Titanic | KTH

Fugir 도망 치다

Kim Taehyung

Arrasto um pequeno sofá que estava na sala, deixando-o no centro. Este será o lugar que Sori se acomodará enquanto eu estiver a desenhando. Ela desfaz o coque de seu cabelo, deixando-o agora solto e com as pontas onduladas.

Aponto os lápis que serão usados e coloco a folha sobre um apoio, que me dará Sori de visão. A porta se abre, revelando o motivo do meu suor frio e a vejo com um roupão transparente preto, destacando a peça brilhante em seu pescoço, o diamante.

— A última coisa que quero é mais um retrato meu, parecendo uma boneca de porcelana. — sorri do seu modo de dizer e ela se aproxima, estendo algumas pratas para mim. — Como uma cliente que paga. Espero ter o que eu quero.

Prometo que se depender de mim, terá o melhor desenho seu.

Sori tira sua única peça de roupa lentamente, enquanto me encara, e sinto um arrepio percorrer por toda minha estrutura física. Eu já havia pintando várias mulheres em Paris assim, e como não senti isso que estou sentindo com ela?

— Deitar na c-cama. — gaguejo — No sofá. — com delicadeza, ela se deita sobre o divã¹ e me encara esperando o próximo passo. — Deite, e não se mexa.

— Diga uma posição.

— Coloque o braço onde estava. — Sori segue minhas orientações, colocando seu braço acima da cabeça — Isso! Coloque o outro braço para cima e a mão perto do seu rosto.

— Assim? — ela perguntou.

— Sim. Agora, abaixe a cabeça. Olhando para mim, ok? Olhe para mim. — meu tom de voz era doce. — E tente ficar parada.

O sorriso sincero que havia em seu rosto aumenta.

Enquanto eu a encarava, ela permanecia imóvel, tentando parecer o mais perfeita possível. No futuro, gostaria de fazer de Sori a minha modelo e ilustrá-lá, será que poderia?

— Tão sério... — tentei falar, mas as palavras insistiam em grudar em minha garganta, então apenas sorri.

Passaria horas listando seus detalhes. Sori é a obra de arte mais bela que meus olhos já observaram, e tendo a honra de fazer um desenho seu, minha alma se enche de energia positiva, empatia e afeto.

— Parece que está cotando, senhor grande artista. — ela debocha, me fazendo parar de traçar sua curva para rir. — Eu não imaginei o senhor Monet corando...

— Ele pinta paisagens. — disse levando o papel perto do meu rosto por conta da dificuldade para concentrar-me, com minhas mãos tremendo, a garota me intimidava e eu nem sabia o porquê. — Relaxe o rosto.

— Desculpe.

Me pergunto se em algum momento ela quis parar, mudar de posição ou até beber uma água. Porém, Sori ficou naquele mesmo jeito até eu terminar o último traço. Foram horas bem gastas com nós dois naquela sala, enquanto eu fazia o que mais gostava.

Sorri olhando para a folha, estava terminado. No canto superior, coloquei a seguinte data: Abril, 13.1912 e as iniciais KT ao lado.

Digo a Sori que terminei, e ela rapidamente veste seu roupão e vem ao meu encontro, pegando a folha e sorrindo de orelha a orelha enquanto olhava seu desenho.

Assoprei alguns pós de borracha e a entreguei uma pasta para preservar o seu mais novo desenho.

— Obrigada! — sussurrou, corando.

Sori deposito um beijo em meus lábios ,do qual não queríamos nos desgrudar, mas a falta de ar de fez presente fazendo com que nos separássemos.

Ela pega uma folha qualquer e começa a escrever uma carta enquanto eu ainda estava na sala.

— O que está fazendo? — pergunto pegando-a de surpresa, chegando por trás.

— Pode guardar isso no cofre para mim? —  a garota me perguntou.

Assenti, pegando a folha de sua mão. Mas antes, pensei no desenho que finalizei a algumas horas atrás, pensando na forma dela composta por cada curva presente em seu corpo, como sua cintura perfeitamente esculpida pelos anjos. As linhas que a fazem única.

Glossário

divã¹: Também conhecido como prima-dona, é um sofá sem encosto. Foi o sofá que a Rose usou no filme Titanic, enquanto era desenhada por Jack. Deixarei uma imagem para vocês saberem o modelo: