Não era como se quisesse, mas fazia involuntariamente: o ato de morder os lábios, passar as mãos pelos cabelos claros, de aspecto brilhante, e ao mesmo tempo, cruzar as mãos sobre a mesa.
- Estamos decididos? Não quero ter que perder meu tempo novamente, cabeças vão rolar aqui.
- Tae...
- Aqui é Sr. Kim ou V, você sabe que não me evolvo pessoalmente com os negócios, querido amigo.
- Sim, V. - Desculpou-se um platinado ao seu lado.
- Ottimo! - Disse com seu forte dialeto italiano – Agora, saiam da minha frente, não quero ninguém me atrapalhando, isso é um negócio de extrema importância para nós.
Fez um gesto com as mãos para que todos sumissem da sua frente, todos os seus subordinados, que estavam na ponta da mesa gigante, foram se retirando aos poucos.
- Uma última coisa, como é o nome do representante da Serpente Vermelha?
- Ele disse que preferia se apresentar pessoalmente, senhor.
Revirou os olhos, mas ainda sim pode responder:
- Tanto faz.
O seu último subordinado saiu da sala, toda iluminada por grandes lustres dos mais caros cristais, deixando o chefe sozinho naquela mesa de doze lugares, cuja uma ponta estava ocupada e a outra aguardava a presença do convidado.
Kim Taehyung era um jovem com seus vinte e quatro anos que se encontrava em uma posição de alto escalão. Tinha méritos, grandes méritos: havia se tornado o chefe da máfia mais perigosa do continente e isso não era pouco. Às vezes era subestimado pela idade, pela falta de experiência, mas nunca falhou, nunca deixou aquele império cair, muito pelo contrário, sua posição no cargo só aumentou mais e mais o poder de La Santa, ou como era mais conhecida pelas bocas dos outros: A Sagrada.
Taehyung teve uma infância boa, longe dessa "gente", longe de violência e tantas coisas mais. Porém, ele acabou entrando nesse mundo quando, aos quinze anos, o seu melhor amigo foi morto. Assim foi, os primeiros roubos, os primeiros tiros, as aulas armadas, de luta, de estratégia e todo o resto. Ele planejava mudar toda a estrutura da máfia que o acolheu tão cedo, com Papa Dino. Até aquela época, ele era o chefe que viu em Taehyung os olhos do seu futuro herdeiro. Anos se passaram e quem senta na cadeira do chefe é o antigo e ainda atual prodígio, como sua reputação diz e assim ele faz ser.
Agora o menino bonzinho vira as costas e dá de frente com um grande empreendedor, o maior de todos naquele lugar. Estava em um prédio de mais de cinquenta andares, inteiramente propriedade da Sagrada, contando com janelas blindadas e de um tom incrivelmente escuro, sendo que nem os melhores binóculos seriam capazes de observar o interior feito do mais puro luxo e elegância.
O homem se levantara e olhava para a vista do prédio. Estava com uma blusa social preta, com os primeiros botões abertos, enquanto a calça, igualmente preta, marcava perfeitamente as pernas do mafioso, e nós pés, os clássicos sapatos oxford, combinando com todo o visual sombrio e, ao mesmo tempo, estiloso. Suas mãos eram adornadas por anéis das mais diversas pedras e materiais. Seu cabelo estava incrivelmente alinhado e tudo harmonizava perfeitamente. Pegara um copo de whisky e via o cenário, todos os prédios através das grandes janelas.
Parou por um segundo, quando pode escutar o barulho de alguém entrando, ou melhor, o barulho que os saltos das botas faziam no chão. Tornou-se evidente quando parou e, em seguida, pode ouvir a cadeira da outra ponta sendo puxada.
Taehyung olhou para seu convidado e o que o surpreendeu não foi o fato do indivíduo ser uma mulher, mas foi que a aparência da mesma era arrebatadora.
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Contra o perigo que somos nós
FanfictionUm lugar onde duas pessoas querem fazer a diferença, mas agindo nas sombras, escondendo as suas verdadeiras identidades, para um final feliz...ou talvez não.