do filho tornava tudo ainda pior.
- Respire fundo, querido. – Ele fez exatamente o que a mãe disse. – Saiba que ele o ama.
- Eu sei que você me ama, mãe. – Ela lhe deu um sorriso e depois um beijo na cabeça.
- Ele o ama do mesmo jeito que aprendeu a ser amado. – O garoto suspirou e arrumou a roupa. – Vá! Entre!
E Thomas o fez logo após bater na porta e receber um "entra" sem muita animação. Ao fazê-lo notou que o escritório antigo e escuro do pai estava como se lembrava, assim como o homem. Seu pai era alto e mais fraco do que quando Thomas era criança, tinha um rosto mais mais cansado pela doença que o abatia.
Ninguém sabia ao certo o que ele tinha de fato, vários médico haviam sido levados para a casa dos Fernsby para descobrirem o que havia de errado com o pai. Não chagaram a conclusão reais, apenas dizia que os pulmões fracos eram o resultado de anos fumando charutos e bebendo sem qualquer intervenção e mesmo doente o pai dele não fazia nada para mudar a realidade.
Thomas se sentou na cadeira à frente do pai e o homem apenas atirou uma pilha de cartas na frente dele.
- Sabem o que é isso? – o Duque perguntou e Thomas negou com a cabeça. – Vinte e uma cartas de Eton falando sobre suas brigas. - Ele disse sério e se levantando.
Era uma número muito grande para uma garoto de 13 anos que tinha passado apenas um semestre lá, mas Thomas não encarava aquilo como algo negativo. Se o pai parasse para ouvir cada história das vinte e uma cartas saberia que todas, sem exceção foram atos de pura justiça, entretanto o pai não o escutaria, nunca fora uma bom ouvinte.
– Vinte e uma! Que imagem quer passar da família Fernsby? O que vão pensar de um Duque que não sabe manter o filho sobre controle?
- Não fiz por mal. – O garoto disse baixo olhando para as mãos.
- Está me dizendo que não queria bater nesses garotos? – Thomas negou, ele realmente queria bater em todos eles.
Todos os garotos que ele bateu eram horríveis, provocavam e chamavam meninos que eram diferentes deles de coisas abomináveis e Thomas nunca se conformaria com isso e como sabia que uma conversa nunca funcionária com garotos de 13 anos, ele batera em todos que achava que merecia.
- Eu não criei um fedelho violento que mancha a família dessa forma! – O velho gritou e foi seguido de uma tosse pesada.
- O senhor está bem, pai?
O homem não respondeu e começou a tossir muito e muito, até Thomas perceber que saia sangue da boca do pai, aquilo era muito mais que falha nos pulmões. O pai estava seriamente doente.
Saiu para chamar a mãe que chamaria um médico e em duas horas o pai estava em seu quarto tossindo muito e já havia sido atendido pelo médico.
Ninguém além do doutor poderia entrar no quarto para conversar com o Duque. Dr. Davies afirmou que provavelmente o pai dele nunca parara de fumar e beber e isso piorou a situação dele muito rápido, mas não se sabia ao certo se era isso ou alguma doença desconhecida, mas se sabia que não tinha o que mais fazer
E o pior era que ninguém poderia entrar no quarto sem a devida proteção e ninguém deixaria que o futuro Duque se colocasse em perigo para dizer adeus ao pai.
Dois dias depois Thomas passou a ser chamado de Duque de Freshire e crescerá com as últimas palavras do pai dirigida a ele fossem; "Eu não criei um fedelho violento que mancha a família dessa forma!".
Durante aqueles dois dias não sairá do lado da mãe, mas depois da morte anunciada do pai ele se permitiu ter um momento e a única coisa que pensara era ir até os estábulos pegar uma cavalo e não olhar para trás, ignorar que o pai tinha o deixado com aquelas palavras amargas e ignorar que agora seria um Duque.
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A conquista do Duque
Historical FictionAndrea Mintuin não poderia ser considerada comum diante da sociedade que vivia, na verdade ela conseguia fingir muito bem, mas era óbvio para quem realmente a conhecesse que ela não fazia parte daquele mundo. Ela não foi a busca do amor ou de cas...